Capítulo 16- Detetive

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Ainda não consigo acreditar no que aconteceu hoje com a Bia. Nem consigo imaginar como ela deve está se sentindo. Graças a deus o Rafael não conseguiu fazer nada além de beija-la a força, o que já é um absurdo. Se fosse por mim, esse desgraçado ja estaria apodrecendo atrás das grades, mas a Bia não quis fazer a denúncia e eu preciso respeitar a decisão dela

Quando fui deixá-la em casa ontem acabei ficando um pouco para jogar com o Nicolás e o Kaio, um amigo do Nic, que por sinal é muito legal. A Bia subiu pro quarto e não saiu de lá, eu entendo que ela queira ficar um tempo sozinha. Fiquei o resto da tarde lá jogando e rindo muito das palhaçadas do Kaio. O Nic também ria, mas quando eu o olhava ele mudava de expressão e ficava mais sério, com o olhar penetrante em mim. Eu tentava olhar para qualquer outro lugar, menos pra ele, mas confesso que era um pouco difícil

Quando voltei pra casa encontrei minha mãe na sala falando ao telefone com a Ellen, uma velha amiga do antigo hospital onde ela trabalhava. Parecia preocupada e um pouco nervosa ao falar com ela, estava andando de um lado para o outro. Quando ela me viu desligou o celular e ficou muito estranha. Ela estava muito estranha ultimamente, assim como a Stella falou e eu não acreditei. Preciso descobrir o que está acontecendo com ela, mas a única coisa que quero agora é a minha cama

Subi pro quarto, entrei e fechei a porta, fui pro banheiro e tomei um banho bem demorado. Saí do banheiro com a toalha enrolada na cintura, vesti uma cueca e deitei na cama. Peguei meu celular e tinha um monte de mensagens e ligações perdidas do Matheus. Só então eu lembrei que tínhamos marcado um encontro na sorveteria que fica perto da praça. Não falei com ele desde que cheguei da escola e com toda confusão que aconteceu hoje com a Bia, acabei esquecendo. Ele mandou várias mensagens pergunto se eu estava bem e que estava preocupado comigo, e que a gente poderia marcar o encontro pra amanhã ou outro dia. Pensei em ligar pra ele, mas no momento eu não queria falar com ninguém, então resolvi só mandar mensagem mesmo

-Whatsapp on

- Desculpa não ter te respondido. Aconteceu algumas coisas mas eu estou bem. E desculpa pelo encontro, mas a gente pode ir amanhã

- Claro, mas você tá bem mesmo? Se não quiser ir tá tudo bem

- Eu tô bem e é claro que eu quero ir seu bobo kkkk

- Tudo bem então kkkk

- Posso ir te pegar ai em casa?

- Buscar. Eu quis dizer buscar e não te pegar, quer dizer, não desse jeito

- Eu entendi kkkk Você pode sim

- Tá bom kkkk

- 😘

- 😍

- Whatsapp off

Coloquei o celular em cima do criado-mudo e fiquei olhando para o teto, pensando em todas as coisas que já aconteceram desde que cheguei aqui nessa cidade. A Bia, o Matheus, o Alan, o Nic. Todos eles estão mudando minha vida. Acabei adormecendo enquanto pensava

*

Tinha ido na casa da Bia ver como ela estava. Toquei a campainha mas ninguém veio. Toquei de novo e nada, continuei tocando mas ninguém apareceu, eu não tava entendendo, será que não tinha ninguém em casa?

Já estava me virando pra ir embora, quando ouço alguém abrindo a porta atrás de mim.

- Já vai embora tão cedo metidinho? - Falou uma voz grossa atrás de mim. Eu conhecia muito bem aquela voz

Quando me virei vi o Nic escorado na porta com apenas uma toalha enrolada na cintura - meu deus, esse corpinho lindo - estava com aquela cara de cafajeste que ele tem. Seus músculos estavam a amostra. Seus braços fortes. Os gominhos da barriga dele. Aquelas entradinhas, as entradas para o paraíso. Não tive coragem para olhar mais em baixo

Meu Hetero Favorito (Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora