• Prólogo

446 66 82
                                    

— Pensei que você fosse solteiríssima na noite de hoje. — Sabina debocha e eu revirei os olhos.

— Acredite em mim, eu queria. — Bufei. — Mas eu prometi que caso eu perdesse a aposta, iria ser a namorada do babaca lá por uma noite e você sabe que o que eu prometo, eu cumpro.

— Por isso amo você, é uma mulher de palavra. — Sorriu e eu terminei de passar meu batom vermelho.

— Tem certeza que não vai?

— Não irei. Valentina volta para casa está noite e eu prometi que passaria o máximo de tempo com ela antes de estudar para a prova de amanhã.

— Você é a melhor mãe do mundo Sabi, saiba disso. — Sorri para ela que me olhou triste.

— Eu não sei Hey... Tem horas que eu me sinto péssima por não dar a atenção que minha filha merece sabe? Eu fui muito descuidadosa e por isso ela veio ao mundo, não que eu me arrepende de tê-la, mas me arrependo de ter engravidado dela cedo demais. Meu foco ultimamente só está sendo nos meus estudos e não nela.

— Mas você está estudando para dar um futuro melhor para a pequena Valen. Não se cobre tanto Sabi, você não tem culpa daquele traste ter estourado a camisinha de propósito apenas para engravidar você. — Acariciei suas costas e seus olhos começam a lacrimejar. — Valentina é a nossa alegria e eu tenho certeza que ela tem orgulho da mãe forte que possui.

— Você é incrível Hey..

— Não chore, vou chorar junto e estragarei minha maquiagem antes mesmo de aproveitar a noite. — Brinco e ela riu. — Falando nisso, aquele filhote de urubu está atrasado! Já era para Joshua estar aqui e...

Paro de falar assim que escuto uma buzina soar. Olhei pela janela e vejo aquela cabeleira loira descendo do seu carro todo confiante como se fosse a última bolacha do pacote.

Argh! Odeio ele.

— Te amo Sabi, dê um beijo na pequena Valen por mim. — Peguei minha bolsa e deixei um beijo na bochecha da minha melhor amiga.

Eu havia vindo me arrumar na casa de Sabina. Não era aquelas casas de dois andares e nem nada, pelo o contrário, era uma casa térrea pequena com apenas 3 cômodos. Quando soube da sua gravidez inesperada, os pais de Sabi a expulsaram de casa e nisso ela teve que procurar algum lugarzinho para criar seu neném. Sabina sempre quisera ser mãe, a ideia de abortar não passou pela sua cabeça em momento algum, mesmo sendo uma mãe solteira já que o traste que a engravidou não quis assumir a criança. Sabi ficou durante o período da sua gravidez lá em casa. Quando Valentina nasceu, ela procurou um emprego, arranjou um lugarzinho para ela e a filha e agora as duas são independentes, não financeiramente, mas sim em relação à liberdade.

— Demorou sua cópia do capeta. — Digo ignorando o fato dele ter trazido um buquê de rosas brancas e entrei no carro.

— Me desculpe, passei na floricultura para comprar as rosas antes de vir. — Diz e entrou no lado do motorista, jogando o buquê em meu colo. — Você deveria me agradecer.

— Agradecer pelo o que? Nem gosto de rosas brancas. — Indago e ele liga o carro.

— Eu não sabia. — Faz uma pausa. — Mas deveria me agradecer por estar sendo o namorado perfeito durante uma noite.

— Nossa atuação digna de um Oscar começa dentro da boate onde os universitários e o pessoal da escola possam nos ver. Enquanto estivermos sozinhos, nem pense em falar comigo.

— Credo, como você é chata. — Bufa e eu sorri de canto.

— Oh, me desculpe se eu possuo as mesmas atitudes que as suas.

LOVERS OF LIES - HEYOSH Onde histórias criam vida. Descubra agora