Erros do Passado

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                     Atenção!
Este capitulo contém menção a drogas e bebidas alcoólicas

  Era como se um elefante estivesse na sala.

  Um enorme, gordo e espaçoso elefante.

 O clima parecia até espesso.

 Ninguém se atrevia a ter a primeira palavra.

 Observando a situação, Miya limpou a garganta e tomou coragem para falar primeiro.

 — Então, sem querer ser intrometido, dona, mas oque você veio fazer aqui?

 — Miya! — Kaoru ralhou.

 — Tudo bem — a mulher gesticulou com a mão — Antes de começar, acho que seria apropriado me apresentar, já que não nos conhecemos — ela disse, olhando para os recém chegados — Meu nome é Anna Mancini, sou da Italiana e...

 — É, o Kojiro me contou brevemente.

 Anna se calou, baixando a cabeça.

  Kaoru parou para a observar. Ela tinha o cabelo ruivo, assim como o de Reki, e era acompanhada de uma pele escura e bronzeada, com sardas decorando o rosto e um par de olhos verdes.

 Ela é bonita, ele pensou, com uma ruga de preocupação.

 — Olha — ela começou, e, só então, Kaoru notou o discreto sotaque europeu que ela carregava ao falar japonês — Eu não vim para cá para acabar com o relacionamento de vocês, se oque acho que o que vocês dois tem é uma relação amorosa...

 — É, é sim — Kojiro confirmou, com firmeza, e, estendendo a mão, cobriu a mão de Kaoru com a dele — Você está certa.

 Ela balançou a cabeça para cima e para baixo, ficando quieta por um breve instante.

 — Bom, eu demorei algum tempo para reunir coragem e vir até aqui, mas decidi que era hora de fazer isso...

 — Hora do que, exatamente? — Kojiro perguntou, temeroso.

 — Pensei que era óbvio — ela olhou para Reki, que ainda se escondia atrás do pai — Vim buscar meu filho.

 Miya se levantou, chocado, e exclamou: — Como assim?! Você tá doida, dona?!

 Kaoru não silenciou o filho, estava olhando para Kojiro de forma assustada, que o encarava da mesma forma enquanto apertava sua mão.

 — Escuta, Kojiro — Anna tocou rapidamente a perna do mais alto, recolhendo a mão logo em seguida — Eu sei que é tudo muito repentino, mas eu vou me casar em breve com meu noivo, e iremos nos mudar para os Estados Unidos. Nós conversamos por um bom tempo e decidi que viria para buscar Reki e levá-lo conosco para lá. Afinal, ele é meu filho.

 — Mas, isso não faz o menor sentido! Percebe oque está dizendo?! — Kojiro pronunciou, tentando não levantar a voz — Você nunca me contatou para falar sobre isso, e, depois de anos sem nem procurá-lo antes, você vem aqui para levar meu filho só porque você gerou ele?! Isso não tem cabimento! Como pretende tirá-lo de mim de uma hora para outra, sendo que ele não te conhece, não conhece seu marido, e, muito menos, os Estados Unidos?!

 — Eu sei que parece repentino, mas ele irá se acostumar muito rápido, ele é jovem, afinal, Kojiro.

 — Não é assim que funciona e você sabe disso!

 — A guarda do Reki é do Kojiro desde que ele nasceu, você não tem direito de simplesmente arrancar o filho do pai assim, existem leis para isso, sabia? — Kaoru se pronunciou, falando calmamente, sem deixar a preocupação transparecer.

Eu, Você e os Nossos FilhosOnde histórias criam vida. Descubra agora