16. Amor

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Lili Reinhart

Meu pai entrou e se acomodou se sentindo tão em casa que ficou largado no sofá com a Kitty no colo, fazendo carinho nela. Explicou-me que retornou para a nossa antiga casa na surdina apenas para pegar algumas de suas coisas, mas que logo teve que sair de lá, pois as pessoas com quem ele tinha problemas estavam sabendo sobre sua saída da prisão e poderiam estar esperando que ele aparecesse.

— Pai, eu não quero me envolver em problemas. Você tem que arranjar outro lugar pra ficar. — falei seriamente.

— Princesa, eu prometo que não vou te trazer problemas. Eu quero mudar de verdade. Veja bem, minha filha é uma mulher adulta e sempre teve a cabeça no lugar, eu deveria me envergonhar por ter deixado você ter que formar o seu caráter sozinha.

— Eu tinha a minha avó.

— A minha mãe era pulso firme. — riu. — Furava as bolas das crianças que caíam no quintal, mandava as pessoas irem para o inferno quando a cumprimentavam e não ficava quieta se alguém a ofendesse. Eu não sei se isso pode ser chamado de um caráter de exemplo.

— Eu não sou muito diferente. — dei de ombros. — Claro que eu sou um pouco mais educada, mas ainda tenho resquícios da vovó. Ela me ensinou a me defender.

— Sou eu quem deveria ter feito isso. — ele disse com um semblante mais triste. — Sei que não precisa de mim para nada agora, mas eu garanto que não vou dar dor de cabeça. Prometo sair todos os dias para procurar emprego até arranjar um, não vou me envolver com nada ilegal e posso cuidar da faxina da sua casa

Olhei em volta analisando a faxina que eu mesma fiz há alguns minutos atrás.

— É, eu não gosto muito de limpar. É um saco.

— Eu adoro. — sorriu. — Acho terapêutico. Pode me distrair um pouco do tédio. O que me diz?

O encarei por alguns segundos, pensando sobre aquilo. Apesar de tudo, ele era o meu pai e não tinha para onde ir. Eu o amava e não conseguia endurecer o meu coração o suficiente para deixá-lo na rua à própria sorte.

— Tudo bem. — concordei.

— Muito obrigado, minha querida! — ele ficou de pé e veio até mim, depois me abraçou beijando o meu rosto. — Prometo que não vou te dar desgosto. — manteve-me em seus braços.

— Estou confiando em você mesmo sabendo que é cedo demais para isso, então se eu vir qualquer coisa suspeita, por menor que seja, você cai fora imediatamente. — avisei.

— Justo. E o que precisa agora? Eu posso fazer qualquer coisa.

— Bem, eu já acabei de limpar tudo.

— O jantar. Quer que eu faça o jantar? — ele parecia desesperado para ser útil.

— Você pode fazer algo pra você, eu vou jantar com o meu namorado.

— Você está namorando? — ergueu as sobrancelhas surpreso. — E como ele é? É de boa família?

— Pai. — estreitei os olhos. — Você quer mesmo julgar o caráter de outra pessoa?

— Não sendo igual a mim já está ótimo. — riu.

— Ele é ótimo. Não conheço a família, mas vou conhecer o primo dele amanhã. Enfim... vou tomar um banho e depois subir até o andar de cima. — comecei a caminhar em direção ao meu quarto.

— Ah, ele é seu vizinho? Pensei que os odiasse.

— Ele é a exceção.

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Your Skin ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora