Cap.17 - O Grande Baile da Primavera (Parte I)

2.8K 211 31
                                    

E aqui está, o comecinho da noite mais odiada ou aguardada do ano, dependendo do ponto de vista...

Espero que vocês gostem e continuem comigo nessa história intrigante...

Bjão, Vivi

❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎

(Sábado)

Temperatura amena, noite linda, estrelada e muito agradável no animado Reino de LaViera.

Os convidados chegavam de toda parte ao Castelo, trajando sua melhor veste e apetrechos para todos os gostos.

Não havia um que recusasse o convite do Rei para o tão aguardado Baile, sendo este o evento que abria oficialmente a temporada de celebrações, que seguia pelo restante da primavera até o fim do verão.

Os habitantes de LaViera costumavam festejar a época mais quente do ano como ninguém. Os suntuosos Bailes oferecidos pela nobreza intercalavam-se a alegres eventos populares, realizados pelas praças e vielas de LaViera durante a temporada de calor, atraindo muita gente animada.

Fernan não deixava de honrar a veia festiva de seu povo e, com a ajuda de Isaboh, organizava e incentivava outros nobres a organizarem um sem número de celebrações ao melhor período do ano.

Os eventos promovidos por Sua Majestade eram, em regra, impecáveis, mas o da Primavera era considerado o ápice pela maioria dos habitués. O momento em que a Rainha e seu contingente de serviçais realmente se superavam.

Mesmo estes, que não participavam diretamente do evento, engajavam-se em sua preparação para que cada detalhe saísse perfeito, e sempre recebiam um agradecimento especial do Rei no breve discurso que protagonizava durante as festas sediadas no Castelo.

Naquela noite, o Magnífico Salão estava ainda mais esplendoroso, adornado com incontáveis espécies de flores, fazendo jus ao nome que identificava o aclamado evento.

Esse ano, excepcionalmente, a temporada festiva foi aberta pelo Baile dos Sobreviventes que, mesmo na situação de improviso em que fora concebido, surpreendeu pela organização e pelo clima descontraído.

Tal evento também acabou por reforçar a imagem de Rei benemérito e justo que acompanhava Fernan em todo o seu reinado, dado a diversidade dos convidados que ali estiveram. Dos mais simples aos mais nobres; todos juntos, dividindo o mesmo espaço, bebida e comida, sendo tratados da mesma forma, sem qualquer distinção. Algo raro de se ver à época em que membros da nobreza brilhavam, absolutos, transitando em um mundo acessível somente aos restritos afortunados.

Laila, apesar de desanimada, agoniada e apreensiva por seu destino incerto naquela noite, não deixou de se preparar para o Baile. Até mesmo para não levantar qualquer suspeita.

Porém, para quem a conhecia bem, era notável que seus olhos não brilhavam como de costume, em momentos alegres como aquele.

O cabeleireiro de sua confiança fora convocado e estava em polvorosa, colocando sua cliente ilustre na mais linda forma.

'Deslumbrante'... definia com exatidão como Sua Alteza se apresentava.

Laila trajava um vestido cinza claro azulado, feito de um corpete bordado que marcava a cintura; sapatos prateados; brincos de diamantes com um toque oriental e, para finalizar, a coroa de brilhantes, herança de sua tataravó, esplendorosa, delicada e milimetricamente posicionada sobre seus cabelos presos em um coque discreto.

Meia hora após o inicio da festa, Laila adentrou o Magnífico Salão.

Todos se voltam a admirá-la, dando início aos burburinhos aqui e acolá. E não havia mesmo como passar despercebida, nem por um supremo esforço de sua parte.

Logo se pôs a circular, cumprimentando cada convidado, como habitualmente fazia em eventos promovidos pelos pais.

A Rainha, por sua vez, era mais discreta ao chegar na festa. Costumava adentrar o Magnífico Salão por um acesso restrito vindo do Salão de Apoio, próximo ao tablado do trono, e geralmente se posicionava defronte deste, aguardando as saudações dos participantes.

Após incontáveis minutos indo de convidado em convidado, Laila avistou Rudolf.

E não haveria mesmo como despistá-lo.

Assim que se aproxima, ele beija sua mão.

— Boa noite, Alteza... Mais bela do que nunca!

À princesa, só restava um sorriso amarelo.

— Posso convidá-la para uma dança?

E, sem saída, ela logo se deixou levar pelo affair...

Com os olhos fixos nele, Laila encarava Rudolf de uma maneira diferente aquela noite. Era um olhar carinhoso ao mesmo tempo que com uma ponta de mágoa. Quase imperceptível.

Ele, não entendendo o que significava aquele gesto, retribuía com um sorriso orgulhoso e satisfeito. Quem os observasse de fora, não tinha dúvida que ali bailava um casal apaixonado.

Laila sabia que não era ele, mas diante do fatídico destino que a aguardava, queria aproveitar o que, para ela, seriam os últimos minutos com seu affair. Minutos esses, leves, envolventes, abençoados pela suave melodia da Primavera que preenchia cada canto do enorme Salão.

Chegava a fechar os olhos para sentir o momento. Talvez o mais feliz de toda sua história mal começada com Rudolf.

Ele, por sua vez, estava radiante. Não lhe restava dúvidas de que Sua Alteza finalmente se rendera aos seus encantos. Autoproclamando-se o melhor partido de toda a Região, não esperava nada menos que a Princesa de LaViera para ser a parceira de sua vida.

Estufou o peito, ainda mais orgulhoso, apertou-a um tanto mais contra a mão e passou a conduzi-la ainda mais entusiasticamente pelo Salão.

Laila, envolvida pela dança e o cortejo de Rudolf, nem se deu conta da chegada de seu algoz.

Matheo mal entrou no Salão e já se pôs a rastrear, com os olhos aguçados, vestígios de sua presa. Não levou nada, portanto, a localizá-la.

Por poucos segundos ficou a observá-la, enfeitiçado pela beleza única, ainda mais ressaltada aquela noite. Como poderia estar ainda mais linda? Questionava-se abismado.

Após o lapso do fascínio inicial, logo se deu conta que "Sua Alteza" era conduzida pelo "almofadinha esnobe", o que o fez voltar do transe rapidinho e passar a odiar Rudolf, por ter, de novo, aquele corpo caprichosamente desenhado por mãos divinas dentro dos braços...

Mas logo confortou-se com sua avantajada posição, já que Laila seria dele dali a algumas horas e não do "trouxa do almofadinha" que só a bajulava, cortejava, ciceroneava, mas sequer conseguia qualquer aproximação mais íntima com a princesa. O que habitualmente acontecia entre os jovens que se enamoravam, mas não tinham qualquer contato, além de melosos flertes e trocas de carinhos comedidos, até que se casassem e consumassem a relação para todo o sempre.

Ficou ali, rodeando o casal pela beira, tentando ser notado por ela. Porém, inesperadamente, acabou cercado por um grupo de admiradores que o abordou trazendo uma enxurrada de perguntas, questionamentos, curiosidades...

Matheo, assolado pelo assédio, nem percebeu quando o "casal" deixou o Salão.

❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎ ❤︎

Não deixem de me dizer o que estão achando. Sua opinião e seu voto tem um valor inestimável para nós, autoras. Muito obrigada! *-*

(COMPLETO) Laila Dómini - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora