Capítulo 8 - Imbecil.

8 2 0
                                    

Point Of View: Camila Cabello.

Eu queria ter agido como uma pessoa madura e bem resolvida que eu julgo ser, contudo não conseguir quando os lábios de Lauren se separaram dos meus. Eu simplesmente empurrei seus ombros levemente. Meu lado sarcástico sempre sobrepõe o meu lado correto, o que na maioria das vezes irritava as pessoas, e Lauren estava incluída nesse grupo.

Naquele momento eu previa o quanto furiosa ela estava ou não, baseando-se no seu hálito álcool. Seu estado mental não seria de inconsciência, ela lembraria, porém fingiria que nada aconteceu. Se eu fosse ela fingiria. Eu não tinha certeza se o beijo havia significado alguma coisa, poderia ser um beijo alcoólico; um beijo onde todas as pessoas se tornam atraentes e lindas dependendo de quantas doses você tomou, poderia ser um daqueles beijos? Eu não sabia, nem perguntaria por alguns motivos:

1 – Afetava a ética profissional.

2 – Eu não iria me envolver emocionalmente com ninguém.

3 – Eu não era capaz de sentir coisas irracionais.

Na maioria das vezes, eu tenho plena certeza de quão medíocre eu posso ser, porém ninguém torna algo sem razão, quer dizer aparentemente não, contudo, algumas pessoas vieram com uma predisposição para serem babacas por natureza, talvez seja o meu caso, talvez não.

– Abre a porcaria da porta. – ouvi uma voz conhecida por mim berrando em algum canto bem distante, que na verdade era do lado de fora. Só quis ser um pouco metafórica.

Se ela queria que eu abrisse deveria ser no mínimo gentil correto?! Ela poderia esperar mais algumas horas lá fora ou eu poderia fingir que não estava casa. O que era meio improvável dada às circunstâncias que eu não tenho muito lugares para ir.

– Não adianta se fingir de morta. – Dinah gritou novamente. – Ou eu mesma faço isso.

Que agressiva. Medidas tão extremas não seriam necessárias.

Andei lentamente, como alguém que acabava de acordar às três horas de manhã, incomodada pro algum vizinho, fui deslizando pelo piso de madeira com minhas meias de banana e meu pijama: uma camiseta gigante comprada na sessão masculina(as melhores camisas estão lá) e um short cinza.

– Posso entrar? – ela perguntou.

– Claro. Posso sair? – retribuí, acenando para a passagem da porta.

Dinah revirou os olhos e passou por mim ignorando totalmente minha pergunta/afirmação.

– Eu sou sua melhor amiga, Camila. Não adianta me tratar assim.

– O que foi dessa vez, Diretora? Alguma reclamação de "recrutas"? – dei ênfase à palavra final. – Agora você lembra que é minha amiga? Nossa lisonjeada.

– Não. – ela disse, ressentida. – Por que você não foi trabalhar?

– Ah... – o ironismo estava de volta em minha voz. – Imaginei que o assunto era profissional. A resposta é porque eu não quis.

– O que tá acontecendo com você, Mila?

– Sem esse apelido ridículo. O que tá acontecendo com você, Diretora? – Dinah não esboçou reação.

– Comigo nada.

– Tenho uma teoria... O poder subiu pra sua cabeça.

– Que absurdo. – ela replicou irritada, me petrificando com o olhar.

– Sério? – debochei. – Aquele sermão foi pelo o que?

– Por você ultrapassar limites.

– Mas eu não ultrapassei nenhum.

Soft ControlWhere stories live. Discover now