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   Quando chego em casa eu estranho, casa silenciosa, até de mais.
   Entro dentro de casa e sou surpreendida com um estouro e logo confetes caem do alto.

  – Parabéns filha!- diz minha mãe segurando um capcake com uma vela acesa

   Você pode estar pensando (ou talvez não): nossa só um capcake!?
   Sim, e o motivo é bem simples No verdade.

   No meu aniversário de 15 anos pedi para eles não fazerem mais um bolo grande, que quando eu quisesse, eu falaria. No começo eles relutaram, relutaram muito, mas acabaram aceitando, mas dizendo que pelo menos alguma coisa eu ia ter.

   E desde então sou surpreendida com cafés da manhã, mini surpresas, e mais algumas coisas.

  – Obrigada mãe, obrigada pai- vou até eles e os abraço - muito obrigada

  – Seu tio disse que vai passar aqui mais tarde - diz papai

  – Quer alguma coisa de especial para a janta?

  – Não obrigada, estou muito cansada então vou apenas deitar e descansar um pouco

  – Tudo bem então meu amor- fala mamãe enquanto se aproxima e me abraça novamente - quando seu tio chegar posso falar para ele subir?

  – Pode sim, obrigada- me volto para a escada e começo a subir

   Quando chego no meu quarto vou direto tomar banho e logo após me deito na cama e fico olhando para o teto quando alguém bate na porta

  – Sim?

  – Posso entrar? - diz ele colocando a cabeça para dentro

  – Entra tio - me sento com as pernas cruzadas sobre a cama

  – Feliz aniversário - ele me entrega uma caixinha

  – Muito obrigada tio - pego a caixinha e coloco sobre o criado mudo ao lado da minha cama

  – Como você está?

  – Acho que bem

  – Acha?

  –Sim, não tenho total certeza se estou

  –Entendi

  – Tio

  – Sim?! - ele reeponde com aquele sorriso acolhedor, ele sabe oque vou pedir

  – Posso te pedir uma coisa?

  – Qualquer coisa - ele se arruma mais no colchão e olha para mim

  – O senhor pode me contar de novo a lenda?

  – Você tem certeza? - afirmo - tudo bem então - ele fala e eu volto volto me deitar

   Já tivemos uma conversa séria sobre ele me contar essa lenda.
   No começo ele relutava dizendo que me contar ela, podia acabar me machucando ainda mais. Mas eu sou insistente e acabei "ganhando" por assim dizer

  – O fio vermelho do destino, - ele come a falar - o fio vermelho que conecta os que estão destinados a se conhecer independente do tempo, lugar ou circunstância o fio pode esticar ou embaranhar, mas nunca irá se partir, e nós temos a prova de que isso é real. A lenda conta que no momento em que nascemos estamos destinados a ficar juntos. Os Deuses amarram um fio vermelho no nosso dedo mindinho, que conecta com outra pessoa, quanto mais longo e distante o fio, mais doloroso é triste será esse encontro, porém quanto mais perto, mais felizes e alegres estarão, não importa quantos relacionamentos tenha, quantos amores teve, só vais sentir o verdadeiro amor quando estiverem juntos. Mesmo que não se encontrem nessa vida, o destino estará ligado em outra.
  
   "Conta a lenda que, há muito tempo atrás, um imperador teve conhecimento de que, em uma das províncias do reino, vivia uma bruxa muito poderosa. Ela tinha a habilidade de ver o fio vermelho do destino, Akai Ito. Ele ordenou que a trouxessem à sua presença.
   Quando estiveram frente a frente, o imperador ordenou que ela encontrasse a outra extremidade do fio invisível que ele levava atado ao dedo mindinho e o levasse ao encontro daquela que seria sua esposa. A bruxa aceitou o pedido e começou a seguir o fio.

   A incessante busca os levou a um mercado, onde uma pobre camponesa, que trazia um bebê nos braços, oferecia seus produtos. A bruxa chegou até a camponesa, colocou-se de frente para ela e a convidou a se levantar.
   A bruxa chamou o imperador e lhe disse: 'Aqui termina o seu fio'. Ao ouvir o que lhe dizia, o imperador ficou bastante irritado. Acreditava ser um escárnio da bruxa. Ele empurrou a camponesa que, ainda, carregava o bebezinho em seus braços e esta caiu, fazendo com que o bebê ficasse com uma ferida na testa. Ordenou aos guardas que detivessem a bruxa e cortassem sua cabeça.

   Tempos depois, chegou a época em que o imperador se casaria e sua corte recomendou que o melhor fosse ele se casar com a filha de um general muito poderoso. Ele acabou aceitando o casamento.

   No dia do casório veria, pela primeira vez, o rosto de sua esposa. Ela entrou no templo com um lindo vestido e um véu que a cobria completamente.
   Quando ele levantou o véu, viu que o bonito rosto da moça tinha uma cicatriz muito peculiar na testa.
   Dessa forma, o fio vermelho do destino se revelava para o casal.
  
   Porém, hoje, ao completarmos uma certa idade conseguimos ver o nosso fio, apenas nós mesmos conseguimos vê-lo."

   Quando ele termina de contar eu já estou sonolenta, apenas agradeço em voz baixa e logo sou levada para o mundo dos sonhos.

Akai Ito 'Unidos Por Um Fio'Onde histórias criam vida. Descubra agora