Point Of View: Lauren Jauregui.
A tarde permanecia cinzenta em Virginia, o céu estava carregado por nuvens escuras. Uma grande tempestade aconteceria àquela noite. O clima não estava diferente do meu estado emocional. Eu tenha noção que seria difícil me tornar uma agente do FBI, mas não que seria tão difícil. Psicologicamente e fisicamente era desgastante, contudo, eu não havia nascido pra ser uma perdedora.
Um alarme soou e de repente todos estavam em estado de alerta, vesti minha blusa, me atrapalhando com um braço que havia ficado enganchado na mesma.
– Isso não é um treinamento, estamos sendo invadidos. – Uma voz nos alertou.
Se aquilo era uma brincadeira, era uma brincadeira de muito mau gosto.
– Lauren. – Ally me chamou. – Você ouviu isso? – assenti lentamente, o choque ainda percorria meu corpo.
O que nós deveríamos fazer?
Eu deveria encontrar Normani e Lucy para saber se ambas estavam seguras, não conseguiria ficar trancada naquele quarto por mais que eu prezasse pela minha segurança, meus instintos não me permitiriam ficar parada, esperando um grande milagre acontecer. Porque na maioria das vezes eu sabia que esse milagre éramos nós.
– Eu não consigo ficar aqui, Ally. Vou atrás das meninas.
– Não sei se isso é uma boa ideia, nem é seguro.
– Você entrou na academia do FBI pensando em segurança? Sério? – arqueei as sobrancelhas.
– Eu...
– Me segue, Ally. – pronunciei pegando uma faca na minha mochila e colocando juntamente com o suporte posicionado na minha cintura.
– Porque você tem uma faca na mochila? – Ally questionou.
– Não podemos ficar com as armas pesadas, tinha que ter algo para minha proteção pelo menos.
– Você acha que sua colega de quarto vai te atacar de madrugada?
– Nunca se sabe. – pisquei para ela, fazendo-a sorrir.
– Pensei que a psicótica era eu. – ela disse por fim.
O número do quarto de Normani e Lucy era o 505, o de Verônica era o 506, por coincidência, agradeci mentalmente pelo simples motivo de não ter que atravessar o outro bloco para encontrá-las. Caminhamos apressadamente pelos corredores, não havia quase ninguém, a maioria estava assustados, poucas almas que se arriscaram a sair do seu cubículo seguro.
Paramos em frente a porta do 505, dei três batidas. Ninguém abriu.
– Normani. - chamei baixo, não podia chamar atenção de outras pessoas.
– Por Deus. É você. – Normani pronunciou assim que abriu a porta.
– Invasores não bateriam na porta, Mani. – zombei com um leve sorriso no rosto, sorriso nervoso.
– Sem gracinha, fantasma. – rebateu, acertando um soco no meu braço.
A porta foi fechada atrás de mim, logo em seguida outra batida.
– Quem é? – questionei apreensiva.
– Verônica. – a resposta foi simples e direta.
A porta foi aberta novamente.
– Estão todas bem? – indaguei, olhando atentamente.
Elas assentiram lentamente, tensão era visível no ar, nossas respirações pareciam ter chumbo, nossos olhares seguiam qualquer barulho vindo do lado de fora.
Batidas na porta, clique, porta destravada.
– O que vocês estão fazendo aqui? – o agente Thomas perguntou, ofegando.
O susto que eu tomei fez com que eu me aproximasse da janela.
– Nada. – respondi rapidamente.