Como não dormi na noite passada, foi só encostar na cama que apaguei. Quando acordei já estava de noite, me levantei, tomei um banho e logo saí do quarto. Decidi não incomodar Kylor, e passei direto por sua porta. Voltei ao primeiro andar. Na sala principal havia uma mesa de sinuca no centro, um sofá na ponta e vários quadros de artistas provavelmente famosos e que deveriam valer mais que minha casa. Continuei seguindo e não foi difícil achar a cozinha. Não comi nada o dia todo, e estranhamente não tinha fome, mas ainda assim decidi fazer algo para comer. A geladeira e os armários estavam todos cheios, como se toda essa comida tivesse sido posta ali recentemente.
Peguei um pacote de chips e um refrigerante e continuei andando pela casa. Passei por uns três banheiros, uma sala de jantar, um cinema, e mais um quarto até que uma das portas me chamou atenção. Fui até ela no fim do corredor, estava escuro, mas enxergava perfeitamente. A sala era como um museu, haviam tantas armas a mostra, alguns livros e joias também, mas as armas eram algo predominante ali.
-Sabia que esse seria o primeiro lugar que você encontraria –Kylor disse acendendo as luzes, o que machucou um pouco meus olhos- agradeceria se você pudesse não comer aqui.
Terminei meu refrigerante e dobrei o pacote de chips.
-O que é esse lugar?
-São coisas que guardei ao longo dos séculos, apenas itens que julgava de importância.
-Tem mais armas que tudo aqui.
-As armas foram os itens que mais tive contato –me toquei nesse momento o quão pouco eu sabia sobre Kylor- eu tenho algo para você.
Foi só aí que reparei que ele segurava uma pequena caixa delicada. Ele a abriu e lá haviam dois anéis, eles eram um azul turquesa, e eram finos como uma agulha.
-Anéis?
-São anéis da mente –ele explicou, enquanto tirava um e me entregava- eles são enfeitiçados para que as pessoas que os usem consigam se comunicar mentalmente. É uma magia extremamente antiga, e acho que nem mesmo existem mais deles, por isso os guardei. A única pessoa que pode tira-lo do seu dedo é você mesma. Bem, eu achei que seria útil.
-Ele é lindo –falei enquanto o colocava, e Kylor já estava com o dele em mãos- é útil sim, sempre deixo meu celular para trás.
Que bom que gostou.
Eu ouvia sua voz, mas sua boca não se movia.
É fácil usar, apenas pense que quer falar algo comigo.
Então o fiz.
Você já pensou em adotar um gato? Esse lugar é enorme.
Ele riu.
-Não via o porquê de ter um, sempre estava me mudando. Mas se quiser, pode ficar à vontade – ele disse, dessa vez fora da minha mente- vamos usar a cominação mental em casos de urgência, ok? Não quero esquecer como se conversa.
Dessa vez quem riu foi eu.
-Verdade, você só conversa comigo né.
-Claro que não! Também converso com o Fell, e tenho certeza que você me viu trocar algumas palavras com sua mãe!
-Tenho que admitir que isso foi impressionante, não imaginava que você fosse capaz de conversar com humanos.
-Prefiro evitar, é claro. Mas há algumas situações que não tem jeito.
-Por que evita?
-Você já teve um cachorro?
-Não é possível que vá comparar cachorros com humanos.
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A Imortal
FantasyCarrie Wanrov é uma garota normal, ao menos em sua definição. Porém sua opinião muda quando Kylor Sworn entra em sua vida. Ele é igual a ela, o que os diferencia é que ele sabe o que é. E também sabe o que ela é, mostrar isso para Carrie não será tã...