Mau Hábito - Drarry

Capítulo Único

Desde que conheci e entrei para o mundo bruxo, praticamente tudo em minha vida era predestinado por alguma profecia — quer ela fosse real, quer fosse inventada pelos tabloides para ganhar dinheiro às custas do menino que sobreviveu. Mas dentre tantas e tantas coisas que foram escritas sobre minha vida, me relacionar com Draco Malfoy, claro que sem ser de forma antagônica, nunca fora uma delas. No entanto, depois de 7 anos da segunda guerra bruxa, aqui estamos nós em uma relação não nominada, mas constante.

E estou completamente fodido! Acho que seu eu adolescente  ia amar saber isso, Draco. Amar como você me deixa em confusão e toma todos os meus pensamentos. Amar saber como me tortura e me tem em mãos.  Amar como você me tira o sono e me dá novos vícios. Simplesmente amar, que o famoso Harry Potter, está à mercê de um sim de  Draco Malfoy.  

Mas eu sei que esse Draco, o que engatinha em meu colo e se derrete ao suspirar o meu cheiro, não. Então porque não deixar todos os seus casos e me dar um sim? 

Bem, eu sei! Na verdade, já imagino a sua voz de puro escárnio ao me chamar de grifinório imbecil e repetir o de sempre: "O mundo bruxo faria minha vida um inferno! Eu sou um ex comensal, claro que vão dizer que lhe dei alguma poção para você estar comigo"  

Ah se eles soubessem que fui eu que fui até você! 

Na noite em que esse nós começou, tudo foi um mero acaso. Eu estava voltando do trabalho cansado de tanto fazer relatório, a vida de auror às vezes não era tão emocionante e glamorosa  como imaginei em minha adolescência, e pensei que algumas bebidas iriam cair bem.  Então pelo primeiro pub que passei na Londres trouxa, entrei e não posso dizer o quão surpreendente foi te ver lá. Afinal, era um bar trouxa e bem, sabendo do seu histórico, era uma coisa que nunca poderia imaginar e confesso que até desconfiei de algum motivo obscuro, perdão, ainda tinha a força do hábito dos tempos da escola, onde tudo era você e sobre você.  

E pensando um pouco comigo, talvez essa obsessão já fosse uma pista de como você mexe comigo, mas era jovem e cheio de paranóias e medos demais, para enxergar.

Mas voltando, você está em um pub trouxa, era difícil de crê.  Principalmente ao reparar em suas veste, tão comum. 

Jeans, não calças de tecidos caros feita sob medida para o seu corpo, não, eram Jeans comuns que se encontraria em qualquer loja de departamento e porra, você estava fodidamente gostoso naquele tecido  apertado, que mesmo que não fosse feito especialmente pra você, se encaixava tão bem em suas medidas como se fosse. 

Todavia, não foi apenas isso que me chamou atenção e fomentou a minha surpresa, mas sim uma versão de você nunca vista por mim, e creio que por muitos.  Você estava leve, sorria. Não carregava o peso e as expectativas altas de ser um Malfoy, era só um jovem sorrindo e se divertindo em uma noite de sexta. E bem, eu acho que nunca vi um sorriso seu assim, e devo adiantar, essa foi a bebida mais forte que me acertou naquela noite. Afinal, claro que tinha te visto sorrir, foram 8 anos de rivalidade e às vezes até obsessão, então eu conhecia os seus trejeitos e expressões, ao menos em público, e  o Draco que conheci nunca riu sem preocupação, maldade ou por mera educação social. Não! Seus sorrisos nunca chegavam em seus olhos,  que naquele momento não era o cinza tempestuoso de sempre, não, tinham ponto de cor azul, aquele que se misturava na imensidão cinza de sua íris, era mais vivido. Era como o céu saindo de trás das  nuvens de chuva. 

E isso me desarmou. 

Qualquer ideia sobre você está tramando algo sombrio evaporou, eu apenas queria ir lá e dizer olá.  E bem, você me conhece, pensar antes de agir nunca foi meu forte e eu apenas fui até você sem qualquer ideia do que falar depois do oi. Não éramos mais inimigos, mas também não éramos amigos,  se nós esbarracemos no beco diagonal, talvez  um acenar de cabeça fosse dado, mas nada além. Mas naquele instante, eu queria ir além. Queria conhecer aquele homem leve e que chamava a atenção de todos, afinal,  não tenho mais a birra da infância e posso assumir:  você é lindo pra caralho.