Capítulo 11 - If I Believe You

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N/A: Track ♫ : If I Believe You – The 1975. Vocês não tem ideia de como eu fico feliz quando vocês comentam ou até mesmo adicionam a historia na biblioteca de vocês. É muito satisfatório o reconhecimento de vocês. Muito obrigada. Qualquer coisa estou no twitter.


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Point Of View: Lauren Jauregui.

– Mãos para cima, agente. – uma voz soou atrás de mim.

Meu corpo ficou rígido, sentia a adrenalina passando pra cada célula do meu corpo.

– Vire-se e fique de joelhos. – ordenou.

Eu me renderia? A situação exigia cuidado, o único risco que eu corria era morrer. Apenas morrer, esse pensamento estava destacado em negrito.

Quem não tinha medo da morte e do desconhecido?

– Agora. – a voz exclamou seu timbre era grave.

Sem opções.

Me virei lentamente, os rostos dos invasores estavam cobertos por uma máscara preta. Não dava pra enxergar qual deles me mataria, quatro invasores.

– Tenha a dignidade de me matar sem a porcaria dessa máscara. – pronunciei com maxilar cerrado, punhos fechados.

O invasor que ditava minhas ações riu, era uma risada tipicamente dos bandidos: uma risada sinistra.

– Você não manda em nada aqui. – ele falou em seguida. – Então, cala a boca antes que eu quebre seus dentes.

Eu obedeci.

Respirei lentamente, sentindo meus pulmões se encherem de ar, mas ainda parecia que eu estava sufocando no meu próprio medo.

Por onde andava Camila? Será que ela havia fugido?

Nessas horas eu percebia que no final nós morremos sozinhos.

Eu era cética sobre as forças sobrenaturais do universo ou de uma entidade superior a nossa, contudo, naquele momento eu fechei meus olhos e fiz uma prece, seja lá pra quem era.

Clique. Arma destravada.

O que significava que estava chegando a hora da minha morte. Nunca imaginei que morreria daquela forma: sem defesas. Porém, não morreria sem lutar.

– Ei. – escutei uma voz familiar inundando meus ouvidos.

Abri meus olhos e lá estava Camila. Parecendo algum tipo de super heroína prestes a me salvar. Eu particularmente estava aliviada.

Distração podia ser uma arma traiçoeira se fosse usada corretamente.

Num movimento rápido desarmei o invasor que estava na minha frente, acertando um soco certeiro no seu nariz em seguida. Camila puxou sua arma, correndo em minha direção.

Não tínhamos saída.

Os invasores estavam em vantagem numérica com suas armas de grande porte apontadas para nós.

– Tudo bem? – questionou sussurrando.

– Sim.

Só não sabia se minha resposta era verdadeira, porque o fato era que eu estava apavorada.

– Vamos ser racionais, ok? – Camila se dirigiu aos invasores. – É... Parece que estamos em um impasse, mas saiba que eu sempre tenho vantagem. – sua voz transbordava confiança e eu não fazia ideia de onde vinha.

– Não conte piada, gracinha. – um deles falou.

A bolsa com as armas estava entreaberta no chão e próxima a mim.

– Piada? Vocês sabem que estão chegando reforços, não é?

– Então vamos te matar logo.

Não esperei mais uma palavra, e como em um filme de ação me joguei no chão caindo deitada. Mais distração, eles viraram as armas em minha direção. O que foi um grande erro. Camila acertou dois ao mesmo tempo, dois tiros perfeitos no peito.

– Opa. – a voz feminina preencheu a sala vazia, jogando a arma no chão e erguendo as mãos para cima.

– Eu reconheço essa voz. – Camila falou, olhando-a com desconfiança.

– Claro que conhece, você me ama. – A invasora retirou a máscara sorrindo abertamente. Era Dinah.

– Sua filha da puta. – Camila exclamou visivelmente irritada.

– Peguei você. – Dinah tinha um sorriso sacana no rosto.

O que aparentemente não deixou Camila menos irritada.

– Eu vou te matar de verdade, Dinah. – Camila apontou novamente a arma.

– Pode atirar as balas são de borrachas. – Dinah jogou o cabelo para o lado.

– O quê? – Camila ergueu a sobrancelha em confusão.

– Eu não deixaria uma arma carregada com bala de verdades em um treinamento desse, eu não sou louca, Camila.

Os invasores se levantaram retornando da morte. O que me deu vontade de rir, essa mania estranha que eu tinha de ter crise de risos em situações que me deixava nervosa.

– Poderia pelo menos ter avisado aos instrutores? – continuava com a mesma expressão, era uma mistura de irritação com frustração. – Ou não somos porra nenhuma aqui dentro? Porra, Dinah.

Poderia admitir que ela ficava adorável daquela forma.

– Eu me demito. Merda! E vocês não vão tirar a porcaria das máscaras? – falou embravecida.

– Deus me livre, não quero ficar na sua lista negra. – um pronunciou, recuando dois passos para trás.

Camila estreitou os olhos para o invasor sem nome.

– Então eu tiro. – Camila avançou para cima do agente. Dinah entrou no seu caminho impedido-a de se aproximar mais.

– Agente Cabello. – sua voz passou de suave para autoritária. Novamente Dinah tinha assumido o posto de diretora.

Camila encarou sem hesitação e eu ressentia que de alguma forma ela voltasse a explodir.

– Espero que não volte a ocorrer. – disse ainda sem desviar, havia certa mágoa em sua voz e Dinah percebeu.

– E a bomba? – perguntei.

– Ela nunca vai explodir. – Dinah respondeu dando de ombros. – Depois conversamos, Agente Cabello. Preciso ir. – ela retornou a falar virando-se de costas e caminhando na direção contrária a nossa

Os outros agentes acompanharam Dinah.

Terminou.

Eu e Camila ficamos sozinhas naquela sala enorme. Sozinhas com nossos pensamentos e também sentimentos. Era óbvio que a situação toda tinha sido extremamente emocional, ter tido um ataque de pânico sempre era emocional para mim.

– Você tá bem? – questionei.

Era evidente que eu me preocupava com minha instrutora mais do que eu deveria admitir.

Camila permanecia encarando um ponto fixo na sua frente, perdida nos seus próprios pensamentos que parecia mais interessante do que qualquer coisa ao redor.

– Irei ficar. – respondeu brevemente, sem querer prolongar nada mais.

Ela começou a caminhar para fora da sala, sem me esperar ou pelo menos me convidar para sair de lá.

– Camila. – chamei-a.

Ela se virou novamente para mim.

– Quer sair comigo? – a mulher de olhos castanhos ergueu as sobrancelhas, entortando ligeiramente a boca.

– Mas... Você disse que nada aconteceria de novo.

– Eu não posso ter certeza do que vai ou não acontecer na minha vida, nem sempre temos controle. E bom, eu não estou dizendo que vai acontecer alguma coisa, só estou te convidando pra sair um pouco daqui.

– Eu... – ela hesitou, mais uma vez eu havia desconcertado Camila. – Vamos, mesmo que eu me arrependa depois.

Me surpreendeu que não havia saído uma chuva de ironias de sua boca.

Como já foi dito: "O amor e a tosse não podem ser disfarçados. Nem mesmo uma pequena tosse. Nem mesmo um pequeno amor". – Anne Sexton. 

Soft ControlWhere stories live. Discover now