Sophia Andresen

2.5K 456 672
                                    

Olá, ilustres leitores de Vinte Minutos e V!

Apareci do nada (eu sei) porque eu coloquei a meta de publicar em março e cá estou eu cumprindo ela <3

Passei os últimos três dias reescrevendo, editando, lapidando esse capítulo com muito carinho. Me esforcei, juro. hahah então, quem puder, deixe comentários e seu voto. Me motiva demais a continuar escrevendo.

Capítulo não betado! A revisão eu mesma fiz, então pode ter passado um errinho ou outro. Qualquer coisa, me avisem por favor, que depois eu corrijo. Belê? <3

Degustem o capítulo que está curtinho, mas contém informações bem relevantes sobre a situação atual dos nossos vgull :)

Boa leitura!

Há no ar espaços extintos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Há no ar espaços extintos

A forma gravada em vazio

Das vozes e dos gestos que outrora aqui estavam.

E as minhas mãos não podem prender nada.

Trecho retirado de um dos livros de poesia que V deixou pra trás.

Eu ia chamar essa última parte aqui de epílogo, mas mudei de ideia. Já reescrevi umas duzentas vezes e acho que essa pré-concepção não está ajudando. Os nomes já vêm cheios de preconceitos, como o próprio V me dizia tanto. E o tal epílogo, até onde eu sei, é um pedaço de texto meio sem função que vem depois do capítulo final. Nossa história não teve fim, então acho que um epílogo não faz muito sentido aqui. Sei lá, posso estar falando bobagem. Me dá um desconto, V, eu nunca tinha tentado fazer algo assim antes, é o meu primeiro livro, etc. Você sabe que as palavras nunca foram o meu forte.

Decidi largar pra lá, então. Isso não é um epílogo. É uma epístola. A carta de despedida que você não me permitiu escrever. No fim, é você o destinatário de todas essas linhas, o único leitor que realmente me importa. Só consegui terminar essa tarefa homérica porque conservo uma irritante, persistente esperança de que você ainda pode voltar. Que talvez, sei lá, num dos seus surtos espontâneos você decida que é uma boa ideia ir visitar aquele tal de Seagull. De que sinta saudade depois de ler as páginas do que a gente viveu. Ou do que eu vivi, pelo menos. Não posso falar por você.

É cada coisa que você me leva a fazer, V. Aqui estou eu, há oito meses vivendo pela sua ausência, refém da minha busca, feito obcecado revirando nosso passado, caçando as palavras adequadas pra te traduzir. Essa droga de livro finalmente acabou. Nem acredito. Bem que Siena me avisou que eu seria intenso demais "quando me apaixonasse". Zombei dela, na época. Questionei, irônico: quando? e ri. Ela riu também. "E não demora, Jeongguk", me alertou, numa voz profética. Apesar de também ser musa, Siena sempre me chama pelo nome. A advertência dela não demorou a se concretizar. Não sei como ela sabia, mas sabia. A intuição feminina é um troço sem explicação mesmo.

Você trouxe consigo uma paixão incendiada. Um incêndio desses que se espalham rápido. Não consigo deixar de me perguntar se, desde o começo, você já planejava ir embora. Sinto como se você tivesse espalhado sua labareda de propósito, marcado todas as esferas da minha vida com um pouco das suas cores. Você sempre foi espaçoso, folgado, bagunceiro. Deixava vestígios por onde passava, objetos espalhados em tudo que é canto, peças de roupa, manchas de tinta de cabelo, seu cheiro. Confirmações físicas da sua existência. É como se você quisesse rabiscar "V esteve aqui" nas paredes, no chão, na minha pele, em qualquer superfície, sempre que passasse em algum lugar, e de uma forma doida acho que era seu jeito de continuar repetindo: eu estou aqui, eu existo.

Vinte Minutos e VOnde histórias criam vida. Descubra agora