επιφανεια: O Mito de Erebus

14. Noturno Mágico

- Hoffman, filho da puta! - berrou Trace como um trovão. Suas pernas longas e ágeis avançavam pela floresta, desviando das árvores musgosas que forravam todo seu campo de visão. Syrgma repousava em suas mãos reduzindo um brilho dourado, devido ao sangue que o manchava por toda sua extensão. O chicote dançava para um lado e para outro sem parar, como uma naja enfurecida, capturando e decaptando todas as criaturas que a seguiam naquele momento.

A situação era a pior. A partir do momento que Theorus e as semideusas adentraram a floresta, não tardou muitos minutos para estarem cercados por todo o tipo e espécie de monstro existente na mitologia. Trace piscou e parecia ter caído no próprio Hades, a visão era impossível de ser assimilada. Em meio ao caos, matando e fugindo das criaturas que surgiam como formigas, o lobo guardião e as semideusas se separaram, perdendo um ao outro de vista. Além de que a gritaria, grunhidos e berros dos monstros eram tão altos que nada além disso era ouvido, por mais que Trace chamasse por Monna e Theorus não havia resposta.

A filha de Ares tinha acabado de envolver duas draknaes ao mesmo tempo pela sua arma, em um solavanco elas foram atiradas para o outro lado da floresta.

- Saiam da minha frente! - gritava ela.

As criaturas além de histéricas pareciam totalmente descontroladas, não que monstros possuíssem algum tipo de controle ou tranquilidade, mas eles ao menos tinha padrões de caça, comportamento e entre outros. Mas, Trace logo notou que muitos voavam atordoados, atacavam loucamente sem estabilidade nenhuma, como se estivessem estressados demais, semelhantes a animais selvagens enjaulados. Quando ela começou a sentir a respiração pesar e as pernas serem atingidas pelo cansaço, um ruído de galhos sendo quebrados a alcançou bem ao seu lado, a garota virou-se preparada para puxar o chicote novamente, porém deparou-se com o lobo guardião avançando em saltos rápidos e precisos, às suas costas, Monna tentava se equilibrar enquanto balançava sua espada de ouro cortando o excesso dos arbustos. Trace quase comemorou de alívio se não fosse a meia dúzia de javalis de Erimanto em seu encalce, correndo furiosamente prontos para lhe estraçalhar. Theorus a alcançou, avançando quase lado a lado com a semideusa, que não ousou diminuir sua velocidade nem por um instante.

- Trace! - Monna gritou estendendo sua mão.

A filha de Ares entendeu rapidamente e com um certo esforço aproximou-se do lobo ainda mais e agarrou sua mão, que com um puxão lhe ajudou a saltar em direção as costas do lobo. Os javalis passaram a perseguir Theorus enquanto grunhiam loucamente.

Trace se aprumou com dificuldade, o vento zunia em seus ouvidos e a inércia a puxava para trás atrapalhando seu equilíbrio. A filha de Ares agarrou-se à cintura de Monna com uma mão, e envolveu um tufo de pelos do lobo com a outra. Monna passou seu braço pelo mesmo da semideusa o segurando com firmeza.

Visto que ambas já estavam em suas costas, Theorus não se segurou em correr mais rápido que podia, o lobo branco se afastou cada vez mais do grupo de javalis, até as criaturas sumirem totalmente de vista. Desviando das árvores com destreza, apenas un vulto branco avançava pela floresta.

- Caímos no ninho de Equidna? Que porra é essa? - gritou Trace tentando superar o ruído emitido pelo vento.

- Hoffman enganou a todos. Nunca senti confiança da parte dele... - Antes que Monna completasse sua frase um grito agudo ecoou bem à frente deles. Trace, em meio aos borrões que a rodeava, apenas pôde identificar um par de asas agourentas como as de um morcego vindo em sua direção.

- Cuidado! - ela agachou-se pressionando o corpo de Monna para baixo em direção ao pelo macio de Theorus. Segundos depois uma fúria passou disparada sobre suas cabeças. O olhar das semideusas acompanharam a criatura estirar as asas para diminuir sua velocidade e em um impulso retornar para atacar mais uma vez.