Capítulo 12

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Euforia

Finalmente saímos daquela cabana que passamos a tarde inteira sentados, em total silêncio. A mão de Nate Jacobs passou maior parte do tempo acariciando o meu rosto, e os seus braços estavam envoltos sobre os meus resultando em um abraço apertado.

Eu dei a iniciativa para sairmos dali. Passei as últimas horas pensando no que faria daquele dia em diante: fugir com Nate ou fingir que aquilo nunca havia acontecido? Eu não me importava mais com McBabaca, ou com fitas de sexo, ou os infinitos motivos para aquilo ser uma péssima ideia. Eu só quero me permitir não me importar mais. Quero ter a chance de poder cometer erros, e se esses erros envolverem Nate Jacobs, fico feliz em arriscar. Isso era com certeza melhor do que voltar para os meus pais e fingir que estou bem.

Peguei a mão de Nate e voltamos até o caixão onde Nath estava deitada. Dei um beijo na sua testa e desejei que ela me perdoasse mais uma vez.

Ainda com as mãos grudadas na de Nate, fomos até o seu carro e entramos. Ele deu partida e seguimos viagem — seja lá pra onde.

O dia estava nublado e eu tinha aquela sensação de que eu nunca mais seria feliz outra vez. Como se o passado nunca mais voltasse e eu tivesse um futuro condenado a monotonia e tristeza. O rádio tocava uma música antiga, mas aquele toque fazia eu flutuar a uma realidade distante da minha.

— Obrigado. — agradeci olhando para Nate, que estava com os olhos fixos na frente do volante. — Por ficar comigo.

Ele assentiu e ergueu um sorriso corado.

— Para onde vamos? — perguntei.

— Você vai ver. 

A rodovia estava vazia, isso permitiu com que seguíssemos viagem em uma velocidade adequada. Até que, depois de longos minutos sentindo o perfume de Nate invadir as minhas narinas, o carro parou.

— A minha mãe morreu há alguns anos. — ele quebrou o silêncio. — Ela me trazia aqui, quando eu era pequeno.

O homem ao meu lado era sentimental, ele era humano. Eu nunca na vida poderia sequer pensar que ele teve uma infância; que ele já teve o amor de uma mãe. Não sei o que fez com que ele mudasse tão amargamente, mas talvez Nate Jacobs ainda tenha solução. A chance de amar de verdade e se importar.

Eu apenas olhei para ele e ergui um sorriso.

— Venha. — ele disse abrindo a porta do carro e descendo. Eu fiz o mesmo.

A cada passo que dávamos aumentava ainda mais a imensidão daquele lugar. Haviam diversas árvores, dos mais diversos salgueiros, e, no centro delas, havia um banco de madeira escura com vista para o mar. As ondas beijavam a areia da praia e dançavam sincronizadamente; era um paraíso.

Nate pegou a minha mão e me guiou até o banco. Nós nos sentamos e pudemos avaliar àquela paisagem de perto. O sol deitava sobre o horizonte e iluminava os nossos rostos com uma luz alaranjada. Naquele lugar eu me senti abraçado; era como se Nath estivesse ali, comigo.

Olhei para os olhos cor de amêndoa de Nate e ele retribuiu o olhar para mim. Não hesitei em beijá-lo e, aquele beijo foi como se fosse a primeira vez. Foi como se eu nunca tivesse beijado ninguém além dele; os nossos lábios tocavam uns nos outros e arrepiava todo o meu corpo. Era como se o planeta inteiro girasse em nossa volta e, de repente, tudo estava certo. Sentia que aquele momento estava predefinido a acontecer.

Uma lágrima invadiu o meu rosto mas eu tentei expulsá-la. Nate, por sua vez, notou e me abraçou. Transformando aquele beijo em um abraço sincero, fazendo com que um sentimento de euforia me invadisse.

𝐎𝐛𝐬𝐞𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧 | Euphoria [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora