• 05

46 8 5
                                    

Acordo com um choro baixo perto de mim e meu cérebro entra em estado de alerta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Acordo com um choro baixo perto de mim e meu cérebro entra em estado de alerta. Abro os olhos instantaneamente e vejo Paula encolhida ao meu lado. Em algum momento da noite ela deve ter saído do colchonete e subido pra cama, mas eu mal percebi de tão cansada que estava.

Ela ainda dormia, mas pelo jeito que se remexe e choraminga, provavelmente está tendo algum pesadelo. A acolho em meus braços e a embalo levemente, sussurrando uma canção de ninar para tranquilizá-la em seu sono. Suspiro aliviada quando seu semblante volta a ficar sereno e fico admirando-a um pouquinho, agradecendo aos céus por me permitir ser mãe de uma garotinha tão maravilhosa como ela.

Com cuidado, me levanto e a deixo confortável na cama. Pego meu celular e saio a passos silenciosos, deixando a porta do quarto levemente encostada. O apartamento ainda está silencioso e vejo no relógio do celular que ainda é bem cedo. Tento me distrair zapeando pelos canais da TV a cabo, mas o horário não colaborava para as atrações, então decido preparar o café da manhã para minha família. Meus pais não costumavam acordar tarde, nem mesmo aos fins de semana, então logo logo estariam levantando.

Demoro um pouco mais que o previsto pois precisei abrir e fechar armários e gavetas para encontrar o que precisava, mas consegui preparar algumas coisinhas. Deixei tudo na mesa e fui passar o café, deixado por último para que não esfriasse. Estava terminando quando minha mãe encostou no batente da porta da cozinha, com um sorriso de orelha a orelha.

- Bom dia, masterchef! - brinca. - O cheiro desse café está delicioso!

- Especialidade do interior, senhora! - faço uma mesura.

- Quer ajuda?

- Não se preocupe. Só senta lá na mesa que já estou terminando aqui. - ela assente. - Cadê meu pai?

- No banho, mas já deve estar acabando. - comenta, antes de voltar para a sala.

Coloco a garrafa térmica na mesa ao mesmo tempo que meu pai chega até nós, com os cabelos ainda molhados.

- Ora, ora, o que temos aqui?! - encara os ovos mexidos e o bolo de fubá que eu orgulhosamente dispus. - Nossa menininha cresceu mesmo, Mari. Acorda com as galinhas e já não passa fome! -  faz uma careta, me provocando.

- E eu achando que estava orgulhoso de mim. - o empurro delicadamente com o ombro, brincando.

- A que devemos a honra desse belo café da manhã, filha?

- Acabei acordando com a Paula tendo um pesadelo e perdi o sono. Dai tive a ideia de preparar o café de vocês em agradecimento por terem oferecido um lugar aqui pra gente ficar.

- Filha! - meu pai parece ofendido. - Como se existisse alguma possibilidade de nós não querermos vocês aqui conosco!

- Eu sei, mas... - merda de TPM! Sinto meus olhos queimarem pela chegada das lágrimas. - Depois de tudo o que fiz, tudo o que aconteceu, eu...

Para Além dos Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora