Recomeço

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  Kojiro mandou cinco mensagens naquela noite.
  Mais cinco no dia seguinte.
  E mais três no dia presente.
  Todas sem respostas.
  Nem mesmo foram visualizadas.
  Kojiro afundou o rosto nos braços, dando um longo suspiro de frustração.
  Como tudo deu errado em tão pouco tempo?

  — Pai? Posso entrar? — a voz de Reki soou do outro lado da porta.

  — Claro, filho.

  Reki adentrou o quarto do pai, analisando o ambiente.
  As roupas de trabalho de Kojiro estavam jogadas num canto do quarto. Dois pares de sapatos sociais estavam empilhados na frente do guarda roupa junto dos tênis de corrida. Para piorar, o pai ainda nem tinha tirado a calça e a camiseta esportiva.
  Já tinha duas horas que Kojiro havia voltado da academia. 

  — Oque é tudo isso? — Reki fez um gesto abrandando todo o cômodo.

  — Uhm… — Kojiro rodou na cadeira de escritório, olhando para a bagunça — Desculpa, filho. O papai ainda não teve tempo de arrumar.

  — Pai, o senhor está assim há três dias! Geralmente você não passa nem de um dia sem arrumar o quarto. Essa é sua regra número um!

  Kojiro tirou os óculos de leitura e arrumou o cabelo suado, com vergonha estampada no rosto.
  Estava se deixando afetar tanto pelo acontecimento com Kaoru, que estava levando bronca do próprio filho.
  Você é um adulto, Kojiro! Se recomponha!

  — Tem razão, campeão. Vou tomar um banho e dar um jeito nisso tudo — o mais velho se levantou, bagunçando o cabelo do filho com carinho.

  — Claro — Reki sorriu, um pouco preocupado. Porém resolveu não perguntar nada  — Só vim avisar mesmo que vou sair com Langa, nós vamos andar um pouco de skate.

  — Então tá indo pra um encontro, é? — Kojiro levantou uma sobrancelha e sorriu de lado, num ato de provocação.

  — N-não é bem assim! — Reki gaguejou, vermelho.

  — Não precisa esconder nada do papai, filhão! — o mais velho enlaçou os ombros do filho com o grande braço — É normal, namoradinhos saem em encontros para namorar. Eu já tive sua idade, sabe?

  — E-eu já entendi, pai! — Reki se soltou, tentando esconder a vergonha — Mas não é nada demais, só vamos andar de skate e tomar um sorvete, quem sabe…

  — Então é um encontro! — Kojiro riu, se divertindo com todo o constrangimento do filho ao falar do namorado.

  — Pai! — o mais novo gemeu de frustração — Eu tô indo, tchau! — Reki saiu do quarto, atravessando a casa até a porta da frente.

  — E fiquem só nos beijos, viu?!

  — Pai!

  Kojiro gargalhou.

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Eu, Você e os Nossos FilhosOnde histórias criam vida. Descubra agora