Á Caça

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Sábado. O melhor dia da semana, ainda mais com o sol que surgia na manhã. Minha mãe passaria a semana fora em uma viagem de negócios, por um lado achei bom, ficamos em um clima desconfortável desde aquela visita.

Iria para a praia com Louis, e estava animada, não havia forma melhor de esvaziar a cabeça. Quando ele chegou na minha casa, já estava pronta igual uma criança esperando na entrada.

-Não vai levar sua prancha de surf? - ele perguntou enquanto pegava minha bolsa e abria a porta do carro.

-Não. Você fez parecer fácil. Vou vender aquilo na primeira oportunidade.

Qualquer atividade aquática interessava Louis, e ele era ótimo em todas. Quando o vi surfando decidi que era algo que queria aprender, na minha primeira tentativa me assustei com as ondas e acabei parando do outro lado da praia, em uma área privada, na segunda tentativa, acabei longe demais, em mar aberto. Nunca mais tentei, ainda mais com Annie falando sobre como era perigoso e podia estar em área de tubarão.

Assim que chegamos na praia Louis encontrou um coqueiro que fazia sombra e nos sentamos ali em baixo.

-O que você trouxe de comer? - perguntou.

-Apenas sanduíches e alguns doces. E você?

-Energético -ele tirou alguns da bolsa- estava contando que você traria algo.

Eu ri, sabia que ele não levaria mesmo, por isso trouxe tudo em dobro. Entramos no mar, apostamos corrida, perdi e ainda tomei um caldo. Depois desse episódio decidimos sair, e um garoto veio em nossa direção. Louro, alto, tatuado. Gato.

-Louis! Quanto tempo cara. Vi de longe e sabia que era você! -Eles se cumprimentaram com um toque, olhamos logo atrás dele havia um grupo de surfistas- essa é a famosa Annie?

Ele olhou pra mim.

-Não -respondi, e sorri- apenas amiga do casal.

-Massa. E ela não liga de saírem só vocês assim?

Eu ri, e Louis também. Realmente achávamos engraçado quando alguém fazia esse tipo de pergunta.

-Não cara –Louis respondeu- Carrie é uma irmã de pais diferentes, amizade de berço. Ela é muito próxima da Annie também.

-Legal -começamos a andar de volta ao coqueiro, e ele nos acompanhou- e seu namorado Carrie, é do tipo ciumento?

-Tate, se quer descobrir se ela é solteira é só perguntar.

Louis revirou os olhos abrindo um energético e pegando um sanduíche na minha bolsa.

-Eu sou –respondi, antes de Tate falar algo- Solteira, digo.

-Que bom- ele sorriu- então não vê problema em me passar seu número, eu suponho.

Eu ri, mas passei meu contato e ele sorriu satisfeito.

-Você e Louis se conhecem de onde? Não me lembro de te ver com ele.

-Ah, éramos do mesmo time de natação no fundamental –Tate me analisou- eu me lembro de você na escola. Infelizmente tive que me mudar. Voltei para a cidade esses dias.

Os dois começaram a conversar sobre essa época em que nadavam juntos. Percebi que estava sem meu celular e interrompi Louis para pegar a chave do carro, pois ia buscar. Ele não se incomodou, e logo voltaram ao assunto.

No caminho pelo canto do olho vi uma sombra, me virei e aquele homem que me observava no Dom estava ali. Ele não se importou nem mesmo em disfarçar quando olhei em sua direção, e continuou direcionando seu olhar para mim. Tentei ignorar e continuar andando, mas ele, a passos curtos e devagar, me seguia, como se apenas não quisesse me perder de vista. Peguei o celular, e voltei para onde estava, tentando ignorar o homem que sabia que me acompanhava.

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