A tarde tinha sido igualmente complicada em Berk. Intrigado com as longas ausências do filho, Viggo foi falar com Krogan. O bom homem estava cuidando de seu dragão, quando o amigo apareceu e o cumprimentou rapidamente, indo direto ao assunto:
– Krogan, gostaria de te pedir um favor importante.
– Tem a ver com os sumiços do Soluço?
– Isso mesmo. Sinto que ele tem um segredo...
– Mas ele jamais te contaria. Sei bem.
– É aí que você entra.
– Acha mesmo que ele me contaria alguma coisa?
– Ele confia em você.
Aproximando-se de Viggo, ele deu um tapinha em seu ombro.
– Mas ele é muito esperto e sabe que estou a seu serviço.
– Ele se abriu com você uma vez, pedindo que intercedesse por ele.
– Isso foi diferente. Ele precisava de um ombro amigo.
– Eu já não sei mais o que fazer com esse garoto...
– A solução é simples, meu amigo: esqueça esse casamento arranjado.
O chefe ficou meio contrariado, mas Krogan ainda completou:
– Tem que falar com ele como pai e não como chefe.
No fundo, Viggo sabia que ele estava certo, mas não querendo dar o braço a torcer, se retirou calado. Desapontado, o amigo meneou a cabeça e seu dragão deu um pequeno rugido, como se quisesse confortá-lo, o que o fez sorrir e afagá-lo na cabeça.
– Eu sei, amigão... Ele está sendo muito teimoso, mas não vou desistir de ajudar o coitado do Soluço. Ele não merece esse destino...
Naquele exato momento, Soluço chegava em casa, mas antes que pudesse descer de Banguela, Astrid aparece querendo saber por que ele andava tão sumido. Sem perder a compostura, ele disse secamente:
– Isso não é da sua conta.
– Claro que é. Sou sua noiva e me preocupo com você. Sinto sua falta...
Querendo defender o amigo, Banguela fez um disparo de plasma para assustar a intrusa, mas o rapaz o acalmou:
– Calma, amigão, não foi essa a educação que eu te dei. Sei que ela é uma peste, mas não podemos machucá-la. Vamos embora, que é melhor.
Dizendo isso, os dois partiram para a floresta, onde permaneceram até o anoitecer. Como já estava na hora do jantar e o filho não aparecia, Viggo saiu à sua procura e quando o encontrou, quis lhe dar uma bronca por causa do atraso, mas respirou fundo e falou com brandura:
– Filho, precisamos conversar.
Voltando-se para o pai, o jovem já ficou apreensivo.
– O que foi que eu fiz agora?
– Você anda muito ausente de Berk. O que está havendo?
– Eu e o Banguela sempre saímos para voar por aí e o senhor nunca se importou.
– Mas agora a situação é diferente.
– Por favor, papai...
– A partir de hoje, você não vai sair da minha vista.
– O quê? Como assim?
– Logo você assumirá meu lugar como chefe da ilha e precisa aprender como ser um bom líder.
– Pai, não pode me prender aqui!
– Seu lugar é aqui. Aprenda isso.
Com os olhos marejados, o rapaz implorou:
– Pai, não faz isso comigo...
– Suas lágrimas não vão me comover. Agora vamos para casa jantar. Depois, vai para o seu quarto descansar, pois amanhã, terá um longo dia de aprendizado. Ande logo.
Desolados, o rapaz e seu dragão o seguiram para casa. Durante o jantar, Soluço não tinha fome e ainda teve que ouvir um longo sermão sobre assumir responsabilidades e ainda uma bronca pelo modo hostil com que ele e Banguela trataram Astrid mais cedo.
Soluço não aguentava mais as fofocas de sua odiosa noiva. Enojado e com o coração partido, ele pediu licença e se retirou para o seu quarto, sem ao menos ter tocado em seu prato de comida. Quando se viu sozinho com Banguela, ele chorou amargamente, só conseguindo pensar em sua querida Heather e em todas as injustiças que estava sofrendo.
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QUANDO O AMOR É PERFEITO
FanfictionSoluço e Heather estão passando pelo mesmo drama, pois seus pais querem forçá-los a se casar com pessoas que eles odeiam, só para manter a tradição de suas ilhas. Assim que se conhecem, os dois descobrem uma conexão mágica e um intenso amor nasce e...