Benedict Bridgerton

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CRÉDITOS: fayes-fics


Benedict Bridgerton nasceu em um ambiente privilegiado e pode ter poucas queixas. Exceto, talvez, que ele é sempre o segundo. O sobressalente. A opção só no caso. Ser uma apólice de seguro familiar dá mais liberdade do que o fardo de ser o primeiro filho com título, talvez, mas também parece que toda a sua existência, em alguns aspectos, pode parecer um plano de contingência.


[...]

Seu estômago se revira de excitação quando a flecha atinge o alvo bem no alvo. E em sua primeira aula de tiro com arco, logo após completar 12 anos.

Ele se vira para ver se alguém está lá para testemunhar seu triunfo, mas não há identificação. Todos os seus irmãos mais novos se reuniram em torno de Anthony, dando tapinhas nas costas dele por suas conquistas em fazer o mesmo momentos antes. Ser um bom atirador é uma habilidade essencial para o próximo Visconde. O fato de ele já estar recebendo instrução há meses e esta ser a primeira lição de Benedict XVI dói um pouco.

Mas ele não se preocupa em chamar a atenção para seu feito possivelmente mais impressionante. Parece inútil agora. Sem dizer nada, ele dá de ombros e caminha em direção ao alvo, pegando sua flecha e começando de novo. Talvez da próxima vez eles percebam.

[...]

- Esse é o novo visconde Bridgerton? - Benedict ouve o murmúrio de uma jovem ao entrar no primeiro evento social da temporada, na primavera seguinte à morte de seu pai.

- Oh não, minha querida, infelizmente não; Acredito que seja um dos irmãos. - responde a mãe, agindo como se ele não tivesse audição, até mesmo tentando ignorá-la, observando a multidão.

- Que pena. - bufa a jovem. - Ele é tão bonito.

- Sim, querida, mas infelizmente sem título. Podemos fazer melhor". - repreende sua mãe, afastando-os do alcance da voz.

Ele nunca vai superar o quão cruel a sociedade pode ser, uma parte de seu terno coração de dezessete anos de idade. Não que ele tivesse um interesse potencial naquela garota, mas sim o princípio de que de alguma forma ele seria considerado um perdedor, na melhor das hipóteses um prêmio de consolação, pelo resto da vida.

O que é mais irritante, talvez, é que, quando a mãe mais precisa da presença deles, numa noite como esta, o novo visconde não está à vista. Nem sequer se preocupou em mostrar a cara, fugindo para alguma casa de jogo e bordel espúrio, passando a noite entregando-se a si mesmo em vez de enfrentar a sociedade.

Então aqui está Benedict, assumindo o papel de filho zeloso que seu irmão mais velho deveria ser. Sendo o apoio que sua mãe tanto precisa em seu primeiro evento como viúva, o braço dela passou fortemente pelo dele, todo o peso de seu corpo parecendo usá-lo como seu pilar literal de apoio. Enquanto ele a acompanha pela sala, ele fica cheio de admiração por seu rosto corajoso. Ele pode ver a tristeza avassaladora nos olhos dela toda vez que a palavra viúva é invocada, e seu coração se parte um pouco com a solidão que ele sente emanando da alma de sua mãe.

- É uma pena que o visconde não tenha considerado o primeiro evento da temporada digno de seu patrocínio. - afirma ela incisivamente enquanto bebe champanhe.

- Tenho certeza de que ele tem boas razões para sua ausência. - Benedict responde suavemente, encobrindo seu irmão errante, tentando proteger sua mãe da verdade de seus modos mulherengos. Benedict sabe que é a maneira de Anthony lidar com a responsabilidade do título de visconde que lhe foi confiado tão jovem. Mas às vezes, apenas às vezes, Benedict deseja poder escapar de sua dor dessa maneira, Anthony participando de um baile abafado e bancando o guardião de uma mulher enlutada. Os seus fardos podem ser diferentes, mas o desejo de escapar deles muitas vezes não é, Benedict XVI percebe.

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⏰ Última atualização: May 31 ⏰

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