Capítulo 3

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ESTEFANO

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Quando acordo o Gustavo não está mais na cama, o babaca pelo menos não fez barulho, vou me arrastando tomar café pra poder melhorar meu humor.

_ Hey, achei que tinha perdido o meu ajudante – falou o Hugo encostando-se à minha mesa e abrindo aquele sorriso cheio de dentes brancos.

_ Bom dia – sussurrei – estava esperando minha mãe entrar no quarto gritando pra eu me levantar.

Ele soltou uma gargalhada e se sentou na minha frente, ficamos conversando principalmente sobre o calor que estava fazendo enquanto eu terminava de tomar meu café.

_ Hugo você não está sendo pago pra ficar conversando.

_ Mãe – ele deu um salto e ficou de pé, encarando a mãe dele que estava com cara feia.

_ Fui eu que pedi pra ele me fazer companhia Maria – soltei um sorriso tentando ser angelical – depois eu ajudo ele pra compensar o tempo que ele ficou parado aqui comigo.

_ Capaz Stef que você vai fazer o trabalho do meu filho, cuida Hugo, chispa daqui.

E saiu conduzindo ele, dona Maria trabalhava aqui desde sempre, e era uma das poucas funcionárias que me chamava de Stef, antes de sair pela porta olhou pra trás e me deu um tchau, que me fez sorrir. Quando terminei meu café, levei minha louça até a pia, porque era isso que os meus avós faziam sempre depois de uma refeição, e fui atrás deles para dar bom dia, meu avô estava no escritório e minha avó como sempre andando pelo hotel conversando com os hospedes, e me falou que eu precisava acordar mais cedo pra tomar café com eles, como o Gustavo fez (e isso me fez anotar mentalmente que deveria acordar depois de meio dia agora).

Achei o Hugo atendente na piscina principal, servindo as bebidas que os hóspedes pediam e limpando as mesas e cadeiras da garoa da noite anterior, peguei um pano no balcão e fui até ele, já secando uma cadeira junto com ele.

_ Tá gostando de trabalhar aqui? – pergunto, pegando um copo de uma mesa e passando pra ele colocar na bandeja.

_ Gosto mais quando o meu chefe faz o meu trabalho – sorri ele.

_ Eu não sou seu chefe – protesto.

_ Não foi isso o que a minha mãe falou – rebate ele – o senhor prefere que eu lhe chame de senhor ou de milorde?

_ Para de ser idiota – ralhei jogando o pano em cima dele, ambos gargalhamos.

Recolhemos mais alguns copos vazios e levamos para o balcão, enquanto o barman, um hipster barbudo e com cabelo de coque, entregava novos drinks para ele ir entregar, peguei uma bandeja e levei junto.

_ Com licença senhora – abri o meu melhor sorriso quando fui entregar a bebida – foi a senhora que solicitou uma piña colada?

_ Obrigada – sorriu ela de volta pegando a bebida.

_ Depois senhora peça uma caipirinha de melancia, a gente usa melancias de plantação própria e é muito refrescante para tomar nesse verão viu, é só avisar que foi indicação do Estefano que é cortesia da casa.

A mulher confirmou o meu nome e agradeceu pela indicação, eu saí satisfeito pelo meu trabalho.

_ Sabe, você deveria pedir demissão do cargo de herdeiro – brincou o Hugo depois de ter entregado a bebida que tinha levado – você leva jeito como garçom.

_ Eu não sou o chefe, que inferno – protestei.

_ Estou zoando com a sua cara – gargalhou ele, me pegando pelo ombro – aliás se você ficar saindo por aí distribuindo drinks de cortesia vai falir seus avós.

DEPOIS DE TODO ESSE TEMPO?Onde histórias criam vida. Descubra agora