Your Skin ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗ

39. Cole do 5A

Cole Sprouse

Ainda na cafeteria, eu senti alguém tocar o meu ombro e quando olhei para a pessoa em pé ao meu lado, estreitei os olhos com a intenção de enxergar melhor, mas era difícil ver algo além de uma sombra.

— Sou eu. — assim que ouvi a voz de Lili fiquei completamente sério. — Sua mãe veio até mim e me contou o que está acontecendo. — puxou uma cadeira e sentou ao meu lado. — Não precisa me proteger disso, Cole. Eu devo estar aqui com você.

Senti um nó em minha garganta quando meus olhos marejaram. Era bom ter ela sabendo de tudo, eu queria mesmo que ela estivesse me apoiando naquele momento e era até aliviador que agora eu não tivesse mais que omitir isso. Soltei um suspiro cansado e desviei meu olhar para a xícara de café sobre a mesa, a qual eu segurava com certa firmeza.

— Você quer um café? — perguntei com a voz mais baixa.

— Cole, eu estou grávida. — lembrou-me.

— Você pode beber um descafeinado. — sugeri.

— Não que eu ache que isso seja café de verdade, mas já que eu estou numa cafeteria... — ela ergueu a mão e fez sinal para alguém. Uma garçonete veio até a nossa mesa segurando um bloco de notas. — Eu quero um descafeinado, por favor.

A mulher se afastou novamente.

— Você pede por favor agora? — abri um meio sorriso.

— Eu acho que essa gravidez deixou minhas emoções numa verdadeira montanha-russa. Primeiro eu comecei super irritada com tudo, mas eu sou assim naturalmente, então nada havia mudado. Agora eu estou tão educada que até me surpreendo quando peço desculpas por ter esbarrado em alguém.

— Isso é impressionante. — ri.

Lili levou sua mão até minha nuca e acariciou aquela região, enfiando os dedos no meu cabelo. Fechei meus olhos e respirei fundo apreciando o toque. Incrível como uma coisa simples vindo dela era tão mágica e tornava a minha vida um pouco mais calma.

— Você sabe que eu te amo muito, não sabe? — falou. — Nada que tenha relação com você vai atrapalhar alguma coisa na minha vida. Eu vou estar bem se você estiver bem, vou ficar em paz se te apoiar no que precisar.

— Desculpe. Eu estava feliz por você estar feliz com a turnê, não queria que se preocupasse agora.

— Bom, a turnê já está quase chegando ao fim e eu não vou trabalhar na turnê internacional, então terei todo o tempo do mundo para você, para o bebê e para nós dois como um todo. — mesmo sem poder ver claramente, eu podia vislumbrar o sorriso que ela tinha em seu rosto.

— Os médicos me deram uma possibilidade. — comecei a falar sobre o assunto difícil. — Não estou totalmente cego, então um transplante pode funcionar.

— Transplante de olhos? — pareceu espantada.

— Não. — neguei com a cabeça. — Meus olhos continuarão no meu crânio. — ri. — Eles transplantarão apenas o nervo óptico, uma região muito pequena e muito delicada. É onde está o meu problema.

— Isso é bom, não é? — perguntou incerta.

— As chances de dar errado são bem maiores, na verdade. E dessa vez eu não vou apenas perder a visão, mas meus globos oculares podem ser destruídos durante a cirurgia.

— Meu Deus, Cole! — agora sim eu a deixei assustada. — Se isso pode acontecer, por que está cogitando isso? Você deveria...

A interrompi.