IV

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Sunghoon sentiu um certo alívio ao ver que estava em sua casa. O hospital fora estressante. Ataduras, gessos, injeções, soro, cirurgias, lágrimas, dores e pesadelos. Sempre que ele adormecia na desconfortável cama do hospital, aquele momento se repetia em sua mente. Sua mãe teve que acordá-lo diversas vezes, pois ele chorava compulsivamente, como se estivesse sufocando.

-Jakey! O Park chamou.

Jake estava subindo com suas malas depois de se despedir de Jay.

-Já vou! Ele respondeu.

Depois de deixar as malas no closet de Sunghoon, o Sim, com um sorriso no rosto, se sentou na beira da cama, e disse:

-Do que você precisa, Hoonie?

-Eu preciso...Estou com vergonha de dizer...

-Não tenha vergonha, Hoonie

-Eu preciso ir ao banheiro, mas não sei se consigo...Sozinho

-Então vamos lá! Jake se levantou, e delicadamente, colocou o Park na cadeira de rodas.

-Desculpa, Jakey...

-Não se desculpe, estou aqui para cuidar de você

...

-Vamos tomar banho? Perguntou Jake.

Sunghoon estava deitado na cama, lendo um romance. Ele estava usando um confortável suéter azul e uma calça moletom preta. Jake estava com uma blusa com capuz branco e jeans. As luzes de Gangnam já brilhavam lá fora, um brilho pálido, invernal.

O Park deixou o livro na cômoda, ao lado dos remédios, e levantou os braços para que o Sim o colocasse na cadeira.

-Eu acho que consigo me lavar, mas não sei se consigo lavar as costas e as pernas... Sunghoon fez uma careta, demonstrando o seu desconforto. No hospital, sua mãe lhe dava banho, ele não se sentia desconfortável por dois fatores, primeiro, era a sua mãe, e segundo, quando sua mãe insistia em fazer algo, ela ia fazer ele querendo ou não. Com Jake era diferente, os dois já eram amigos fazia algum tempo, e Jake era seu auxiliar nas competições, apesar de seu corpo despido não ser uma novidade para o Sim, ele não queria que seu amigo visse os hematomas. Ele não queria que Jake visse sua fragilidade.

Imitando um drama de época, o Sim disse:

-Vamos para o seu banho, Príncipe Real Sunghoon! E depois dele, vamos descobrir uma conspiração dos ministros!

O Park riu, por um instante, toda sua dor desapareceu.

...

Jake lavava as costas de Sunghoon cuidadosamente, reduzindo o ritmo ao se aproximar das costelas. Os hematomas desapareciam gradualmente, e os cortes cicatrizavam nas pernas do patinador. O Sim insistiu para entrar na banheira, e o Park permitiu, porém com uma condição, Jake deveria usar uma cueca. A água estava quente e pequenos blocos de espuma flutuavam entre os dois.

-Vamos sair? Perguntou Jake. Sunghoon concordou. O Sim se levantou, e puxou corpo do Park, que gemeu de dor, ao colocar Sunghoon em um banco, Jake perguntou, assustado:

-Você tá bem? Eu te machuquei?

-Tá tudo bem, só doeu um pouco na hora que você me levantou, acho que tomar banho de banheira não é uma boa ideia afinal...

Eles trocaram um sorriso. Ambos estavam levemente envergonhados com o encontro de corpos que havia acontecido alguns minutos atrás. Jake pegou a toalha e começou a secar Sunghoon, que parecia mais tranquilo, mais feliz, do que de manhã.

-O Sunoo e o Niki vão vir aqui amanhã, contou Jake, terminando de secar os cabelos castanhos do Park.

-Espero que o Sunoo esteja melhor...

Sonata de Seoul - Jakehoon Onde histórias criam vida. Descubra agora