egoísmo

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misterioso, porém aberto
ele chegou e perguntou
minha cor favorita e apenas respondi
"amarela" — era aquela que me vestia
não vi relevância em revelar o salmão,
que minha visão mais queria

na segunda vez perguntou-me sobre livros
respondi que mais de dez eram meus preferidos
(achando eu que não falaria sobre todos)
fiquei lhe contando histórias até o almoço

quando me perguntou sobre meu tipo de comida
resolvi ser franco, mas falei sobre a bebida
contei que café despertava meu dia e o acabava, na mais completa sintonia

então me levou para sair
perguntou "onde vamos, e aí?" respondi o que fazer
e com ele descobri a alegria, a ternura e a graça em viver
pediu-me que falasse sobre a família, amigos e o futuro
fiquei feliz em compartilhar com alguém
minha existência nesse mundo

assim passaram-se dias, meses ou anos
não precisava contar o tempo em sua companhia
já que ele me buscava sempre que me perdia

até que chegou o grande dia
quando tudo chegou ao fim
quis lhe fazer um agrado, e só aí percebi
que aquilo não era sobre mim.

a quinta constelaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora