Gatos Guerreiros: Presas Sombrias

Capítulo 04

A tensão entre o grupo e o misterioso gato escuro avermelhado diminuira quando o curandeiro chegou, agora estavam sentados frente à frente. Luz da Lua ouviu Brilho de Prata atentamente, enquanto Asa de Falcão encarava o gato escuro avermelhado, que fazia o mesmo, havia provocação em seus olhos de uma forma que o guerreiro castanho escuro malhado estava tentado a iniciar uma luta. O curandeiro tossiu por um momento, o que atraiu a atenção do grupo, estaria doente? Era o que pensavam.

— Muito bem, a encontrarei lá — concluiu Luz da Lua, levando o olhar ao gato escuro avermelhado ao seu lado. — suponho que já tenha se apresentado a eles —

— Por que eu deveria? Saberão na assembleia assim como todos os outros — bufou o gato escuro avermelhado mal humorado.

— Como alguém como você se tornou guerreiro?! É pior do que um texugo rabugento! — miou Pata da Noite irritado, recebendo uma patada na orelha de sua irmã pelas palavras afiadas.

— Guerreiro? — repetiu o gato escuro avermelhado em deboche, seus lábios se alargaram em um sorriso provocativo. — oh sim, vou te destroçar em um piscar de olhos, bolinha de pelos —

— Do que me chamou?! — silvou o aprendiz escuro manchado enfurecido, saltando sobre as patas com as garras desembainhadas.

— Pata da Noite! — alertou brilho de Prata se colocando no caminho.

— Basta! — rosnou o curandeiro com irritação. —  apresente-se agora! E você aprendiz, se quer ser um guerreiro, aprenda a não se deixar levar por uma simples provocação! —

Asa de Falcão arregalou os olhos surpreso, mais ainda quando Pata da Noite se sentou em silêncio com a cabeça abaixada, o respeito que todos os clãs tinham por Luz da Lua  parecia o permitir até mesmo de repreender gatos que sequer eram de seu clã. O gato escuro avermelhado logo desfez a expressão que havia, ajeitando a postura e ficando sério.

— Sou o novo curandeiro do Clã do Orvalho, meu nome é Tempestade de Cardo — miou o curandeiro escuro avermelhado, grunhindo irritado ao receber um leve empurrão da pata de Luz da Lua em seu ombro. — é um prazer conhecê-los.. —

— Curandeiro?! — engasgou o grupo em choque.

— Ele parece mais um guerreiro do que curandeiro! Mas essas penas.. — comentou a guerreira prateada.

— Já cumprimos nossa missão, certo? Vamos então! — apressou o guerreiro castanho escuro malhado se colocando sobre as patas e caminhando para longe, ouvindo Brilho de Prata de despedir dos dois curandeiros e o seguir junto de Pata da Noite.

— Curandeiro.. — sussurou o aprendiz escuro manchado mal humorado, Asa de Falcão notou inveja e raiva em seu tom de voz, mas ficara calado.

O sol havia acabado de nascer quando o grupo alcançou o rio, assim que cruzaram sentiram o forte cheiro do Clã da Névoa marcado em uma pedra próximo margem.

— Moveram os marcadores de cheiro! — rosnou a guerreira prateada.

— Um momento — miou Pata da Noite, provando o gosto do ar atentamente. — Estrela Valente esteve aqui —

— Você está certo — concordou o guerreiro castanho escuro malhado após fazer o mesmo. — ele deve saber o que está acontecendo, vamos voltar para o acampamento —

Caminharam apressados em direção ao acampamento, Asa de Falcão ía por último, quando sentiu o vento lhe trazer o cheiro de Estrela Valente, fraco, mas certamente pertencia ao mesmo. Verificou se os companheiros haviam notado, o que não aconteceu, seguiram seu caminho sem notar que o guerreiro castanho escuro malhado ficara parado no mesmo lugar. Ele deve estar por aqui pensou Asa de Falcão, se perguntando se deveria chamar Brilho de Prata para lhe acompanhar, mas temia que o rastro desaparecesse logo, então decidiu ir sozinho, correndo ao encontro de seu líder.