Capítulo 4

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Bato na porta e aguardo que autorizem a minha entrada. Enquanto isso não acontece, decido observar o ambiente ao meu lado, já que nunca tive acesso essa parte da editora antes. Dou assas a curiosidade, percebendo o quanto esse andar é diferente dos demais. Onde trabalho, há livros espalhados por todos os lados, gente andando pra lá e pra cá, outras tantas concentradas na leitura de algum material. Se eu pudesse opinar, diria que não gosto da impessoalidade deste escritório. Falta gente, faltam livros, na verdade falta vida, embora seja imponente, sofisticado como p próprio CEO aparenta ser.

Não é tão difícil imaginar como deve ser a mulher desse cara. Com certeza linda de morrer e tão nariz em pé que pisa em qualquer um sem olhar duas vezes. Se ele tiver mulher? Claro que ele tem. Um homem como ele jamais estaria disponível no mercado.

- Mary, que bom que você veio. Entre. Estávamos justamente falando de você.

Meu chefe imediato é quem abre a porta com o enorme sorriso ainda preso em seu rosto, me pergunto se o maxilar dele não está doendo. Talvez tenha que fazer alguns exercicios em casa. Espera. Mudando de assunto, ele disse que estavam falando de mim? De que forma eu poderia interessar a um homem como Sebastian?

- Espero que não tenha feito nenhuma besteira para tornar assunto entre vocês. Pelo menos nada que me faça sair dessa sala algemada.

Brinco, tentando acabar com meu próprio nervoso, mas vejo que não vai adiantar, principalmente porque o poderoso chefão está me dando um olhar estreito, sério, quase concentrado demais para meu gosto. Engulo em seco, quando dou conta de que já comecei cometendo uma gafe.

Minha nossa, por que eu não fico com a minha boca fechada? E o pior de tudo é que eu não paro de pensar o quanto ele fica mais lindo com sua testa franzida e olhar inescrutável, determinado, me fazendo alvo contínuo da sua inspeção, quando eu deveria estar totalmente no modo profissional.

- Você não fez besteira nenhuma, filha. Pelo contrário. O Sr. Stan elogiou muito seu trabalho o que é bom, já que estamos fechando um importante contrato neste setor.

Sr. Paul parece bastante orgulhoso ao falar, me deixando mais aliviada por saber que pelo menos minha vida profissional está indo bem.

- O que é isso, Sr. Rudd, todos aqui fazem um bom trabalho. - volto minha atenção para Sebastian, que ainda não disse nada, aumentando minha aflição - Espero contribuir para que não se arrependa de ter se mudado pra cá.

Ele se move, passando sua grossa mão e bronzeada sobre a mesa, sem nunca tirar os olhos de mim.

- Tenho certeza de que não me arrependerei e que você poderá contribuir bastante para isso.

Oh meu Deus, por que sinto meu corpo pegar fogo repentinamente ?

- Eu quis dizer, Sr. Stan, que espero que não se arrependa de ter mudado a sede da empresa para nossa cidade. - tento trocar minhas palavras, fazendo uma nota mental de ter cuidado com elas no futuro.

- Faremos o possível para que isso não aconteça. Você tem grandes chances de crescer na editora, Mary. Eu estava justamente falando ao Sr. Stan o quanto você é estudiosa e esforçada. Já está concluindo o mestrado, não é mesmo?

Meu chefe continua cheio de uma animação nada contagiante, alheio a atmosfera pesada na sala que certamente apenas Sebastian e eu estamos sentindo. Fico incomodada de certa forma.

- Sim, é meu último período.

- Que maravilha! Nós a queremos em período integral aqui na empresa.

Aceno positivamente mesmo que meu desejo seja gritar que não pretendo passar o resto da minha vida trabalhando na editora quando tenho sonhos a alcançar.

UM CEO PARA CHAMAR DE MEU - SEBASTIAN STANOnde histórias criam vida. Descubra agora