Capítulo 18

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Tarnya narrando:

Estou aqui no quarto, de fora da missão e tendo de assistir a esses programas brasileiros que eu não entendo nada, mas que tédio!

Outra coisa que não para de rodar na minha cabeça, é a possibilidade de eu estar grávida, e se isso for verdade, eu estarei ligada ao Mikhail para sempre, e essa possibilidade me assusta.

Sinto os meus olhos pesados e resolvo dar um cochilo, mas sou despertada por um estrondo, há um garoto loiro me encarando com um sorriso psicopata, igual ao do Mikhail.

- Ora, ora, aqui esta a rainha da Bratva, e pelo que eu ouvi falar, você é muito digna do seu trono.- Ele se aproxima se sentando na cama e então eu resolvo agir, mas penso que fiz mal, pois ele saca uma arma e aponta para a minha testa.

- Nossa, a gente mal se conheceu e você já quer me atacar?- Fala com sarcasmo.

- Quem é você garoto?- Indago.

- Você não me conhece, mas deve ter conhecido o meu pai, Andrey Mozorov.- Fala e eu erro uma batida, com certeza esse garoto vai me matar, ele veio em busca de vingança pelo seu pai.

- Prazer, Alexey Mozorov.- Fala pegando uma seringa e injetando no meu pescoço.

[……]

Vou recuperando os sentidos aos poucos e junto da sobriedade vem a dor de cabeça.

- Acordou, rainha?- E lá está ele novamente na minha frente.

- Garoto vê se me erra.

- Eu não sou mais um garoto, eu sou um homem e talvez eu faça o seu tipo, mas você não faz o meu.- Diz e eu rio, só poderia ser uma criança.

- Eu? querer você? você mal saiu das fraldas.- Digo e ele ri.

- Não só saí, quanto matei também o seu marido, você agora é viúva.- Informa e o meu coração erra uma batida, como? ele não morreu, só pode ser mentira.

- Isso é mentira. - Falo com a voz embargada.

- Olha então.- Ele me entrega o tablet, mostrando quando o atirador acertou o Mikhail e o meu coração se aperta, o psicopata não pode ter me deixado.

- Eu vou deixar-te à sós, para que possas sofrer o seu luto.

O garoto saiu da sala deixando-me sozinha. Eu não posso acreditar que ele se foi, e se eu estiver grávida, o que será de mim, e se eu não sair daqui? a minha cabeça está um turbilhão.

[……]

Mikhail narrando:

Vou acordando aos poucos e olho para os lados vendo a minha irmã com cara de enterro, aí eu lembro do que aconteceu, da morte do Andrey, meu primo, meu melhor amigo.

- O Andrey, cadê ele Nate?- Digo com a voz embargada.

- Calma, ele não morreu, a bala se alojou no seu crânio mas já foi retirada, ele passou por uma cirurgia delicada, mas já está estável, apenas num coma induzido, mas ainda há outro problema.- Fala aprensiva.

- Qual?

- A Tarnya, ela foi sequestrada.- Fala.

Mas que porra o que será que eles querem.

- Eles querem a bomba em troca da Tarnya.- Informa.

- Não tenho outro opção, a não ser entregar, só preciso sair daqui.- Me levanto da cama.

[……]

O filho do Mozorov, que a gente não sabia que existia entrou em contato comigo e disse para nos encontramos em um galpão abandonado.

[……]

Estou aqui no galpão com a Nate, à espera do garoto, quando eles chegam em um ranger rover preto.

O garoto desce do carro junto da Tarnya.

- Aqui tem o que tanto queria.- Mostro a mala para ele.

- Como posso ter a certeza?- Indaga dando um sorriso de lado.

- A certeza é que eu não arriscaria a vida da minha mulher.- Falo.

- Ótimo, abra a maleta.- Fala e eu digito o código e mala se abre.

Mostro a bomba para ele e o mesmo assente mandando um dos seus homens vir até mim pegar a maleta, e eu mando um dos meus pegar a Tarnya.

- Adorei a troca, Czar, vemo-nos em território russo.- Diz pegando a maleta e entra no carro, num impulso eu abraço a Tarnya.

- Eu achei que estivesse morto, ele me mostrou um vídeo onde o atirador acertou você.- Ele me beija e fico surpreso por esse ato.

- Isso não importa agora, a gente tem de voltar para a Rússia.- Falo e ela assente e a gente entra no carro.

O filhinho do Mozorov deve estar achando que eu saí perdendo, mas não sabe ele que o cientista responsável por essa bomba, está criando uma outra para mim.

[……]

- Mikhail, Mikhail!!- Ouço gritos da Nate, do outro lado da porta e levanto às pressas da cama e abro a porta.

- O que foi?- Indago ofegante.

- Ele acordou, o Andrey acordou.- Nate fala eufórica e eu abraço.

[……]

- Que bom que você acordou, irmão.- Aperto a sua mão.

- Eu realmente achei que tivesse morrido.- Falo.

- Vazo ruim não quebra, não é mesmo.- Tarnya diz sarcástica e todos nós rimos.

Bratva: Anjo da morteOnde histórias criam vida. Descubra agora