The Girl king

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- Você precisa se casar já tens 19 anos.- Eu ouvia meu conselheiro e tutor Gustavo gritar.- Sabe os boatos? Dizem não querer dar um herdeiro ao legado de seu pai por ser pederasta!

- Que achem, tenho repulsa a ideia de me casar com um homem e ter um filho, eu cuspo com desdém em quem ousar tomar meu trono baseado em tais princípios, a Espanha não terá um Rei! O trono é meu por direito, não é o suficiente Nápoles estar quase em nossas mãos? A Espanha se tornou grande pelas mãos de sua Rainha.- Disse alto.

- O povo precisa de um herdeiro!- disse o homem e saiu batendo as portas .

Bufei sobre os papéis, todos os meses príncipes herdeiros e diferentes nobres batiam as minhas portas para me propor matrimônio apenas para pegar meu trono, torcem o nariz quando me vêem pelo tom incomum de minha pele e traços tão distantes dos caucasios. Velhos, gordos, fétidos e possivelmente com doenças adquiridas por idas frequentes a prostíbulos, eu sabia que jamais dividiria o leito com alguém repulsivo, são todos iguais, roubariam meu trono, me obrigariam a lhes servir com meu corpo e teriam concubinas debaixo do meu teto, jamais me curvaria para um homem, ainda mais quando admirava tão mais traços delicados, lábios macios, seios e coxas fartas, eu os havia experimentado, a ausência de algo que me penetraria profundamente se compensava na delicadeza e maciez da pele, no cheiro mais agradável de seus corpos, melhores esculpidos e nos lábios tão mais doces, sem barba para me espinhar a face.

Observei minha amiga adentrar o salão sorrindo.

- Camila.- disse cantarolando.- A caso se recussaste receber outro pretendente, este era ao menos jovem e detentor de um trono.

- Rei da Suécia, não irei me tornar uma protestante isso é incabível não irei desestabilizar meu legado com hereges.

- Estou de acordo mas sei que pouco se importa com hereges afinal não crees em quase nada.- disse e eu neguei rindo

- Mas é um bom argumento, a duquesa da França não vem me visitar na mesma frequência, sabes o que aconteceu?- perguntei e a vi abaixar a cabeça.

- Casou-se, sabes que ela era bela, não ficaria sem ser cortejada muito tempo, sinto muito Camila.- disse e eu suspirei.

- Só posso lamentar por ela.

- Não deve se deitar mais com suas damas, sabes os burburinhos que correm pelo reino, sou sua amiga e desejo seu bem, sabes disso, mas precisa se casar ou o povo a destronará em desonra e sem a proteção da coroa poderá ser enforcada em praça pública por concupiscência ou pior, ir para a guilhotina.

- Há algo ao sul, os inglês viram eu o quero.- disse séria não levando em consideração.

- E Nápoles? A abandonaria agora que a tem em mãos, toda a morte se torna em vão por seu capricho, uma guerra contra o reino Unido é suicídio, Karla não pensas em futuro, não temes por sua vida?- disse e a olhei séria.

- Não há vida sem poder Jane, não para mim, desejo trazer glória a Espanha, estarei nos livros do futuro retratada com honra e força.

- Entrará para os livros como a rainha degolada e seca, não podes ser tão cega.

- Porque insistem tanto nisso afinal, sou jovem não me casarei com um imundo, prefiro ser enforcada em praça pública do que me casar com qualquer um desses nobres que bateram à minha porta, eu o digo quando o farei! Não apreciam o mesmo que eu e me tomam como tola, acaso sou eu uma vaca que tem como destino um bezerro e o prato de burgueses?

- Não é um homem, seu pai, que Deus o tenha em um bom lugar, mudou a lei para que a coroa repousasse sobre sua cabeça, mas não o destino de todo nobre, os reis também cassam-se.

- Mas escolhem quando o fazer! Prefiro uma vida curta a uma infeliz, não irei atender os caprichos da minha côrte.

- És tão rebelde quanto uma mula velha.

- Por isso tenho seu afeto.- disse e vi a mulher sorrir.

- Vamos tomar a ceia, pedi a sua dama que preparasse seu banho.

- Agradeço.