Capítulo 6 - Tiros.

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Point Of View: Lauren Jauregui.

– Lauren? Você tá me ouvindo? Lauren? – Normani estalou os dedos na minha frente.

Quanto tempo eu havia passado encarando a mesa?

Nós estávamos no refeitório para nossa primeira refeição do dia. Ally estava do meu lado direito e ao seu lado estava Lucy e Verônica.

Despertei do meu transe e encarei Normani.

– O que foi? – perguntei.

– Faz cinco minutos que eu falo com você e não tenho ideia em qual planeta você está.

– Ah, só tava pensando no treinamento de hoje. – menti, mas elas não saberiam.

– Você se preocupa muito. – Lucy falou. – E sem motivo. – completou.

– Eu não quero ser a pior agente.

– Mas esse é o problema: você é a melhor. Então você deveria relaxar um pouco. Vamos beber quando nossas atividades acabarem.

– Nós não podemos sair de quântico.

– E quem disse que vamos?

– Eu não vou.

Eu não me arriscaria daquele jeito.

– Nós vamos. – Normani rebateu ao meu lado.

Todos nós agentes poderíamos escolher uma arma do arsenal para começar o treinamento de tiros, poderia ser de grande calibre ou de médio, analisei calmamente todas as minhas opções, se tinha uma coisa que eu não era tão boa isso era; manusear armas. Aquilo com certeza não me renderia pontuação máxima, se eu estava preocupada? Sim. Contudo, o que me preocupava mais naquela tarde ensolarada em Virgínia era a pequena social que Normani me arrastaria à noite. Peguei uma Kimber 45; Pistola toda em aço, com sistema de disparo somente em ação simples, trava ambidestra, miras Novak® noturnas com trítio, trilho tático para acessórios, tecla de segurança da empunhadura, parte frontal e traseira da empunhadura com trava do percussor contra disparos acidentais.

– Só isso branquela? - Normani falou com escárnio. Passando ao meu lado com um rifle.

Eu até quis me segurar pra não sorrir com sua comparação, porém acabei rindo de qualquer maneira. Só não deixaria de provocar novamente.

– Faço mais estrago que você.

– Duvido. Se você conseguir essa proeza agente Jauregui, eu juro que te deixo ficar no dormitório ao invés de ir pra festinha.

Queria motivação maior que aquela? Só não estava certa se eu poderia ganhar.

Entrei com minha arma na cabine de tiros colocando-a na bancada ao lado enquanto ajeitava os óculos de proteção no meu rosto e os fones. Logo a minha frente estava um boneco de papelão que servia como alvo, talvez tivesse outro material por trás daquele boneco, acredito que ele se espatifaria com os tiros de grosso calibre.

Nos próximos seguintes uma sequência de tiros foi disparada por mim, para minha frustração todos foram fora do alvo, olhei para o alvo de Normani e todos os disparos foram precisos, respirei pesadamente me preparando novamente para atirar, daquela vez eu conseguir acertar dois tiros próximos do centro do alvo.

O agente especial Thomas se aproximou de mim.

– Precisa melhorar, agente Jauregui. – disse em tom acusador.

Suspirei pesadamente, prometendo em seguida que iria melhorar, Normani poderia me ajudar naquilo, caso ela tivesse tempo, o que era quase improvável já que assim como eu, ela também era uma recruta.

Eu consertaria aquilo, eu sempre arrumava um jeito.

Naquela manhã Camila não apareceu, os motivos; eu não sabia. Porém de alguma forma eu sentia que algo incomodava minha instrutora, e por mais estranho que isso soasse eu queria ajudar, era insano, eu sabia. Talvez fosse apenas meu instinto protetor aflorado.

Na maioria das vezes silêncio soava como gritos.

Soft ControlWhere stories live. Discover now