Kim Taehyung

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Boa noite! <3 

Este o último capítulo de Vinte minutos e V, então vou deixar para falar mais no final :) 

Não deixe de comentar pois estou muito ansiosa pra saber o que vocês vão achar do desfecho hahaha. Obrigada por acompanhar VMEV até aqui. Vou parar de escrever antes que eu chore.

Desejo a você uma ótima leitura.




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Me sinto suspenso na entorpecência sonolenta daquele instante fugaz em que a gente se questiona se ainda está inserido no sonho ou já de volta a realidade. Ele me observa, me devora no castanho dos olhos, e há tempos eu não corto os cabelos, a insônia me marcou olheiras profundas, como as dele. Talvez também tenha, vez ou outra, acordado assustado ao não me encontrar? Meu apartamento é vazio e tão silencioso, a cama é silenciosa, nunca ouço ruídos e essa quietude me faz lembrar do colchão desgastado do ateliê, a melodia de rangidos quando fazíamos amor. Hoje em dia o silêncio não me deixa dormir. É madrugada, eu levanto, olho pela janela e procuro por ele, todos os dias o mesmo, um ano inteiro se foi e agora ele está aqui.

Está diante de mim, carne, osso e lágrima. Aperta meu rosto entre as mãos e respira na minha boca, hesitante, eu fecho os olhos. Quero cortar o centímetro que nos separa, porém espero. Deixo ele vir até mim. Deixo que me manipule da forma como costumava fazer, quase posso prever seus movimentos, o nariz esbarrando no meu, os dedos buscando explorar meus cabelos, desbravando a nuca. Ele provoca, mas não me beija.

— Jeongguk.

— Hm?

— Eu senti saudade.

Meu coração dispara, ensandecido. Há fogo em minhas veias, a cabeça enevoada.

— Estou aqui. Estarei sempre aqui.

Ele cobre a minha boca, me tira o fôlego. A língua desliza devagar, mãos afundam nos meus cabelos, o ar foge de seu nariz, quente, afaga meu rosto. Sinto o corpo amolecer, toda a tensão se esvai. Posso beijá-lo pra sempre, Taehyung.

É curto, ele se afasta com relutância, morde um sorriso. Está corado, a pele desbotada ganha tons rubros, a luz amarelada e parca do bar em contraste com o fundo escuro faz com que ele se ilumine. A fumaça de um cigarro, não sei quem está fumando, meu foco é somente nele, só que a fumaça espirala azulada quando Taehyung, pintado de dourado pálido e coral, desvia os olhos pra baixo de um jeito tímido que não costumava ser do seu feitio, mas é adorável.

— Não sei explicar porque fui até a exposição hoje — ele sussurra. — Queria te ver. Estava com tanta saudade que fui. Fui sem pensar. Não consigo pensar em nada que não seja você e aquela noite no ateliê.

— Não há mais nada pra se pensar.

— Tem sim.

A atendente do bar se aproxima equilibrando duas taças de vinho tinto sobre uma bandeja de alumínio. Não lembro de ter pedido vinho, ele disse que queria chá. Estamos molhados e com frio, vinho faz o serviço de nos esquentar também. Não tenho cabeça pra pensar nisso agora, meu raciocínio está preso nele — que queria me ver, pensa em mim, escolheu ir até mim.

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