Capítulo 19

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Desde que eu cheguei nessa cidade eu posso escutar as pessoas cochichando umas pras outras "essa não era a garota da floricultura dos Akira?" ou "pensava que ela iria embora pra sempre depois do que aconteceu com a família dela" e isso tá bem irritante.

Não é porque eu vim aqui que isso significa que eu queria estar aqui, e também eu não devo satisfação a ninguém sobre o que eu vim fazer aqui ou porque eu simplesmente não abandonei aqui e fui embora pra sempre. Não posso me esquentar com isso.

S/N: com licença moça, eu quero uma reserva de um quarto por hoje por favor.

Moça: S/N? Você tá diferente.

S/N: desculpe mas eu te conheço?

Moça: calma que eu vou fazer um negócio que você vai lembrar.

Ela prendeu o cabelo e deu um sorriso largo e foi aí que eu lembrei.

S/N: VOCÊ É A MINA! QUE SAUDADE!

Abracei a minha amiga de infância.

Mina: que saudade de você.

S/N: digo o mesmo, nossa você tá tão diferente com esse cabelo, tá tão lindo!

Mina: eu cortei ele, sabe como é que é desilusões amorosas. Você também tá bem diferente, tá mais musculosa, com algumas cicatrizes e com uma espada? Pera, COM UMA ESPADA?

S/N: é coisa do meu trabalho, eu espero não estar tão feia assim.

Mina: S/N você nunca esteve melhor, você realmente tá muito linda.

S/N: obrigada.

Mina: enfim, o que te trás aqui? Depois de tudo que aconteceu eu pensava que você nunca mais voltaria.

S/N: acredite, nem eu pensei que iria voltar aqui. Eu vim por causa do trabalho.

Mina: eu tenho uma ideia. E se invés de você passar a noite aqui você não passa a noite na minha casa?

Realmente é muito melhor do que gastar mais dinheiro mas como eu falo pra ela que eu trabalho de noite então não faz sentido eu passar a noite lá? Será que ela entende se eu voltar pra casa umas três da manhã com sangue na roupa?

S/N: Mina sabe pra que pessoas usam espadas né?

Mina: para matar. - ela começa a se afastar de mim lentamente.

Cara eu sou muito burra por que eu fui falar isso?

S/N: calma eu não vou te matar. - coloquei minha espada no chão. - viu? Eu não vou te matar então calma.

Mina relaxou o corpo.

S/N: mas você acertou na resposta.

Mina: então você virou assassina de aluguel? Eu nunca esperava isso de você.

S/N: parando pra pensar é basicamente isso mas invés de matar pessoas eu mato monstros.

Mina: como assim? Não tô entendendo.

S/N: a lenda dos Onis não é só uma lenda, eles são reais Mina. Eu sou uma exterminadora de Onis.

Mina: então eles realmente só saem de noite e comem pessoas?

S/N: exatamente. Se importa se eu chegar na sua casa umas três da manhã e com sangue nas roupas?

Mina: é por uma boa causa, pode ficar lá comigo, quero matar a saudade que eu tenho da minha amiga.

Depois dela ter falado isso eu aceitei, aí alguns minutos de conversa se foram e ela poderia sair do trabalho e ir pra casa. Ela me levou para a nova casa dela, ela não mora mais com os pais dela então essa casa eu não conheço.

Mina: seja bem-vinda S/N.

Ela abriu a porta e eu entrei, só tem uma coisa que eu consigo pensar agora, que casa impecável!

S/N: sua casa é muito linda Mina.

Mina: obrigada!

Uma coisa que eu achei estranha na casa dela é que é bem escura, não bate muito a luz do sol. Vou perguntar pra ela porque a casa dela as cortinas tão fechadas e bloqueando o sol.

S/N: eu pensava que você gostava da luz do sol o que aconteceu?

Mina: eu gosto mas agora prefiro minha casa mais escurinha.

Eu não tô conseguindo prestar atenção nela, eu sinto que tem alguém aqui e não é a gente.

S/N: você mora sozinha?

Mina: não, eu moro com meu marido.

Marido é? Preciso falar com esse marido dela.

S/N: ah que legal você se casou.

Mina: acho que esqueci de te contar. Eu me casei um pouco depois de que você foi embora, bem, eu não te chamei pro casamento porque eu não fazia ideia pra onde você tinha ido.

Dane-se o casamento eu só quero saber onde esse cara tá, quero ter a plena certeza das minhas conclusões.

S/N: e onde ele está?

Mina: provável que esteja no quarto dormindo.

S/N: mas tá em plena tarde, porque estaria dormindo?

Mina: ele tem alergia ao sol então ele trabalha de noite.

Esse cara definitivamente é um Oni mas não é apenas um Oni normal, esse tá se infiltrando e coincidentemente eu achei ele mais fácil do que eu pensava. Será que a Mina realmente ama esse cara? Não tem importância, eu não posso ter piedade, afinal, ele é um Oni e não um humano.

Quando eu só pensava entrar naquele cômodo, o homem saiu do quarto e após olhar a minha espada eu pude ver ele engolir seco.

Mina: ótimo estavamos falando de você mesmo. - ela trouxe o homem para perto de mim. - Querido essa é a S/N, minha amiga de infância e S/N esse aqui é o Mafuyu.

S/N: muito prazer em conhecê-lo, Mafuyu.

Estendi minha mão e nos cumprimentamos.
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920 palavras

















𝐔𝐌𝐀 𝐍𝐎𝐕𝐀 𝐇𝐀𝐒𝐇𝐈𝐑𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora