Nas entranhas daquela floresta a atmosfera era completamente distinta do lado de fora. Tudo parecia mais vivo, com pequenos insetos e animais perambulando entre a vegetação, destacando sua presença com melodias e sons diversos; a escuridão mórbida da noite e em Amphibia não afetava aquele lugar iluminado por luzes fluorescentes em tons de azuis e roxos vindo de fungos e plantas.
As garotas caminhavam naquele solo azulado e árvores tortas, Sasha ia na frente enquanto Anne era a retaguarda, ambas com espadas em mãos e atentas, mas aquele lugar definitivamente causou interesse em ambas.
— Nossa, isso parece até conto de fadas — indagou Anne, que segurava sua arma com dificuldade na mão esquerda.
— Amphibia tá parecendo tanto com a Terra que ver algo assim é surpreendente. — Sasha soltou baixas risadas enquanto abria o caminho lentamente.
— Sasha’s críticas cirúrgicas.
— Depois de conviver tanto com o Grimmer, reclamar da sociedade ficou normal.
— Pelo menos não teve que aprender sobre legumes — Anne sorriu — , mas sabia que brócolis tem mais proteínas que um bife?
— Ok ok garota da fazenda, depois faço um jantar com bastante brócolis pra nós duas — respondeu Sasha com certo sarcasmo.
— Aham, claro que vai…
Elas foram progredindo apenas pela intuição, visto que o rastro de óleo havia se desfeito, e o pouco que havia era quase invisível na luz azul do local. Vez ou outra paravam quando viam algum animal interessante ou cogumelos diferentes, porém nenhum parecia o cogumelo do crepúsculo.
Minutos e minutos se passaram, e nada de diferente aparecia, o que começou a frustrar as meninas.
— Estamos indo muito fundo, podemos nos perder — observou Sasha, parando e se sentando numa pedra. — Que saco! Aquele sapo era muito sortudo por ter achado os cogumelos de primeira.
— Tava fácil demais pra ser verdade… — Anne suspirou e deu um chute numa pedrinha, que acabou fazendo um som de vidro rachando. — Eita!
Anne se agachou, e quando pegou a suposta pedra, viu que na verdade era um componente robótico.
— Sasha, parece que estamos no caminho certo!
— O pé abençoado esse seu…
A outra se levantou e começou a fuçar por todo o chão, pedra sobre pedra, e arbusto sobre arbusto em busca de alguma outra dica, Anne fez o mesmo. Pecinhas foram achadas em todo canto, só que nada de avanço, estavam todas reunidas dentro daquela área.
— Beleza né, ele evaporou… — reclamou Anne, que se virou para Sasha a qual havia se enfiado em meio ao mato. — Achou algo?
— Shii. — Respondeu a outra.
— “Shii” o que? Endoidou?
— Shiiii… — se intensificou.
— Não faz “shi” pra mim não… — Anne que ia se aproximando, mas foi puxada por sua amiga. — O que você?!... Ah…
E lá ela pode ver: numa clareira iluminada pela lua, uma pequena casa era cercada pela floresta, uma casa pequena com um estranho formato de sapato, de duas portas - uma maior no que seria o cano do sapato e outra menor na ponta -, com paredes de barro batido coberto pelas mais diversas folhagens, revelando janelas de madeira em alguns pontos; ao redor de toda fundação existia um jardim de cogumelos verdes e azuis.
O que mais chamou a atenção das garotas foi o caminho de peças no chão, que levava até até a porta maior, a qual estava semi aberta.
— Não vou fazer esse trocadilho, a vida é incrível… — disse Sasha baixinho segurando o riso.
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CRÔNICAS DA REVOLUÇÃO
FanfictionApós Anne voltar para Amphibia, ela tem que aprender a conviver e ajudar no dia a dia da revolução.