Lili Reinhart
Cole e eu terminamos de organizar os móveis e depois de ele dar uma última volta pelo apartamento para ver se estava tudo ok, confirmamos que tudo estava no local perfeito.
— Muito obrigado, Lili, foi muito gentil da sua parte vir aqui me ajudar.
— Imagina, eu adoro ajudar! Inclusive, você precisa de ajuda com o almoço? Quer que eu prepare alguma coisa? Eu posso ficar e cozinhar, adoro cozinhar. — tentei soar o mais prestativa possível.
— Eu ainda não me sinto seguro pra lidar com a cozinha, então eu peço pra entregarem. — ele puxou seu celular do bolso.
— Ok... Bom, então essa é a minha deixa. Eu vou voltar para o meu apartamento. — mesmo dizendo que iria embora, eu continuei parada.
— Posso ouvir a sua respiração. — sorriu.
— Pois é, é que eu só estava dando uma última conferida no ambiente, sabe? Quero ter certeza que não deixei cair nada que possa te machucar. — menti.
— Lili, você quer almoçar comigo? — ele finalmente sacou onde eu estava querendo chegar.
— Achei que nunca iria me convidar. — sem cerimônia, peguei o celular da mão dele e abri a agenda. Toda vez que eu tocava, o celular fazia uma leitura em voz. — Caramba, deve ser um saco ser cego. As pessoas sempre sabem o que você está fazendo no celular! — soltei sem perceber que aquilo poderia soar ofensivo.
— Sim, é um saco ser cego. — ele riu.
— Porra, me desculpa. — pedi sem jeito. — Eu sou tão insensível!
— Tudo bem, eu não me incomodo.
— O que você quer comer?
— Vou deixar você escolher hoje, já que me ajudou com a organização do apartamento.
Escolhi comida tailandesa e pedi algo com um preço razoável, pois não sabia se podia abusar tanto da bondade de Cole. Como ele era cego, eu deduzi que ele recebia alguma pensão do governo e que não precisava trabalhar. Seria legal ter uma renda sem ter nenhuma obrigação, mas não seria tão legal viver com um obstáculo tão grande quanto ser cego. Em minha opinião, era a deficiência mais assustadora de todas, mas agora eu deveria guardar minhas opiniões para mim para não correr o risco de levar bengaladas de Cole.
— Por que você se mudou pra esse muquifo? — perguntei depois que a comida chegou e nós sentamos à mesa para comer.
— Eu não sou muito exigente com locais por motivos óbvios. — riu. — Eu tenho um teto que não vai cair em cima de mim, um chão que não range, água quente no chuveiro e trancas que funcionam. É o suficiente.
— Se você pudesse ver a aparência desse lugar certamente não cogitaria mudar pra cá. Nem parece que temos um síndico, o desgraçado sabe muito bem que estamos há mais de um ano com o elevador quebrado e não faz nada!
— Ele me disse que o problema era recente e que já iria ser resolvido. — franziu o cenho.
— Não acredito que ele mentiu para um cego! — berrei chocada. — Você vai subir quatro lances de escada podendo sofrer um acidente, mas o importante para o filho da puta ambicioso é ter mais um inquilino para que ele possa extorquir mais pessoas.
Cole riu mais uma vez e eu o olhei sem entender. Era para ele estar irritado por ter sido enganado por um mal caráter, mas a sua reação fez parecer que eu estava contando uma piada.
— Você fala muitos palavrões, Lili do 4A.— ele disse.
— Eu ouvi muitos palavrões a minha vida inteira, então pra mim é natural.
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Your Skin ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ
FanficVizinhos são sempre inconvenientes e lidar com eles é uma tarefa impossível, então Lili preferia apenas ignorá-los. Essa regra muda completamente quando ela precisa reclamar do barulho que seu novo vizinho de cima está fazendo às sete da manhã de um...