– Qual é o seu lance com a Rossi? Tipo, parece que vocês não se dão nada bem. Mas se for algo pessoal, não quero forçar nada
– Somos parceiros agora, - entrego o celular para ele - acho que você merece saber, por mais que eu achace que você já sabia. Me diz, a quanto tempo está na escola Adrien? - digo olhando para a iluminada Paris em baixo dos nossos pés
– Mais ou menos três anos, por quê?
– Então você não sabe de nada não é?
– Depende do que se refere
– Fico impressionada pelas fofocas não terem chegado a seus ouvidos
– Eu não ficaria. Eu ignoro completamente oque as pessoas a minha volta estão falando
– Bom, eu não me dou bem com a Rossi por um motivo bem específico. E não é pela cara de nojo que ela tem. - o vejo dar uma risada anasalada - Bom, me impreciono de saber que você não sabe. Já percebeu que não são muitas as pessoas que se aproximam de mim certo?! - ele afirma - bom é que nesse mundo, as pessoas seguem um padrão sabe, um padrão de que se você não tem um fio, você é um desajustado, desigual, e bem, eu sou essa pessoa. Sempre fui apaixonada pela nossa lenda e esperava meu momento, mas quando ele chegou, bem, não chegou. E de alguma forma isso acabou se espalhando e cada vez mais pessoas foram se afastando. Alya não me abandonou em momento algum e Nino também não se afastou mas também não se aproximou mais. Continuou na mesma já que ele sempre foi bem tímido e afastado.
Adrien é um bom ouvinte, ouviu tudo desde o começo sem dizer uma palavra sequer, apenas negando ou afirmando com a cabeça, e algumas vezes dando algumas risadas anasaladas
– Com o tempo, descobrimos quem espalhou que eu não possuía o fio vermelho, e você deve imaginar quem foi. E é assim até hoje, elas ainda me tratam da mesma forma, eu tento não ligar para isso mas as vezes penso que talvez eu seja amaldiçoada sabe?! A única pessoa na história que não tem o fio. As vezes penso que eu não sei qual o meu propósito neste mundo, talvez eu tenha vindo para me juntar a todas as outras interrogações que tem por aí.
– Você não é a única - ouço ele falar baixo com o olhar no céu estrelado sobre nós
– Como assim?
– Nada não, esquece
– Adrien
– Não é nada, - ele pega minha mão e deixa um celar, certamente isso me pegou desprevenida e eu senti meu rosto esquentando - não se preocupe, você se sente sozinha? Incompleta às vezes?
– As vezes, mas aprendi a conviver com isso tranquilamente
– Mas você já buscou saber o porquê? O motivo de você não ter o fio
– Não se sabe ao certo, mas também cansei de ir atrás para evitar ficar me depremindo tanto. Mas é você Adrien Agreste?
– Oque tem eu?
– Eu contei da minha vida para você, conte um pouco de você
– Um pouco? Tá bom. Eu moro com meu pai, minha mãe vive viajando mas depois que nos mudamos para cá ela tem passado mais tempo em casa se comparado a antes, sou natural daqui mas fui embora aos dez anos de idade e retornamos, como sabe, a três anos. E como você também sabe, tenho que aturar algumas declarações indesejáveis ao longo de alguns dias da semana
– Você não se importa com sua fama de ser uma pessoa rude?
– Para as pessoas, ser curto e direto significa ser arrogante, mas não é exatamente isso e não é como se eu me importasse, me importo com oque as pessoas que eu gosto e se importam de verdade pensam de mim, as outras podem falar e pensarem oque quiserem
– Você faz o certo sabia?! É bom não ficar se importando com oque os outros acham mas eu, tipo, acredito que lá no fundo, tipo, bem no fundo mesmo, você seja uma boa pessoa, carinhoso, fofo
– Vai sonhando
– Oque custa sonhar não é mesmo?! E Adrien
– Hm
– Pode me chamar de Mari ok? Espero que possamos levar isso a frente e nos tornarmos bons amigos, aja naturalmente comigo, aja como você mesmo se possível
– Vou tentar, obrigado Mari - ele dá um sorriso que dessa vez não é anasalado ou de sarcasmo, e sim um sorriso verdadeiro, de gratidão.
AVANÇO
Depois de mais um tempo conversando, resolvemos nos transformar e dar mais uma ronda pelas ruas de Paris para ver se realmente estava tudo ok. Logo após nos separamos e fomos cada para um para um lado diferente seguindo para nossas casas
A conversa que tive com ele foi boa, me fez ter mais ideia de quem ele é de verdade e não aquele cara arrogante que todos veem, e sim o amigo que o Nino tanto se importa.
Sinto que vem uma nova amizade e parceria vem pela frente. E uma que vai valer a pena e com alguns acontecimentos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Akai Ito 'Unidos Por Um Fio'
FanfictionPor volta dos 10 ou 9 anos, aparece um fio vermelho para cada pessoa. Mas não um fio vermelho comum, esse fio lhes guia até a sua alma gêmea, a pessoa que é a certa. Porém somente você consegue ver quem é a pessoa ligada juntamente a si no fio. ...