Capítulo 6

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As outras pessoas vão chegando, umas correndo, outras andando, e por fim nosso grupo se completa.

— Depois eu quero falar com você. — Vitor diz assim que passa por mim, sem me dar tempo para responder e indo direto para o lado de Rian.

Não sei o que ele quer dizer, espero que venha me pedir desculpas ou, no mínimo, me contar esse tal segredo.

— Creio que todos já se encontram aqui, não? — André fala e todos se entreolham. — É... Acho que todos já estão aqui. Gostaram do café da manhã?

— Não! — Os jovens respondem em uníssono e eu até me assusto, logo começando a rir. Meu Deus, não esperava tanta sinceridade!

André fica um pouco sem jeito, mas logo retoma a pose. — Amanhã colocarei vocês para providenciarem outra coisa! — E então começam os murmúrios. — Brincadeira! Vamos fazer algo diferente amanhã, porém aguardem que um dia será com vocês. Mas voltando ao foco inicial... Quero pedir que cada equipe junte seus componentes porque o Roberto estará distribuindo as camisas com a cor das suas respectivas equipes.

— Nossa equipe está toda aqui, não é? — Pergunta o Calebe (sua aparência parece bastante com a do Lucas, amigo do meu irmão, mas dou uns 20 anos a ele), que está quase sendo o nosso líder, já que desde ontem é o mais interessado em organizar-nos.

— Falta a Noa. — Diz Isvi, uma garota de possíveis 18 anos, olhos castanhos e cabelos meio encobreados. Pelo que disseram ontem, ela e Noa (menina de uns 16 anos, com cabelo totalmente liso e tão preto que chega quase a ficar azul marinho) são primas.

— E onde ela está? — Calebe pergunta com uma expressão facial claramente preocupada.

— Não sei. Vou até a casa das meninas. — Isvi sugere já se virando.

— Não! Não! Vamos apenas perder tempo, ficaremos sem duas componentes. — Diz. — Hoje é o primeiro dia, a primeira prova, temos que sair na frente para ficarmos mais relaxados.

Roberto passa por nós com várias sacolas nos braços e entrega uma camisa totalmente branca, feita de algodão, para cada um de nós.

— Está faltando um componente. — Ele diz, segurando a única camisa branca que restou.

— Sim. Pode deixar comigo, depois eu entrego a ela. — Isvi fala já com a mão estendida e Roberto a entrega.

— É para vestirmos agora? — Pergunta Jasmin, uma garota da outra igreja que deve ter a minha idade, mesmo seu rosto parecendo de criança. Possui cabelos longos e ondulados, bem pretos, e é dona de perfeitos olhos azuis.

— É sim. — Ele olha para a roupa que ela veste. — E é bom aproveitar e trocar esse vestido por uma calça. Podem ir se trocar.

Ela olha para Isvi, mas seu olhar se volta pra mim. — Sam, vamos lá comigo?

— Pode ser. — Respondo.

— Eu vou com vocês. — Isvi se intromete.

— Ah! Aproveita e procura a Na... No...

— Noa. — Ela completa.

— Isso. — Calebe assente.

Vamos andando em direção à casa enquanto conversamos sobre o meu nome. Aff!

— Mas não é Sam no registro de nascimento, é?! — Jasmin pergunta.

— Não, esse é só um apelido. — Respondo.

Por favor, não perguntem meu verdadeiro nome. Não perguntem, não perguntem, não...

— E como é mesmo o seu nome, Sam? — Suspiro ao ouvir a pergunta de Isvi.

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