Quando estava voltando para a aula, encontrei Annie no corredor, felizmente meu primeiro tempo não foi com ela nem Louis, então eles não saberiam da minha falta.
-O que você acha de a gente ir no Dom depois da aula? -Annie perguntou.
-Sempre uma boa opção- subíamos as escadas- hoje realmente preciso de um doce.
-Aconteceu alguma coisa? -Annie sabia como doces eram minha válvula de escape.
-Nada relevante a ponto de contar, é história pra criança dormir- ela me olhou confusa- o Louis vai também?
-Não sei, ele ia treinar com a equipe de natação. Se chegar a tempo talvez vá.
-Ok.
-Tem mais uma coisa.
-O que?
-Estava conversando com minha irmã, sobre Tasha –diminui o ritmo que subia os degraus e a olhei, curiosa- ela não está machucada.
-O quê?
-Nem com um arranhão -Annie deu de ombros- quando perguntei sobre pra Aline ela se assustou falando que sabia que você a machucou, mas que não foi nada demais.
Tinha certeza de ouvir seu braço quebrando, e alguém não gritaria daquele jeito apenas por um machucadinho.
-Ainda não acabou- ela suspirou- Na enfermaria Tasha contou que você a agrediu, e ligaram pra sua mãe. Ela não comentou nada com você?
Instantaneamente procurei meu celular, que não estava lá.
-Agora quero ir no Dom mais do que antes- suspirei- se ela está bem, não entendo o porquê da confusão! Foi ela que avançou em mim!
-Eu sei- Annie lançou um olhar de dó- mas você sabe como ela é. Não se preocupe, sua mãe vai entender.
Duvidava disso, minha mãe odiava agressão, até mesmo verbal. Em casa nós nunca nem mesmo alterávamos o tom uma com a outra. Mas ainda assim segui Annie para sala, e tentei não pensar nisso. Não na reação da minha mãe e sim em como o braço de Tasha havia se curado.
(...)
Enquanto ia embora com Annie me surpreendi ao notar que estava olhando em volta, à procura de Kylor. Não o havia visto desde nossa conversa. Ou ele realmente teria ficado chateado, ou desistiu e voltou para onde quer que ele havia saído. Esperava que fosse a segunda opção, sentia que enquanto ele estivesse aqui, mais entranha minha vida ficaria. Com menos de um dia da presença dele, eu quebrei o braço de uma garota, tive um sonho que nem sei explicar, o braço dessa mesma garota magicamente se curou, e o pior, ouvi a história mais bizarra da minha vida. Sentia que quanto mais ele ficasse a minha volta, mais aquela história deixaria de ser bizarra. Algo que realmente não desejava.
Quando chegamos ao Dom Annie foi ao banheiro após fazer nossos pedidos. Notei que o homem que se sentou na mesa ao lado, me encarava desde que entramos, e estava extremamente desconfortável com isso.
Meu milk-shake de oreo e minhas fritas chegaram, o pedido de Annie também foi deixado na mesa, mesmo que ela ainda não havia retornado. Comecei a comer, ainda me sentindo observada, enquanto assistia a uma reportagem qualquer que passava na televisão.
-Foi mal a demora- disse ela sentando- estava falando com Louis, ele está vindo também. Parei no balcão pra fazer o pedido dele.
-Sem problema.
Ela começava a comer, e falávamos sobre um trabalho qualquer da escola, de como estávamos ansiosas para esse ano acabar e podemos começar a faculdade. Nada muito interessante. Até Louis chegar.
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A Imortal
FantasiaCarrie Wanrov é uma garota normal, ao menos em sua definição. Porém sua opinião muda quando Kylor Sworn entra em sua vida. Ele é igual a ela, o que os diferencia é que ele sabe o que é. E também sabe o que ela é, mostrar isso para Carrie não será tã...