Capítulo 13

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Fica comigo

Ponto de vista: Nate Jacobs


— Porra. Acorda Felipe! Acorda! Felipe? Felipe? Acorda Felipe.

Falo o seu nome repetidas vezes enquanto bato no seu rosto para que ele acordasse. Estávamos drogados e isso era tudo, eu estava bem mas ele não. O pacote em sua mão estava completamente vazio.

— Que porra você fez? — com a mão ainda no peito de Felipe, pego o meu celular e ligo para a ambulância desesperadamente. — Você não pode morrer Felipe. Não aqui, não agora. Você ainda tem muito a viver Felipe, eu estou com você ok? Eu estou aqui. Com você. Por favor, não vá.

Coloco o meu polegar sobre o seu pescoço e não sinto nada, nem uma única palpitação. Mesmo com o meu corpo inteiro molhado de suor e um desespero intenso, junto as minhas duas mãos e faço uma massagem cardíaca no peito dele. Fico vários minutos e nada. Nem um único sinal.

— Por favor, Felipe. Por favor. Você me fez alguém melhor, eu preciso de você. Fique comigo. — continuei a massagem com os meus braços já cansados, até que finalmente ouço o barulho da ambulância se aproximando da casa. — Eles já chegaram, tá bom? Eles estão aqui. Vai ficar tudo bem.

Vejo os socorristas abrindo a porta e eu corro para avisá-los que estávamos em cima, na cama. Eles sobem as escadas correndo e vão em direção ao quarto, onde Felipe estava deitado. O seu nariz estava sangrando e eu não fazia ideia do que significava, mas tinha certeza que não era bom sinal.

— E-ele... E-e-le tomou oxicodona. — disse. — Não sei quantas, mas ele tomou. O pacote. Inteiro.

Eles fizeram uma expressão de reprovação para mim.

— Por favor cuidem dele! Por favor. Não deixem que ele morra.

As lágrimas caíam do meu rosto em uma intensidade enorme; eu nunca havia chorado assim por alguém antes. Se Felipe morresse eu seria o culpado, e sinceramente? Foda-se a polícia, foda-se os meus pais, foda-se pra que merda o mundo pensar de mim. Eu só quero ele, só quero poder sentir o seu toque mais uma vez, enxergar o seu sorriso e sentir as mesmas borboletas no estômago que eu senti desde a primeira vez. Não posso viver sem Felipe. Não mais.

Uma mulher com cabelo cacheado e olhos castanho-escuro veio em minha direção para me examinar. Eu sentei na cama com sangue na minha camiseta, já não sabia se era meu ou de Felipe. Só sei que eu não sentia mais nada.

— Pisca. — ela ordenou com uma lanterna no meu rosto.

Eu pisquei. Mas tudo se apagou, eu não pude abrir os meus olhos novamente. E, naquele momento, tudo acabou. Talvez eu realmente estaria melhor se não tivesse acordado.

Sentia pressão no meu peito, ela vinha e voltava. Como se alguém tivesse tentando me reanimar. 

Abro os meus olhos e sugo todo o ar em minha volta, havia dois médicos ao meu lado ou socorristas, seja lá que merda eles são. Estávamos na ambulância e Felipe ao meu lado, com um respirador e outro médico fazendo massagem cardíaca nele.

Fechei os meus olhos outra vez, não tinha forças para mantê-los abertos. 

— Vai ficar tudo bem. Descanse querido. — ouvi uma voz familiar que eu não escutava havia anos. Era a minha mãe. — Estamos aqui com você, tá bom? 

Apenas assenti e me entreguei ao sono. A sua voz doce e gentil ecoava na minha mente, e eu pude ter certeza de que chorava dentro da minha própria consciência.

...

Bip.... Bip.... Bip....

Uma luz insuportável invade o meu globo ocular e eu vejo aparelhos em minha volta, a maioria analisando a minha frequência cardíaca.

𝐎𝐛𝐬𝐞𝐬𝐬𝐢𝐨𝐧 | Euphoria [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora