Capítulo 6- Homofobico

6K 506 108
                                    

"Atenção. O Capítulo a seguir contem cenas de homofobia e possíveis gatilhos. Boa leitura"

Como eu prévia, acordei no outro dia com uma ressaca terrível. Eu não me lembro muito bem, mas pela a quantidade de vômito que tinha no banheiro do meu quarto, eu devo ter acordado no meio da noite para colocar toda aquela bebida pra fora. E pra piorar, ainda levei uma bronca da minha mãe por ter chegado tarde e ainda bêbado. Quem se divertiu com isso foi a Stella. Depois de limpar o meu banheiro e tomar um longo banho, desci pra tomar café da manhã  e um Dipirona para a dor de cabeça.

Estávamos todos na mesa tomando café da manhã, eu com a minha xícara enorme cheia de café e um pão com presunto - Não sei se já contei, mas sou viciado em café. Uma coisa que herdei da minha vó - A Stella com seu suco de laranja e seus pães com presunto e queijo, e minha mãe com seu café e suas torradas.

-Bem....parece que o filho perfeito não é tão perfeito assim né mamãe - ironizou a Stella dando uma mordida no seu pão

-Stella não começa - disse a minha mãe

- Claro que não mamãe, a senhora começou isso, quando decidiu por todos nós que o melhor pra gente era nos mudarmos para essa cidade - disse se levantando e pegando sua mochila e saindo

- Stella volta aqui garota

- Mãe deixa que eu falo com ela no caminho pra escola - levantei, peguei meu celular em cima da mesinha na sala

No caminho para escola tentei conversar com ela, mas ela quis me ouvir, então achei melhor deixar pra lá. Chegamos em frente ao portão da escola e o porteiro nos comprimenta com a mesma simpatia de ontem. Entramos e fomos cada um pra sua sala

As primeiras aulas foram tranquilas, não tinha visto a Bia até então, e nem o irmão dela. Não sei porquê mas em alguns momentos ele vinha em minha cabeça - Não me perguntem o porque - tá ele é muito bonito, mas com certeza é hetero. E além do mais, ele é metido e se acha a última Coca-Cola do deserto.

O sinal tocou e fomos para o intervalo. Não é muito fácil fazer novas amizades em uma escola nova, onde todas as rodinhas de amigos já estão formadas. Não vi a Stella na cantina. Devia está na sala. Fui até uma das mesas que estavam vazias e sentei. Peguei meu celular e fone de ouvido e coloquei uma música. Depois de alguns minutos senti alguém sentando do meu lado. Era a Bia e estava com uma cara péssima, parecendo que tinha sido atropelada por uma boiada

-Por favor me diz que eu não perdi nada de importante - falou tirando os óculos e só então revelando as olheiras de alguém que não tinha dormido nada

-Você chegou agora? - perguntei com uma cara de espanto e tirando os fones de ouvido

- Eu acordei agora. Depois que te deixei na sua casa, eu voltei pra buscar o Nic mas eu não achei ele, então continuei procurando. Quando me dei conta já estava com um copo na mão e dançando - Respondeu com naturalidade, como se fosse uma coisa  que ela fizesse sempre

- E o seu irmão - falei tentando parecer não muito interessado

- O Nic estava transando com uma garota em algum quarto, um dos amigos dele me falou - parece que eu eatava certo, ele é hetero.

Mas porquê eu tô me importando tanto com isso? Foda-se se ele é hetero

Sai dos meus pensamentos e voltei pro mundo real. Depois do intervalo voltamos pra sala e seguiu mais duas aulas. E enfim chegou a última, Educação Física. Tomara que o professor não me obrigue a jogar bola, eu sou péssimo. O máximo que vou conseguir fazer é passar vergonha

Mas como tudo na minha vida não pode ser do jeito que eu quero, o professor obrigou todo mundo a participar da aula, ou não ganharíamos nota. A única coisa boa em Educação Física é ver os outros garotos sem camisas e suados. E adivinhem quem estava nessa aula, o Nic. Ver aquele garoto correndo pra lá e pra cá atrás de uma bola com apenas um shortinho, foi o ponto alto do meu dia. Era impossível não olhar, mas parecia até que ele sabia que eu estava olhando, pois sempre que eu olhava, ele olhava também, e eu tinha que disfarçar

O Alan também estava jogando - esse cara parece que me persegue - ele também era muito bonito, mas não vale nada. Pra piorar ele estava no time adversário, e sempre que podia me dava um escoram, e como meu corpo era bem menor que o dele, eu acabava caindo.

Eu não estava mais conseguindo me segurar, ele fazia de propósito. Da próxima vez que ele fizesse isso eu iria revidar, não tô nem ai se ele é dez vezes mais forte que eu.

O jogo estava empatado e eu estava com a bola indo em direção do gol. Na minha frente tinha uns cinco caras, mas o Nic estava do outro lado pedindo pra me passar a bola pra ele. Eu até tentei passar, mas ai alguma coisa veio do nada e me empurrou longe. Além de ter me derrubado, o Alan tomou a bola e fez o gol. Eu bufei na hora - mas isso não vai ficar assim mesmo - eu me levantei e fui até onde ele estava comemorando com os outros caras do time dele

- Qual é o seu problema comigo cara? - falei dando um empurrão nele, não adiantou de muita coisa, ele quase não saiu do lugar

- Tá querendo arrumar briga novato? Falou vindo até mim serrando os punhos

Parece que será o meu funeral

Eu estava completamente assustado, mas não podia demonstrar, ou ele iria me importunar ainda mais

- Não, mas parece que você tá. Desde que essa porcaria de jogo começou, você não para de me bater em mim como cê só tivesse nós dois aqui - falo usando a minha única arma, sarcasmo

- Isso são coisas normais de futebol. Mas parece que você não entende nada disso, não é.....bixinha - Murmurou com um sorrisinho sinico

- Quê?

- A Gabrielle me falou que deu em cima de você, e você disse que era viado. Eu sabia que gostava de um pau desde que você entrou naquela sala. Aposto que você só tá aqui pra ver os caras sem camisa seu viado imundo

Eu fiquei paralisado. Aquelas palavras foram como facas entrando em mim. Eu nunca tinha passado por uma coisa parecida antes, ser vítima de homofobia, e dentro de uma escola. Eu sabia que um dia todo homem gay passa por isso, mas eu só não estava esperando por isso agora

- Ei cara você não pode falar assim com ele, isso é homofobia e você pode ser preso por isso. E além do mais não é da sua conta se ele é gay ou não. Você não é obrigado a gostar disso, mas é obrigado a respeitar as pessoas independente da sua orientação sexual  - falou o Nic aparecendo do meu lado. Só então eu percebi que todos já estavam a nossa volta, como aquelas rodinhas de briga

- Vai ficar defendo esse baitola agora Nicolás só porquê ele é amigo da sua irmã?

O Nicolás fechou os punhos e deu um passo, mas então o professor apareceu estre os outros alunos

- Já chega Alan. Eu não vou tolerar nenhum tipo de descriminação na minha aula. Pra diretoria agora. E isso serve para todo o resto

O Alan fez o que o professor madou e foi para a diretoria. Eu nunca iria imaginar que justo o Nic iria me defender daquele garoto. Acho que cê o professor não tivesse aparecido, ele teria partido pra cima do Alan. De certa forma eu me senti seguro. Fui agradecer o Nic por me ajudar mas ele ja tinha ido embora

Porquê ele me ajudou?


Contínua......


"Não esqueçam de votar e comentar se estão gostando da fic. Beijinhos😘"

Meu Hetero Favorito (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora