Um Amor Para Lan Xichen (Xicheng)

08 • Amor a primeira vista

Jiang Cheng não estava conseguindo dormir como de costume, sempre vinha na mente o cheiro de lavanda que emanava do homem que o abraçou, e depois de um longo tempo pensando, ele sentia que já tinha o visto em algum lugar antes. Não era como se tivesse se sentido familiarizado ou algo do tipo, mas aquela maneira de se vestir o lembrava de alguém, só não sabia quem.

A fita na testa do homem estava torta, seus olhos pareciam conter sérias olheiras acumuladas de alguns anos, mas ele estava tão belo, e por que o abraçou tão desesperadamente? Eles já se conheceram? Tiveram algo? Ele já foi corta-manga? Ou tinha sido confundido com outro? Afinal não conseguia se lembrar seu nome verdadeiro. E Wanyin parece um nome que não seria dele, ou seria?

Dúvidas intermináveis passavam pela mente do Jiang, ele estava deitado, Jingyi já havia ido dormir algum tempo, junto com Ziyuan. Jiang Cheng lutou tanto para se lembrar que chegou a desistência, uma horas suas memórias voltariam ele tinha certeza disso, mesmo que após treze anos o máximo que podia se lembrar eram apenas duas pessoas...

- Filho? - ZiYuan bateu na porta do dormitório do jiang.

- Fale mãe, aconteceu alguma coisa? - Jiang Cheng respondeu enquanto se levantava rapidamente para abrir a porta. Ela sempre sabia quando ele não estava muito bem.

- Algo está o incomodando? Desde a caçada mais cedo, você chegou diferente.

ZiYuan conhecia Jiang Cheng muito bem, sabia ler todas as suas expressões e seus medos.

- Mãe, um cultivador me abraçou hoje, e me chamou de Wanyin - Jiang Cheng contou enquanto os dois se sentavam a cama dele.

- Acha que tem relação com sua perda de memória?

- Não sei mãe, mas não me veio nada a cabeça sobre esse nome. Aquele homem pode ser só um cultivador sem sanidade que me confundiu com alguém - O Jiang comentou enquanto ZiYuan afagava seus cabelos de maneira amorosa.

- Pode ser, não fique com muitas coisas na mente, eu sei que uma hora se lembrará de tudo e conseguirá a paz que tanto almeja.

ZiYuan beijou o topo da cabeça do Jiang e se levantou para sair.

- Fique com Jingyi amanhã, irei comprar algumas ervas medicinais, as nossas acabaram. Por favor durma e esqueça sobre estas coisas. Se for para que se lembre, você lembrará, não se force querido - ZiYuan alertou enquanto saia e fechava a porta cuidadosamente para não acordar Jingyi que dormia no dormitório ao lado. O pavilhão deles era grande, com um tempo Jiang Cheng construiu um dormitório para cada um, e uma cozinha para sua mãe cozinhar.

ZiYuan estava feliz, tinha o filho que sempre sonhou, demorou para que ele pudesse chamá-la de mãe, mas bastou uma vez e ele nunca mais parou. Enquanto o descarado do Jingyi sempre a chamou de vó desde que era novinho.
As vezes ZiYuan ainda se lembrava tristemente do choro da criança quando o encontrou, os gritos iam entoando sobre seus ouvidos, ele estava rodeado de lobos, um já havia até mordido a perna dele. Se ela não tivesse sido corajosa e enfrentasse os lobos com pedaço de madeira, o menino teria sido devorado ali mesmo. Jingyi nunca comentou sobre isso com ela, mas Ziyuan sabia que ele se lembrava, ela sabia que Jingyi era mais sensível do que aparentava ser. Por isso no dia seguinte ela iria sair para comprar alguma coisa para anima-lo, já que ele estava um pouco bravo com Jiang Cheng por não deixá-lo ir para sua primeira caçada noturna.

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No dia seguinte andando em meio algumas barraquinhas de livros Ziyuan encontrou o livro perfeito para seu neto: Como ser cortês e obediente.

A mulher já ia pegar o livro quando derepente uma mão foi mais rápida e o pegou, deixando a mulher um tanto magoada. Iria se virar para ver o indivíduo e quem sabe conversar para que ele escolhesse outro. Jingyi precisava desesperadamente de tal livro! Sua falta de cordialidade e desobediência eram algo assustadores, e anos retrucando com seu pai só fizeram tudo ir piorando.

- Com licença - antes que pudesse dizer alguma coisa a voz da mulher se calou imediatamente, havia um homem alto com pequeno bigode e cavanhaque, sua pele era branca como flocos de neves, seus cabelos eram enormes e negros, e possuía uma fita perfeitamente alinhada na testa, tinha um padrão de nuvens na mesma, e dele emanava um cheiro maravilhoso de jasmim. Ziyuan quase desmaiou com o tanto que seu coração acelerou. O que era aquele homem? Um imortal? Céus! O que aconteceu com ela? Por que não consegue dizer nada? Pedir o livro ?

Quando Lan Qiren ouviu a voz doce da pequena mulher se virou para vê-la, e deu um passo atrás derrubando uma estante de livros, deixando o homem cuidava da biblioteca assustado.

A beleza da mulher surpreendeu o Lan a tal ponto? Seus cabelos eram avermelhados beirando ao ruivo, olhos verdes muito claros, pele negra e quadris largos. Seus robes eram desgastados e pareciam antigos e reaproveitados. A mulher tinha uma bela pinta abaixo dos olhos e bochechas levemente coradas.

Lan Qiren abandonou o livro no chão, e saiu em passos rápidos da biblioteca deixando para trás os livros, e a bagunça para o dono do estabelecimento arrumar.

- Com licença, vou querer este - Ziyuan disse ao homem que ainda recolhia os livros do chão. Ainda estava surpreso que o grande mestre Lan Qiren fez tal coisa e ainda fugiu como uma criança que foi descoberta aprontando. Era algo surpreendente.

- Pode levar, não precisa paga-lo. Está aí a anos.

Ziyuan mostrou um sorriso alegre e se retirou, depois passaria em alguma outra barraca e compraria doces para seu filho e seu neto. Mas mesmo andando entre barracas ainda não conseguia esquecer aqueles olhos castanhos do homem, parecia tão puro e imaculado, parecia tão intocável, por um momento achou que tivesse visto um imortal.

Sua mente fantasiou vendo aquele homem a todo momento, poderia ela estar ficando louca?
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Notas autora👇🏻

Pouco do Romance do QiYuan. Hétero Pânic MDS ksksksks

Sim ele chama de mãe, porque.... Porque eu quis. Jiang Cheng mereceu uma mãe que o cuidasse com amor e carinho então ele teve por treze anos, e terá por toda uma vida! Porque eu adoro isso! Adoro o fato que ele pode receber tudo que não recebeu algum dia no passado!