Capítulo 33

477 39 2
                                    

Já faz quase um mês que não temos notícias de Elizabeth e eu sou muito
grata por isso. Todos os dias rezo para que ela desista de qualquer plano que
esteja tramando contra nós e possa seguir com sua vida em paz. De verdade, desejo que ela encontre alguém e seja feliz.

Seb e eu estamos vivendo um dia de cada vez e ele tem se esforçado
muito para ser o melhor namorado que uma mulher pode ter. Ele descobriu o
quanto gosto de alimentos que me lembram o interior, como aqueles à base de milho.

Todos os dias eu sou entupida por bolo, canjica, mingau e mais tantas outras coisas que eu sequer conhecia. Ele tem cedido um pouco mais aos meus gostos como uma simples caminhada à beira mar, por exemplo.

A cada dia descubro que amo mais esse homem.

Hoje é um dia muito especial porque finalmente estou a um passo de
realizar meu grande sonho.

- Seja bem-vinda ao nosso corpo docente, Mary. É uma honra ter uma
aluna tão dedicada como nossa funcionária agora.

O coordenador do departamento de Letras me dá as boas vindas juntamente com os outros professores da graduação. Eu estou feliz demais pelo destino estar seguindo o curso que eu planejei.

Nem Sebastian nem Wanda puderam estar aqui comigo, então convidei Tom como uma pessoa próxima para me acompanhar. Já tem uma semana
que deixei a editora e fiz exames admissionais nesse período. Tom tem me apoiado muito.

- Obrigada. Farei o possível para ser tão boa professora quanto vocês
são.

Sou abraçada e parabenizada por todos.

- Mary, que tal sairmos para comemorar?

Tom me convida, mas eu só consigo imaginar uma pessoa com quem quero compartilhar minha felicidade. E, embora goste muito do meu amigo,
definitivamente não é ele.

- Obrigada por ser aquela pessoa com quem posso contar quando preciso. Eu sempre serei grata e sempre estarei aqui torcendo para que realize seus sonhos também, mas Sebastian está me esperando em casa. Preciso ir.

Ele não consegue disfarçar. Seu sorriso desvanece e ele vira o rosto de
lado para coçar a garganta. Volta a me olhar, tentando me oferecer um sorriso fraco. Deus, eu queria tanto vê-lo superar esse amor platônico que sente por mim. Ele merece tanto ser feliz.

- Eu sempre estarei aqui, Mary. Sempre.
Me dá um aceno e se despede, subindo em sua moto.

Um filme passa por minha cabeça neste momento do quanto me doei para
alcançar meus objetivos, estudei, me esforcei e hoje estou dando um grande
passo.

Não há como sentir o perfume das rosas sem antes se machucar nos
espinhos, não é mesmo? Definitivamente, superei todos eles para chegar até aqui.

Felicidade.
Realização.
Amor.

São palavras que me definem.
- Senhora, o carro já está à sua espera.

Sebastian mandou o motorista me trazer mesmo depois que neguei
veementemente. Ele diz que nosso namoro já se tornou público o suficiente para que eu corra riscos. Ultimamente, ele anda meio obsessivo com essa coisa de proteção.

- Estou pronta. Vamos.

Ligo para os meus pais no caminho. Eles vibram comigo do outro lado da
linha, dizendo a todo momento o quanto estão orgulhosos. Eu sou fruto da grande educação que me deram na qual pequenos detalhes da vida tinham mais relevância do que o que a maioria das pessoas procura.
Também me sinto orgulhosa deles.

Em instantes, estamos chegando à mansão. Sebastian continua insistindo na ideia de que devo me mudar e morar com ele e eu continuo negando porque não vejo razão de apressar as coisas.

O motorista para na entrada da casa, então corro para encontrar meu CEO,
lhe dar um abraço e compartilhar minha felicidade. Dou passos determinados adentrando a sala, quando percebo que ele não está só.

Minha presença não é notada, a princípio, mas eu continuo caminhando vagarosamente em direção a eles, sem precisar de muito esforço para
adivinhar quem são.

Uma senhora alta, de cabelos negros em um coque perfeito e ar altivo, se
vira quando me percebe, soltando faíscas de raiva no olhar. Um senhor está ao seu lado, aparentemente me olhando com um pouco mais de simpatia.

Engulo em seco, totalmente confusa enquanto corro minha visão para
Sebastian. Seus traços estão sérios, austeros, mas ele não me ignora. Vem de encontro a mim, agarra minha mão e deposita um beijo terno em meus lábios, então me leva para junto dos seus pais.

Sua mãe me mede de cima até embaixo, muito semelhante à forma como Elizabeth me fitou.

- É por essa dona que você está trocando o melhor partido disponível na Itália? Onde você está com a cabeça, Sebastian? Desde quando começou a deixar que seu apetite sexual fale mais alto que a razão?

Meu primeiro instinto é de sair correndo e ficar longe dessa gente que
despreza a humildade, que se acha uma raça superior apenas porque tem um
punhado de dinheiro.
Mas essa não sou eu.
Essa não é a Mary que acabou de realizar um sonho com muito esforço e não tem medo de enfrentar os desafios que a vida impõe.

Levanto uma sobrancelha e me recomponho, estendendo a mão para a senhora, enquanto visto minha melhor máscara intrépida, audaciosa.

- Sim, eu devo ser a dona da qual está falando. Prazer, me chamo Mary
Oliveira.












#Mary não tinha um minuto de paz 😂

UM CEO PARA CHAMAR DE MEU - SEBASTIAN STANOnde histórias criam vida. Descubra agora