Capítulo 09

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[Maya]

Eu não entendo ele, é como se meu toque acalma-se ele, desligasse todo seu corpo o deixando completamente relaxado, eu não o entendia, por que eu?

Andando em passos lentos atrás dele pude ver seus ombros que eram perfeitamente largos e musculosos, não tanto, mas o suficiente, sua camisa branca ainda tinha vestígio de gotas de sangue, o que me aterrorizou, quem ele foi capaz de ferir dessa vez?

Apressei meu passos ficando ao lado dele, abaixei meu olhar para o chão e encarei meus próprios pés enquanto tentava acompanhar o passo do mesmo.

– Eu queria tomar banho antes da refeição. – Pedi ainda com os olhos pro chão, eu podia sentir suas órbitas verdes me olhando mas ignorei. Ele permitiu mas antes me deu um par de roupa dele.

Andei em passos rápidos assim que ele encerrou o selinho, praticamente corri entrando no banheiro gigante, muito mas grande que aquele porão sujo e cheio de ratos. Olhei ao redor do lugar e era tudo muito bem organizado. Antes de cometer qualquer ato eu olhei para o teto procurando por alguma câmera ou algo que pudesse me ver, um buraco e por fim tirei minha roupa ficando completamente nua.

Havia uma banheira com água quente, parecia que ele estava até adivinhado que eu pediria para que eu tomasse banho. Coloquei primeiramente meu pé machucado pelas algemas e sentindo o morno da água, entrei por completo ficando totalmente relaxada.

Fiquei por alguns minutos sentindo todo meu corpo relaxado em um momento não adequado, eu poderia saber que ele estava do lado de fora da porta me esperando para me revistar, ou apenas queria ter a certeza que eu não fugiria.

Me levantei da banheira e a sequei, peguei uma toalha totalmente branca e enrolei ela pelo meu corpo em um nó forte. Olhei para minhas mãos e meus dedos estavam enrugados por eu ter ficado alguns minutos na banheira, olhei para meu reflexo no grande espelho que tem no banheiro e coloquei as duas mãos encima da bancada, meus braços haviam alguns hematomas que já estavam sumindo.

Peguei a escova que era supostamente dele e coloquei creme dental nela começando minha higiene bocal.

– O que está fazendo flor? – Perguntou o homem sombrio que me esperava do lado de fora, meu corpo pulou de susto. Assim que escutei a risada fraca e ele girando a maçaneta levemente meu corpo tremeu

Abri a porta imediatamente dando de cara com o peito dele, dei alguns passos para trás e olhei para ele, ele me olhou dos pés a cabeça, seu rosto estava neutro e isso me deixou aliviada, ele finalmente se retirou de frente da portae dando passagem para sair do banheiro.

– O que estava fazendo? – Perguntou soltando um suspiro pesado, com a voz levemente arrastada.

– Eu só estava escovando os dentes. – Informei antes que ele pense qualquer outra coisa.

– Há, e mesmo, então por que não prova que estava mesmo a fazer isso? – Olhou com um sorriso completamente malicioso.

– Provar como? – Perguntei desentendida.

– Quer que eu ensine flor? – E em passos rápidos se aproximou e puxou meu corpo para o seu, eu não queria beija-lo aquilo me causava uma sensação boa, e minha consciência pesada por causa disso.

Seus lábios se aproximaram do meu com uma certa urgência, ele puxou meu corpo mais ainda pro seu, e pude sentir alguma coisa rígida na minha barriga me deixando em pânico. Ele não queria me machucar, pois o beijo estava calmo e lento, mas eu poderia. Sem pensar puxei sem lábio inferior com o dente e mordi com toda minha força sentindo o gosto metálico na boca.

Ele se afastou me empurrando para longe e tocando seus próprios lábios com os dedos, vendo o que eu havia acabado de fazer.

Nunca me sentir tão arrependida.

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