Heartbeat | Park-Jimin (concluída)

Capítulo 10

[...]

Vesti uma blusa de manga e gola para cobrir os pulsos e o pescoço, não queria que eles tivessem que olhar para isso de novo, atravessei o corredor pensando como contaria a eles, os encontrei sentados na sala que ao perceberem minha presença se levantaram.

- Por favor, não vamos deixar isso mais estranho do que já foi.

- Desculpa - os dois pediram juntos.

- Vocês devem estar curiosos, certo? - Me sentei em uma poltrona ao lado do sofá que eles estavam. Eles não responderam, era óbvio que estavam receosos.

- Ye, você não precisa nos contar qualquer coisa que não queira.

- Tudo bem, se vamos continuar a nos ver, treinar juntos não quero que fiquem imaginando coisas, então é melhor que saibam de uma vez.

O barulho da fechadura chamou nossa atenção e Do-Yun abriu a porta sorrindo, porém ao fechar a porta notou que havia algo de errado quando olhou para sua esposa, uma pequena parte de mim sentiu inveja da sintonia que eles tinham.

- Do-Yun - chamei sua atenção o fazendo desviar o olhar de Bella para mim - Tem algo que quero que saiba, pode se sentar? - Ele olhou para a esposa que confirmou com a cabeça e ele se sentou. - Do-Yun nos conhecemos a muito tempo e agradeço muito por me receber na sua casa, você não se opôs ou questionou nada quando eu simplesmente apareci aqui depois de nem vir ao seu casamento, obrigado por me receber sem me perguntar nada.

Contei apenas o suficiente para que compreendessem o motivo da minha vinda para a Coreia e também o que ocorreu no pesadelo, eles mereciam saber, Tae e o Hobi se tornaram grandes amigos para mim e não queria perder o que venho construindo aqui por causa do Matt, ele já me fez perder tanto e não vou mais permitir que ele afete a minha vida.

Depois de contar a eles, voltei ao meu quarto para pegar algumas coisas, mesmo com a relutância de todos para não irmos treinar, garanti que eu estava bem e que não queria que o resto do dia fosse afetado pelo que aconteceu, só deixaria nosso dia deprimente.

Quando estava colocando algumas coisas na bolsa, ouvi uma batida na porta

- Pode entrar. - Era Tae, ele abriu a porta mas não entrou. - Tae, pode entrar. - Sorri para ele lhe dando segurança para que entrasse no quarto, ele abriu mais a porta entrando no quarto, carregando uma maleta de remédios.

- Ye, eu trouxe alguns curativos para... - apontou para o pescoço.

- Ah não precisa, estou bem, não estão doendo. - menti, toda vez que mexia minha cabeça a roupa arranhava o local.

- Você não pode me enganar, sua roupa já está manchada com sangue, me deixa cuidar disso? - pediu de forma carinhosa.

- Tudo bem, só preciso colocar outra roupa, pode se sentar.

Peguei uma regata de alcinha na cor bordô e fui me trocar, quando voltei encontrei Tae no mesmo local em pé, segurando a maleta abraçada em seu corpo me encarando.

- Tae, pode sentar. - Fui em direção a escrivaninha que era próximo da cama, sendo seguida apenas pelo olhar dele. - Vem? - Estendi minha mão para ele vir até ali mais ele não se moveu. - Era você quem queria fazer isso, se quiser desistir tudo bem.

- Não, tudo bem, eu faço. - Como ele não se moveu, fui em sua direção e o peguei pela mão o trazendo para a cadeira ao lado da cama e me sentando em sua frente, olhei em seus olhos e ele desviou o olhar de mim.

- Tem algo de errado Tae?

- Desculpa por isso - apontou para meus pulsos que ainda tinha as marcas dos seus dedos nele. - Não quis te machucar, na realidade eu não queria que você se machucasse.

- Eu sei que não fez de proposito, logo isso some. Agora vamos com isso, que ainda temos que treinar.

- Ok.

Naquele mesmo dia a noite questionei a Bella se ela ainda tinha contato com a Maddison, lembrar dela era bom mas também doloroso, eu sentia muita sua falta, ela assim como a Bella são minhas melhores amigas e é bem provável que ela nem saiba que eu não estou mais em Los Angeles, nos últimos anos depois que Matt começou a me proibir de dançar e sair com meus amigos, não nos encontramos mais, quando ela me convidava para sair eu tinha que inventar uma desculpa, pensar nisso ainda me corroía e eu queria muito uma oportunidade de ver ela novamente.