A biblioteca do acampamento estava agitada naquela noite. Em um canto, numa das mesas que formavam o salão amplo cercado de estantes, um grupo de campistas discutiam algo com seriedade. A mesa estava coberta inteiramente por livros, alguns abertos, outros empilhados, alguns volumes tinham até caído em direção ao chão. As cadeiras também abrigavam as escrituras. Entre os objetos Aghata, filha de Atena, estava quase enterrada, contudo se mantinha concentrada no texto em suas mãos. Havia uma xícara grande de café ao seu lado. No outro lado da mesa de madeira retangular, Victor, filho de Hefesto, lutava para não cair no sono em cima da enciclopédia grossa e antiga que segurava.— A arte da criação de barreiras temporárias? — Monna perguntou enquanto lia o título do livro empoeirado. A garota estava um pouco distante das mesas, andando por um dos longos corredores enquanto escolhia alguns livros e os empilhava em cima dos que Trace carregava. A filha de Ares a seguia com cuidado para não tropeçar com todo aquele peso em seus braços.
— Não acho que a barreira da floresta seja temporária... — murmurou a garota.
Monna concordou devolvendo o livro à estante. Andando mais alguns passos, seus dedos percorriam os livros enquanto lia rapidamente os titulos.
— Barreiras de proteção contra canto de sereias — murmurou.
— É bem útil — comentou Trace. A garota à sua frente concordou novamente.
— Mas não acho que seja o que estamos procurando.
A filha de Ares mantinha o pescoço esticado para ver além da pilha de livros à sua frente. A visão que tinha naquele momento era Monna concentrada nos títulos que lia, seus cabelos longos e castanhos amarrados em um coque desengonçado no topo de sua cabeça, deixando à amostra a parte detrás de seu pescoço, a garota se surprendeu a notar três sinais pequeninos localizados bem na sua nuca, desde que havia os percebido ela não conseguia parar de observá-los — da forma mais discreta possível.
— Barreiras e Artefatos Mitológicos... — Monna leu outro título — Há uma grande possibilidade de Hoffman a ter levantado com um artefato, não é?
Nenhuma resposta.
— Tray? — Monna virou-se para ela interrogativa. A garota se sobressaltou de repente ao ser encarada por aqueles olhos verdes e intensos.
Ela repreendeu a si mesma por está tão distraída por causa de três minúsculos sinais.
— Ah, sim. Também acho — respondeu ligeira.
— Está com sono? — perguntou.
Trace negou com a cabeça, se encostando na estante ao seu lado.
— Estou bem, não se preocupe.
Assim que concluiu sua fala, um ruído acima de sua cabeça chamou sua atenção. Monna desviou seu olhar da garota para o ponto acima dela. Seus olhos verdes se arregalaram por um breve instante, antes de exclamar:
— Cuidado, acima de você! — ela avançou em sua direção a empurrando para trás. As duas acabaram caindo em direção ao chão com força. Trace apenas sentiu a pilha enorme de livros que segurava cair sobre seu tórax quase a esmagando, em seguida um ruído de vários objetos caindo de um lugar alto.
A semideusa abriu os olhos devagar sentindo o chão duro atrás de sua cabeça.
— Que dor... Não consigo respirar! — arfou retirando as grossas apostilas de cima de si. Contudo, suas mãos pararam ao notar Monna Evans caída ao seu lado com o rosto próximo o suficiente para poder contar seus cílios.
Trace recuou para o lado e sentou--se imediatamente.
— Me desculpe — murmurou a filha de Afrodite sentando-se também — Aqueles livros balançaram quando se encostou na estante, iam cair em cima de você.
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επιφανεια: O Mito de Erebus
Fanfiction「Epifania (do grego: epiphanea) é um sentimento que expressa uma súbita sensação de entendimento ou compreensão da essência de algo [...] O termo é aplicado quando um pensamento inspirado e iluminante acontece, que parece ser divino em natureza」 Te...