Capítulo 6

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GUSTAVO

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"Nada melhor que um dia depois do outro", eu nunca gostei muito dessa expressão porque os dias seguintes, por mais que sejam poéticos, não apagam tudo o que aconteceu no dia anterior, olho para o lado e o Estefano não está na cama, e como sei que é impossível ele ter acordado àquela hora, então só significa que ele não dormiu aqui, respiro fundo, esvazio a mente porque tenho outras coisas com que me preocupar agora, procuro o envelope pardo na mochila e vou tomar café.

_ Bom dia Gugu, dormiu bem? – minha vô pergunta assim que me sento na mesa, ela aparentemente dormiu melhor, muito embora deva ter usado remédios para ajudar.

_ Sim – respondo bebendo meu café com leite, a frase vem na ponta da língua diversas vezes, abro a boca pra falar, mas fecho, quando ela começa a se levantar eu falo tudo de uma vez – vó eu preciso de dinheiro.

Ela para no ato de se levantar, me olha tentando entender o que falei, tem uma certa indagação no olhar, percebo que ela quer voltar a se sentar e me fazer perguntas, mas por algum motivo desiste e termina de se levantar falando.

_ Claro Gugu, temos que conversar com o seu avô, tudo bem? – Tem um sorriso no rosto dela, mas desaprovação no olhar, não que eu me importe, estou acostumado com esse olhar, só preciso da grana.

Repasso mentalmente a frase que ensaiei várias vezes, enquanto caminhamos em direção ao escritório do meu avô, ela bate 2 vezes e abre a porta.

_ Está melhor meu filho? – pergunta meu avô assim que me vê.

_ Esquece – respondo dando meia volta e saindo, batendo a porta atrás de mim.

Aquele olhar eu não aceito, não quero a piedade de ninguém.

O quarto continua do mesmo jeito, se o Estefano veio aqui tomou cuidado de não deixar vestígio, visto uma sunga branca e vou me exibir na beirada da piscina. Arrumo o garotão pra deixar bem marcado e me deito de barriga pra cima, com as mãos embaixo da cabeça, noto que algumas mulheres passam encarando ele, e mesmo que eu me recuse a gostar, alguns homens também, alguns com aliança no dedo e uma criança no colo.

_ Oi – ouço do meu lado e quando me viro vejo uma moça, 2 ou 3 anos mais velha que eu, mais morena também e cabelo que dava de perceber que era alisamento.

_ Eaí – respondo me virando de lado pra ficar de frente pra ela, apoiando a cabeça no braço esquerdo.

_ Minha amiga pediu pra falar que quer ficar com você – falou ela meio sem graça e apontando pra trás, eu me inclinei levemente e vi pra quem ela estava apontando, não era feia, mas com certeza não era o tipo de moça que atraía olhares ali.

_ Qual o seu nome? – pergunto.

_ Marcela e a minha am...

_ E se eu quiser ficar com você Marcela – falo, abrindo um sorriso travesso.

Ela fica visivelmente sem graça, olha pra trás pra ver se a amiga está olhando, olha pros lados.

_ Eu tenho namorado, e a minha amiga que pediu – ela está colocando uma mecha de cabelo pra trás da orelha.

_ E ser for a três? – falo me sentando com as pernas abertas, e como esperado, o olhar dela é atraído para o meio – meu quarto é o 315.

_ Vou falar com ela.

_ Te espero às 20hrs – dou uma piscadinha – leva ela.

Quando ela se afasta eu me viro e avisto o Estefano, ele está vindo em minha direção, mas quando me vê para e dá meia volta, para de novo e pula na piscina, não me surpreende o fato dele ter pulado de roupa na piscina, ele nunca gostou de ficar sem camisa, e não me lembro dele algum dia ter usado uma sunga, ele nada até a outra margem, cruza os braços na borda e deita a cabeça.

Estamos cada qual em uma ponta da piscina, e fico pensando, e se a gente não tivesse sido flagrados? Eu iria estar com ele na piscina? Talvez um jogando água no outro igual dois idiotas, ou brincando de pega-pega na água, jogando bola? Será se estaríamos juntos até hoje? Ou em algum momento teríamos percebido que foi só uma fase, cada qual seguiria seu caminho e só nos encontraríamos no aniversário de algum parente e iríamos fingir que nada aconteceu? E se nada tivesse acontecido, será se seríamos pelo menos amigos? Fico pensando em como as coisas poderiam ter sido diferentes, e acho que isso torna tudo ainda mais difícil.

Sigo o olhar dele e percebo que ele está olhando para o Hugo, deve estar se lembrando da noite que tiveram, me levanto e vou em direção a ele porque preciso acabar com aquilo, ignoro as reclamações das pessoas que esbarrei no caminho, seguro no braço do Hugo e falo baixinho.

_ Vem comigo – faço sinal com a cabeça.

Confio na curiosidade do Estefano, vou para o banheiro dos fundos que é usado só por funcionários, deixo a porta com uma brecha de propósito.

_ Me dá uma mãozinha aqui – abaixo a sunga e coloco minha pica pra fora.

O Hugo não fala nada, ele queria aquilo, ele sempre olhava descaradamente pra mim depois me encarava com desejo no olhar, então ele só caiu de boca, era a boca de alguém que sabia que estava fazendo, eu não estava esperando por aquilo, fechei os olhos na hora e abafei um gemido, quando abri os olhos, vi de canto de olho o Estefano espiando e então indo embora.

A língua dele percorria cada centímetro da minha rola, ele conseguia enfiar tudo na boca, em sentia a garganta dele, e então ele ia tirando aos poucos e alisava a cabecinha com a língua.

_ Para – sussurrei apoiando as mãos na parede, mas falei só pra mim porque não queria que ele parasse. Ele estava de joelhos, tirou a própria rola pra fora e ficou batendo uma punheta, o pinto dele era maior e mais grosso que o meu, e olha que eu me orgulhava muito da minha peça, eu fiquei olhando, meu coração começou a acelerar e a minha boca a salivar.

_ Chega – falo puxando a cabeça dele pelas tranças pra longe do meu pau, ele ainda faz força pra voltar com a boca aberta e a língua de fora, mas eu coloco meu pau pra dentro da sunga.

_ O que foi cara? – pergunta se levantando, com o pau dele ainda na mão.

_ Não gostei tá legal.

_ Me pareceu que estava curtindo bastante.

_ Own, tá me estranhando – falo estendendo a mão pra impedi-lo de se aproximar, revezando entre olhar pra ele e pro pinto dele, que por mais que eu tentasse evitar não conseguia parar de olhar.

_ É por causa do lance com seu primo?

_ Já falei que não tem lance nenhum – rebati.

_ Então porque me falou pra me afastar dele – ele falava sem parar de bater punheta – agora pede pra eu te chupar?

_ Porque eu conheço o teu tipo, tá legal? E estou falando sério, se tu não se afastar dele vou contar tudo pro meu avô – só então ele tirou a cara de safado e ergueu o shorts, escondendo o pau e me libertando do transe, eu já estava com a mão na porta, mas falei antes de sair – fica longe do meu primo e eu não abro a boca.

Não há nada que eu poderia fazer ali que não posso fazer com a Marcela e com aquela amiga dela, preciso achar as duas pra me aliviar.

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