Anos após ao término turbulento com Pablo, Katherine retorna à cidade onde conheceu sua perdição. Adulta e com uma filha à tira colo, ela retoma as rédeas de sua vida e assume o papel de mãe solo. Mas o tempo em que ficou distante não a preparou par...
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- Diana, você está sendo intimada a me fazer companhia!
- Amiga, tenho um compromisso hoje, não consigo.
- Mas nem te falei pra onde! - bufei.
- Não importa, eu vou estar ocupada. - respondeu de forma estranhamente alterada.
- Já entendi!- respondo com a voz embargada.Maldita TPM! - Vou checar se a Patricia tá afim de ir. Beijo!
- Kat... - escuto ao longe, momentos antes de eu encerrar a chamada.
Depois de recusar uma chamada de Diana, ligo para Paty, que me atende no segundo toque.
- Fala, gata!
- Paty, tá livre hoje à tardinha?
- Posso liberar um horário na minha agenda pra você. - debocha. - Em qual furada você quer me meter?
- Nada de furada! - respondo brincalhona. - Só uma tarde de autógrafos do lançamento de um escritor que eu gosto. Vai ser numa livraria perto do escritório.
- Sabia que era furada! - bufa do outro lado da linha.
- Vai ter um coquetel logo em seguida... melhora? - um apelativo irresistível para minha amiga hiperssociável.
- Hmmm... agora você tá falando minha língua! Mas, me diz, como você conseguiu acessos pro coquetel?
- Com uns contatos que fiz no último evento cultural que cobri.
- Quem tem amigos, tem tudo! - rimos. - Que horas vai ser esse rolê? Podemos chegar só pro coquetel? - pergunta divertida.
- Os autógrafos começam às quatro e o coquetel por volta das seis. E eu quero o autógrafo do cara, então nem pense em atrasar!
- Quem é esse tal autor? É gato?
- Não sei, nunca vi. Ele escreve sob um pseudônimo.
- Porra, é feio com certeza! E. Como você sabe se é homem?
- Ele escreveu, em primeira pessoa, um livro sobre o processo de desintoxicação dele. Muito bom, inclusive! E agora ele tá lançando uma biografia romantizada de antes disso, quando ele ainda estava envolvido com drogas. Quero comprar hoje.
- Tá bem, me convenceu! Você passa aqui?
- Claro! Às três e meia?
- Combinado! Beijos, gata!
- Bye!
Encaro o relógio na parede que marcava onze e meia da manhã. Eu preciso fazer comida, dar almoço pra Paula, tomar banho com ela e arruma-la a tempo de deixa-la na casa da vizinha - meus pais foram numa festa de aniversário de um amigo dele do trabalho - e me arrumar pra buscar a Paty. Tudo isso em quatro horas. Que o universo esteja do meu lado.
