- Você vai me matar de rir, sabe? – Armin gargalhava da mulher, enquanto tinha já uns dois botões da camisa social abertos e a risada fácil pelo vinho que havia finalizado jogando conversa fora com Hori, na sala da mesma.
Já se passavam das duas horas da manhã e os olhares já haviam se encontrado diversas vezes no meio tempo de conversa. Os orbes azuis não continham em observar os lábios perfeitamente desenhados falarem algo, com o riso frouxo.
- Acho que o vinho acabou. – A morena pronunciara sem graça. Não queria que a companhia do loiro cessasse. Havia esquecido que estava com o coração quebrado e que seu dia havia sido uma merda. No entanto, um fio de culpa a consumia por ainda não ter dito nada ao mesmo.
- Bem, está bem tarde. – Armin olhou direto nos olhos mais intrigantes que ele já vira. Também havia esquecido que seu dia e seus últimos anos haviam sido uma bagunça naquele momento. Hori era uma mulher esplêndida e não tinha ideia quem seria louco o suficiente para abandoná-la, mas esse alguém certamente existia.
Passou a língua nos próprios lábios, quando não havia mais nenhuma palavra a ser dita. Os dois quase deitados no sofá, olhando nos olhos um do outro, com ambas as bochechas coradas pela euforia das bebidas que haviam consumido.
Aquela noite ruim não soava mais tanto assim.
- É, está tarde. – Hori pronunciou, fazendo-o acordar do transe.
O Arlert se levantou, fez um pequeno carinho na gata da Nishimiya, que estava presente o tempo inteiro de conversa dos dois. Sorriu mais uma vez, observando-o levantar-se também do sofá, guiando-o até a porta. No entanto, quando a mão dele encostou na maçaneta, a dela pousou sob a mesma.
Hori não sabia se estava agindo por instinto, mas simplesmente teve vontade de fazer aquilo. Seu corpo se encontrava um pouco atrás do homem de costas para si e a respiração pesada do mesmo foi palpável com a proximidade, fazendo-o ficar olhando suas mãos juntas, como se o impedissem de ir.
Ele nunca fora um grande conquistador. Sequer teve muitas experiências distintas em sua vida, mas tinha consciência que desejou mais do que a companhia daquela estranha, que o acolheu em uma noite ruim e que o despertou algo que estava adormecido em si há muito tempo.
Tinha certeza, não queria ir.
Virou-se, encarando novamente aqueles olhos intrigantes. A diferença de altura de ambos era ínfima, então podiam encarar-se perfeitamente. Os corpos próximos o suficiente, mas ainda não haviam movido um dedo.
- Se você for, tudo bem...– Hori tentou continuar, apesar de nervosa. – Mas se você ficar...
- Você vai fazer minha noite ruim, melhor... – Armin completou, surpreendendo-a, passando as mãos ao redor da cintura da mais nova.
Seus olhos oceânicos percorreram novamente a mulher a sua frente. Não tinha dúvidas que a achou uma das pessoas mais bonitas que já vira. Em resposta, Hori passou os braços ao redor do pescoço dele, um pouco sem reação, por se sentir observada completamente de dentro para fora.
Ele segurou o rosto da mesma em sua mão, pedindo permissão com as bochechas avermelhadas. Ela apenas trouxe seus lábios para próximo, para que roçassem um no outro, percebendo o sorriso que brotou no homem, que fechou de vez qualquer distância entre eles.
O beijo lento soava como um acalento para os dois em suas respectivas noites conturbadas. A boca extremamente aconchegante de Armin beijava com carinho os lábios macios de Hori. A mão do loiro apertava os cabelos dela em seus dedos, enquanto a outra abraçava a cintura da mesma com certa paixão.
A passagem com a língua foi concedida pela Nishimiya, que se sentia acariciada como nunca fora em sua vida naquele beijo. Ele explorava sua boca com delicadeza e movia-se lentamente, como se quisesse a fazer sentir-se cuidada naquele ósculo.
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𝙒𝙊𝙉𝘿𝙀𝙍𝙒𝘼𝙇𝙇. - 𝐸𝑟𝑒𝑛 𝐽𝑎𝑒𝑔𝑒𝑟.
RomanceO passado influenciava o presente dele. No entanto, o presente dependeria tanto do que já aconteceu ou poderia ser alterado conforme alguém traz mudanças na sua vida?