Cartas na Mesa - Parte Um

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  — Miya — Kaoru entrou no quarto hospitalar, dando um sorriso maroto ao ver o filho desviar os olhos do nintendo switch para olhá-lo — Tem alguém aqui fora querendo te ver…

  — Ah não… — o garoto jogou a cabeça para trás, já sabendo quem viria.

  — Miya! — Reki entrou no quarto com um sorriso enorme, parando ao lado da cama e bagunçando os cabelos negros do menor — Que susto você deu na gente, hein!

  Langa entrou no quarto com menos alarde, trazendo uma cesta com balões flutuantes e fazendo uma reverência silenciosa a Kaoru.
  Miya encarava o ruivo falar e falar, respondendo uma vez ou outra, mas, ao contrário do que queria passar, não parecia incomodado com a presença dos jovens, e, sim, agradecido.
  Kaoru achou melhor sair por enquanto, para deixá-los conversar em paz. Kojiro já o esperava do lado de fora e desencostou da parede do corredor ao vê-lo, os dois sorriram um para o outro.

  — Oque acha de dar uma volta?

  — Estou precisando — Kaoru confessou.

  Os dois homens andaram em silêncio até chegarem ao lado de fora e sentarem num banco de ferro, em uma área mais isolada, à sombra de uma árvore.

  — Como está a saúde dele?

  — Bem melhor, a medicação fez efeito muito bem, o médico disse que ele já pode ter alta amanhã.

  — Que maravilha! — Kojiro encostou nas costas do banco, apoiando os dois braços na borda.

  — Sim, ele só vai ter que tomar o remédio via oral por uma semana, depois disso é só tomar cuidado para ele não ter nenhum contato com a bactéria que causou a infecção.

  — É… ser pai é estar preocupado 100% do tempo — Kojiro reclinou a cabeça, olhando para os galhos da árvore — Falando nisso, as coisas melhoraram depois que vocês conversaram?

  — Muito — Kaoru sorriu, satisfeito — Agora o Miya se abriu muito mais, passamos a conversar como antes, nossa relação melhorou muito.

  — Fico feliz.

  — ...Eu queria te agradecer.

  — Hum, pelo oque? — o mais alto franziu as sobrancelhas.

  — Por me convencer a conversar com meu filho — Kaoru pousou o próprio braço no de Kojiro, fazendo suas mãos se tocarem — Se não fosse por você, provavelmente ainda estaria com medo para dizer oque sentia para o Miya. Você foi o motivo que me fez encarar meus medos… — o mais baixo se aproximou de Kojiro devagar, sem perceber — Obrigado.

  — Não tem de que — Kojiro sussurrou, movendo os lábios lentamente, temendo que o outro homem se afastasse.

  Kaoru aproximou seus rostos por impulso, tocando seus lábios com delicadeza. Suas bocas apenas se encostaram no início, e, semi-cerrando os olhos, Kaoru moveu os lábios vagarosamente. Kojiro moveu os dele no mesmo ritmo, sem tocar Kaoru fisicamente, temeroso que aquilo quebrasse o encanto daquele beijo tão inusitado.
  Porém, bastou um som alto o bastante soar em seus ouvidos que Kaoru arregalou os olhos, percebendo a gravidade de seu ato.

   — Desculpe — ele murmurou, se levantando imediatamente e correndo de volta para o hospital, com as bochechas pegando fogo.

  Kojiro se curvou para frente, segurando o rosto nas mãos com frustração.
 

 

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Eu, Você e os Nossos FilhosOnde histórias criam vida. Descubra agora