Meu Hetero Favorito (Romance gay)

Capítulo 36- Impasse

Mesmo estando tão confortável nos braços fortes do Nicolás, eu dormi muito mal ontem, ou melhor, eu quase não dormi. E pra piorar eu tive um pesadelo horrível onde eu estava de joelhos em um piso de madeira e com as mãos cobertas de sangue. E também tinha um corpo estirado na minha frente, mas eu não conseguia ver de quem era. Isso me fez acordar no meio da noite apavorado, mas me acalmei quando percebi ser um pesadelo e que o Nicolás estava do meu lado dormindo tranquilamente. Eu não o julgo, ele deve estar exausto mentalmente

Quando acordei no outro dia, ainda com os olhos fechados, passei a mão do outro lado da cama. Quando não senti o corpo do meu namorado arregalei os olhos e me sentei na cama o mais rápido possível. Meu primeiro pensamento foi que o Nicolás acordou antes de mim e foi ao tal local sem me avisar porque temeria que eu o impedisse. Meu coração começou a bater como se eu estivesse em uma maratona, mas logo me acalmei quando vi o mesmo saindo do banheiro usando apenas uma toalha enrolada na cintura. Ele me olhou confuso, mas logo deu um sorriso doce e meio triste

- Você acordou - ele falou se aproximando

- Eu achei que você já tinha ido e quase tive um infarto - falei mais tranquilo

- Desculpa se te assustei, eu só não queria te acordar - ele disse, sentando ao meu lado. Eu apenas concordei com a cabeça

Ficamos nos olhando por uns segundos. Pôs a mão no meu rosto e eu me aconcheguei em seu toque, fechando os olhos

- Se alguma coisa acontecer com você ou com a Bia eu..... -

- Vai ficar tudo bem - Ele disse. Abri meus olhos e o abracei com toda minha força, quando ouvimos um barulho de notificação no seu celular

Nos separamos e ele apanhou o celular de cima do criado-mudo. Pelo jeito como olhava para a tela do celular e pela sua cara só podia ser uma mensagem

- Quem é? - perguntei

- É o Rafael - ele falou sério

- E o que ele mandou? - perguntei aflito

Ele levantou o celular e me mostrou a mensagem, que dizia:

"É melhor comprir o nosso acordo e vim sozinho, ou sua irmã não estará presente na ceia de Natal esse ano"

*

- Eu ainda acho que isso é loucura - falava a minha irmã andando de um lado para o outro com uma tigela de cereal com leite na mão e ainda de pijama - Gente vocês nunca assistiram filmes? O vilão nunca cumpre o acordo. Isso com certeza é uma armadilha

- A Stella tem razão. Temos que pensar em outra coisa - falei sentado no sofá e o Nic estava na minha frente

- Nós não temos outra alternativa, e nem tempo. Eu ainda preciso passar no banco da empresa pra pegar o dinheiro - o Nicolás disse

- Pera, você vai roubar a sua própria empresa? - Perguntou a Stella

- Claro que não. Tecnicamente eu sou dono da Empresa Bennett e tenho acesso ao dinheiro - O Nic disse. Em seguida foi em direção a porta. Me levantei e corri até ele, lhe abraçando - Eu vou voltar metidinho - falou, antes de abrir a porta e sair

Fui até o sofá e desabei no mesmo. Foi incrível como a minha vida e a de todo mundo ao meu redor virou de cabeça pra baixo. No momento eu só conseguia chorar. A Stella veio até mim, deixando de lado a sua tigela e me abraçando

- Nicolás Narrando

Eu menti pro Stefan, eu não iria apenas no banco da Empresa. Eu precisava passar em um lugar antes. Estacionei o carro na garagem e entrei pela porta dos fundos para que não tivesse risco da Rosa ou outra pessoa me ver. Por sorte parecia que a casa estava vazia - como sempre -, e então subi para o segundo andar