Sonata de Seoul - Jakehoon

XI

No caminho das cerejeiras, era possível ver a 83 Tower, que como a Namsan Tower de Seoul, é um dos cartões-postais da cidade. Era um daqueles entardeceres particularmente bonitos, onde você consegue perceber algo diferente no ar, um certo cheiro, um certo sabor, como o sabor da vida.

Jake empurrava a cadeira de Sunghoon, enquanto o vento espalhava as delicadas pétalas pelo caminho. Jungwon e a Senhora Park conversavam alguns centímetros de distância deles. Nenhum transeunte conseguiam ficar indiferente em relação as cerejeiras, e todos paravam, pelo menos por alguns segundos, para se perder na sua beleza.

-Obrigado por me visitar, Jake, disse Sunghoon.

-Eu estava te devendo uma visita, mesmo conversando com você por mensagem, te ver pessoalmente é sempre...diferente

-Há certos sentimentos que mensagens criptografadas não conseguem traduzir, pena que você não pode vir quando o Sunoo estava aqui

-Ah sim, vida de estudante, sabe como é, como está o Sunoo?

-Está bem, vai gravar outro álbum, o Niki veio também

-Eles são inseparáveis, sorriu Jake.

-Como estão as coisas com o Jungwon?

-Estão bem, você sabe, ele é...

-Adorável

-Isso, ele corou.

Uma pequenina pétala posou, como uma borboleta, na cabeça de Sunghoon. Jake retirou a pétala e deixou o vento levá-la de sua mão.

-Hoonie, posso te perguntar uma coisa?

-Claro, ele sorriu.

-Você me ama?

-Sim, amo

-Mas você me ama daquele jeito? 

-Não sei dizer, você sabe, eu sou uma pessoa muito complicada quando se trata de sentimentos, apenas sei que amo você, e que seu sorriso é uma das coisas que mais valorizo nesse mundo

-Sunghoon...Ele acariciou os cabelos do Park, que pegou a sua mão e deu um beijo nas costas.

Por exatos dezoito segundos, era como se o tempo tivesse parado.

-Jake! Chamou Jungwon.

-Sim, Jungwon?

-Vamos tirar uma foto de vocês!

Eles pararam ao lado de uma bela cerejeira, o chão ao redor da árvore estava preenchido por um travesseiro de pétalas. Jake descansou o braço no ombro de Sunghoon, que por um momento achou que fosse chorar, mas ao invés disso, sorriu.

Eles sorriram para a câmera da Senhora Park. Aquele momento foi registrado. Não apenas em uma foto, mas no coração de todos os presentes.