iɱɑgiɳɛร ɗiѵɛʀรѳร

Daryl Dixon

CRÉDITOS: theteasetwrites

Para todos os efeitos, você era um sem-teto.

A fazenda caiu não muito depois do estranho encontro com Daryl no estábulo, e você não tinha ideia do que fazer com isso. Você se sentiu como se estivesse de volta à mesma situação depois do CDC -  estranha e com medo de falar com ele novamente.

O único aspecto positivo de perder a fazenda foi que isso a distraiu dos problemas que você teve com Daryl e o mergulhou no modo de sobrevivência durante os sete meses em que você esteve na estrada.

Claro, Daryl conseguiu sair da fazenda vivo também, e até mesmo resgatou você das garras de zumbis que beliscavam perigosamente perto de sua carne, mas ele nunca disse uma palavra, apenas puxou você em sua moto e foi embora enquanto você espiou por cima do ombro para ver todo o lugar subindo em chamas laranja brilhantes.

Na estrada agora, você notou Daryl cuidando de você como um falcão, encontrando qualquer desculpa para mantê-la seguro sem sequer fazer contato visual com você ou, Deus me livre, tocar em você.

Sem que você soubesse, ele estava tentando conciliar seu cuidado por você com seu desejo de evitar seus... desejos. Funcionou por um tempo, embora fosse difícil para ele esquecer o que havia acontecido com ele na fazenda. Cada centímetro de seu corpo estava em chamas quando pensou nessa sensação, e tudo o que queria fazer era continuar o que havia começado, embora simplesmente não pudesse.

Isto é, até que ele pudesse.

Em algum momento, você perdeu a noção de quanto tempo estava na estrada, Daryl pediu para você caçar com ele. Era estranho, já que ele geralmente pedia ao seu pai ou a um dos homens para ir com ele, se é que alguém, mas naquele dia ele precisava falar com você – pela primeira vez desde a fazenda.

Ele não conseguiu reunir as palavras por um tempo, apenas caminhou pela floresta com você até que ele parou abruptamente, quase deixando você em estado de pânico, pois você não tinha certeza do que ele poderia fazer. Você não sabia dizer se ele iria gritar com você por qualquer motivo, ou se ele iria beijá-la novamente. Ele também não fez.

- Eu gosto de você. - ele disse abruptamente, seus lábios tremendo como se ele tivesse acabado de vomitar.

Você balançou a cabeça um pouco em choque.

- Hum... o quê?

Ele espalmou o rosto e se agachou no chão. Você poderia dizer que ele estava bastante frustrado.

- Disse que gosto de você. - ele repetiu. - Eu tenho algum tipo de... sentimento por você. Por que te beijei, por que não posso fazer nada a respeito.

Você se sentiu bastante fraca, e tropeçou um pouco para frente até que você também pudesse se acomodar no chão na frente dele, então você estava cara a cara.

- O que você quer dizer com você não pode fazer nada sobre isso?

Ele olhou para você, seus olhos ansiosos percorrendo seu rosto como se estivesse tentando conectar alguns pontos imaginários.

- Eu sou velho demais para você. Não está certo. Não sei o que fazer sobre isso... Você... ainda sente o mesmo?

Ele não estava procurando por você para dizer a ele que estava tudo bem, mas por um elo de empatia entre os dois amantes desafortunados, nunca deveria ser.

- Sim. - você disse. - Eu gosto...eu gostaria de não ter feito. Bem, quero dizer... eu gostaria que houvesse algo que eu pudesse fazer. Estou com medo, porque nunca me senti assim por ninguém antes. - você abaixou a cabeça em uma tentativa de evitar fazer contato visual com o homem enquanto revelava coisas tão íntimas, coisas que você nunca pensou que apenas uma hora atrás você revelaria a ele, mesmo que ele já soubesse que você o queria. - Mas eu não sou uma criança. Eu sei o que é, e parece certo para mim, mesmo que não seja.