Cap.45 - Decepção (Parte I)

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Olá, amores!

E aqui está outro momento caprichosamente providenciado pelo acaso, oportunidade de ouro para Matheo. Mas... Será que vai ser bem aproveitada? Ou ele vai meter os pés pelas mãos pela enésima vez...?

Não deixem de conferir essa nova investida...

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(domingo)

Matheo chegou cedo ao Castelo, domingo pós-baile, oficialmente para mostrar serviço, oficiosamente para criar quantas oportunidades conseguisse de vê-la, passar por ela, encontrar-se com ela, o que fosse... Não importava. Agora com a ocupação definitiva como Chefe da Guarda, estava ainda mais ansioso para resolver sua vida com Laila.

A princesa acordou tarde, descendo direto para o almoço. Tinha dispensado Elisa, mesmo sendo um dia pós-Baile. Queria que a dama descansasse um pouco e aproveitasse o dia quente, que já fazia um calor típico do verão.

• • •

— Que Baile, não??! Marquês de Minuan se superou no luxo e na produção. — comenta o Rei com as duas mulheres da sua vida, durante a refeição.

— Muito encantador mesmo. — Isaboh apoia o marido.

Laila, distante, é certo que nem prestou atenção.

— E você, meu tesouro? Aproveitou bastante a festa ontem, hein??! A vi bem animada, bailando pelo Salão. — insinua o pai, mais do que empolgado.

— Quê? — Laila parecia 'longe'. — Ahh, sim... Estava ótimo. — e responde qualquer coisa. — Mãe...?

— Sim, querida.

— Meu pai havia comentado com a senhora sobre o novo Chefe da Guarda? — e questiona como se o Fernan não estivesse ali.

— Certamente, filha. — Isaboh solta uma risadinha involuntária, ao perceber Laila contrariada.

— Meu tesouro... Evitei dividir tal informação antecipadamente, com receio de que se aborrecesse com a decisão. — o pai ainda tenta consolar o inconsolável. — Sei que não tem muito afeto para com Matheo, mas, diante da disponibilidade dele em ocupar tal cargo, não haveria como recusar. Só se eu estivesse maluco, não é mesmo? — na maior paciência do mundo.

Laila não dizia nada. Só encarava o pai, fulminante, enquanto ele se desdobrava em mil, tentando explicar as razões que o levou a ocultar tal decisão dela, enrubescida de ódio do ato que considerava uma traição dos próprios pais.

— Minha querida... Tem que entender que não existe outro como ele. E temos que dar Graças aos Céus que esteja conosco hoje e não contra a gente ou a favor de um outro monarca qualquer. — e a Rainha toma a vez na argumentação. — Os tempos estão difíceis... Muitos Reinos como o nosso estão sendo invadidos com violência... Com Matheo ocupando tal posto, é certo que teremos mais chance, caso soframos alguma investida. — complementa Isaboh.

Para ela, tal decisão nunca esteve a mercê das vontades da filha. Tampouco de suas implicâncias juvenis e infundadas.

Laila não reagia. Só os observava com um olhar fumegante, o que irritou a Rainha.

— Está claro o motivo que levou Matheo a ocupar tal posto, Laila?! — indignada com a postura de menina mimada, ao querer afrontá-los.

— Claro, mãe... Muito claro... — e não disfarçou o desgosto na voz.

Terminou a refeição em silêncio.

— Com licença. — e sumiu dali, assim que o pai deu a última garfada, pisando fundo.

Não sabia se estava mais enfurecida com aquele ser detestável ou com os pais, por terem feito tudo à sua revelia.

Ao passar pelo Saguão Principal, ainda se encontra com ele, a passos da escada.

— Boa tarde, Alteza.

Ela o encara por segundos, parecendo que ia arrancar sua pele com os olhos.

— Boa, senhor. — e estica a mão só pela formalidade.

Matheo percebe que não sentia medo, mas era evidente que não estava em um bom dia para alongar a abordagem. Deixou-a seguir sem fazer qualquer outro comentário que pudesse aborrecê-la.

Ele se desdobrava em mil também, para juntar a paciência que nunca teve e poder lidar com "sua princesa" sem se indispor por qualquer motivo. Por mais que fosse contra sua natureza, não tinha margem para qualquer confronto, pelo destino ter-lhe pregado a peça que pregou, ao "fazer" com que se apaixonasse completamente, colocando-o feito um tolo nas mãos dela...

Achava até graça tal ironia do destino, cada vez que se dava conta disso.

Laila ficou um tempo no quarto, mas estava tão irritada com os pais e aquele homem ali, sem dar o prazer de sua ausência, agora nem aos domingos... Que resolveu caminhar um pouco para esfriar a cabeça, fora do Castelo.

Foi pessoalmente convocar Jafé nas dependências dos serviçais para que a levasse, a cavalo mesmo, até a margem do Rio. Achou ótima essa sugestão de Elisa, uma alternativa à praia, depois do incidente que a traumatizou.

Por sorte, Matheo não os viu deixarem o Castelo.

Chegando, o menino parou o cavalo e já foi se ajeitando por ali, debaixo de uma árvore, enquanto Laila sairia para caminhar.

Queria passar um tempo sem ninguém a importuná-la. Gostava de sair de sua rotina e ficar sozinha às vezes. Tinha feito isso com frequência na Biblioteca da Escola, para afastar-se de seu lar, enquanto aquele homem monstruoso circulava por lá. Agora que havia se acostumado com ele, mesmo que não o aturasse, buscava um pouco de paz para colocar a cabeça no lugar.

E, outra vez, sentia-se sozinha.

Na verdade, havia Elisa... Mas o que as duas poderiam fazer contra tudo e todos... se "tudo e todos" estava a favor do pior ser do mundo? Como se ele precisasse de todo aquele apoio... Era muito injusto que nada estivesse do lado dela...

Já caminhava há um bom tempo, quando percebeu, ao longe, a movimentação de uns rapazes com as espadas. Ficou apreensiva, ainda mais por estar sozinha. Eles também notaram sua presença e logo pararam de lutar.

(COMPLETO) Laila Dómini - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora